Notícias Bigster é só o início. Ofensiva da Dacia ao segmento dos familiares

Salão de Paris 2024

Bigster é só o início. Ofensiva da Dacia ao segmento dos familiares

Depois do Bigster, o assalto ao segmento C pela Dacia promete continuar com mais modelos. O primeiro será conhecido em 2025.

Dacia Bigster no Salão de Paris 2024
© Joaquim Oliveira / Razão Automóvel

O Bigster, modelo com o qual a Dacia pretende começar a conquistar o segmento C (familiares compactos), é a grande estrela da marca no Salão de Paris, contudo é apenas a ponta do icebergue.

Para além do novo SUV, que o Miguel Dias já teve a oportunidade de conhecer, o ataque ao segmento C vai-se fazer com mais dois modelos que vão ser lançados nos próximos dois anos.

Em resposta aos jornalistas no Salão, Denis Le Vot, diretor-executivo da Dacia, não forneceu muitos pormenores sobre os novos modelos, mas adiantou que eles vão ter “carroçarias diferentes, nomes diferentes, tudo diferente”, em comparação com a gama atual. “Vocês podem imaginar, vocês podem adivinhar. Daqui a uns tempos falamos”, afirmou Le Vot.

O que aí vem?

Certezas são poucas. Além do número de novos modelos, sabemos que vão assentar na mesma plataforma do Bigster — CMF-B —, que serve os restantes Dacia e outros modelos da Renault. Isto significa que os novos modelos deverão incluir motorizações híbridas e, possivelmente, elétricas.

Após insistência dos jornalistas presentes, que questionaram o «patrão» da marca sobre a possibilidade de um dos modelos ser uma carrinha, Denis Le Vot respondeu: “excelente ideia. Fantástico. Porque não?”, deixando a expectativa no ar.

O diretor de design da marca, David Durand, alimentou a especulação, dizendo à Autocar “podem esperar uma coisa diferente” do próximo modelo, cujo design já foi fechado e aprovado. O projeto passou agora para a equipa de produção.

Dacia Bigster, traseira
© Clement Choulot / Razão Automóvel Bigster é o maior Dacia de sempre e o primeiro da marca concebido para o segmento C, dos familiares compactos.

Com o lançamento do primeiro dos dois modelos a mais ou menos um ano de distância, deverão ser conhecidos mais detalhes muito em breve. Até lá, a Dacia mantém as suas opções em aberto.

“Sim, este modelo está pronto, mas nós estamos a trabalhar em muitos outros projetos. Estamos a tentar ter uma gama coerente com um bom produto e uma boa posição.”

David Durand, Diretor de design da marca

Só segmento C?

Apesar da Dacia estar a expandir-se para cima, no segmento C, a marca não descartou a hipótese de se aventurar no segmento mais baixo, o dos citadinos (segmento A).

“O investimento no segmento C não significa que não estejamos à procura de algo mais pequeno.”

Denis Le Vot, CEO da Dacia

Recordamos que a Dacia, atualmente, já está representada no segmento com o elétrico Spring, mas Le Vot aludiu à viabilidade de produção de um citadino baseado no futuro Renault Twingo.

Isto porque o Spring ao ser produzido na China, impacta negativamente a sua rentabilidade na Europa, por culpa das tarifas adicionais de importação aplicadas aos elétricos “made in China”. O Dacia Spring está a ser penalizado com uma tarifa adicional de 20,7%.

Parece também estar fora de questão produzir o Spring na Europa: “pode ser algo difícil de concretizar”, devido às logísticas implicadas, referiu Le Vot.

Desenvolver e produzir um substituto do Spring na Europa parece ser a resposta óbvia para todas estas questões. E recorrer à plataforma Ampr Small, que servirá o futuro Twingo, é o que faz mais sentido.

“Estamos todos juntos, não há nada que não partilhemos”.

Denis Le Vot, CEO da Dacia

O que parece estar definitivamente fora de questão para o diretor-executivo é oferecer um citadino a combustão, posicionado abaixo do Sandero (segmento B): “a equação de um carro de segmento A não é propriamente compatível com motorizações térmicas”.

No reino das possibilidades, Denis Le Vot deixou ainda outra no ar: a possibilidade de criar a sua própria versão do Duo, o quadriciclo elétrico de dois lugares, da Mobilize, uma marca também pertencente ao Grupo Renault.

Fonte: Autocar