Notícias Renault e Volvo juntas para criar “Tesla dos veículos comerciais”

Antevisão

Renault e Volvo juntas para criar “Tesla dos veículos comerciais”

A Flexis SAS é a joint venture que junta o Renault Group e Volvo Group, e já sabemos mais sobre os futuros veículos comerciais que vai lançar.

Três protótipos dos modelos que vão ser lançados em 2026
© Renault Group

    A Flexis SAS não perdeu tempo. Ainda recentemente assistimos à formação oficial desta joint venture entre o Renault Group, a Volvo Group e a CMA CGM e agora já sabemos mais detalhes sobre os seus planos.

    A nova empresa vai-se dedicar ao desenvolvimento de uma nova geração de veículos comerciais elétricos de distribuição urbana, definidos por software (SDV ou Software Defined Vehicles), que prometem poupanças de até 30% no custo total de propriedade (TCO).

    A ambição é grande. Basta atentar nas palavras de Luca de Meo, o diretor executivo do Renault Group:

    “Este vai ser um produto revolucionário, nós mudámos tudo: eletrificação, plataforma, arquitetura eletrónica, carroçaria. É como uma Tesla dos veículos comerciais.”

    Luca de Meo, CEO do Renault Group

    Os planos da Flexis SAS foram recentemente detalhados durante uma conferência de imprensa, tendo sido anunciada a data de chegada ao mercado do primeiro furgão — de uma família de três, antecipada pelo teaser no topo deste artigo —, para 2026. Todos serão fabricados em França, na fábrica da Renault em Sandouville.

    Para este projeto foi feito um investimento de 420 milhões de euros entre as três partes da joint venture e os novos furgões elétricos vão ter como alvo, não só a Europa, mas também mercados como o Brasil e a América do Norte.

    O que esperar?

    Desta nova família de veículos comerciais da Flexis SAS já sabíamos que iria assentar sobre um novo chassis modular do tipo skateboard, e recorrer a uma arquitetura elétrica de 800 V. Essa modularidade vai permitir uma construção “tipo Lego”, abrindo novas possibilidades de personalização e transformação às necessidades individuais de cada negócio.

    Ficámos agora a saberque também haverá duas baterias à escolha com químicas distintas: LFP (fosfato de ferro-lítio) para as versões mais baratas e de curta distância e NMC (níquel, manganês e cobalto) para longas distâncias.

    O papel predominante do software nesta família de veículos comerciais da Flexis SAS vai abrir também novas possibilidades ao nível das funcionalidades e serviços. Pode, por exemplo, otimizar as rotas de serviço, tendo em consideração não só o destino das várias encomendas, como as necessidades de carregamento.

    Renault EZ-FLEX
    O EZ-FLEX, revelado em 2019, serviu de base para o desenvolvimento da nova linha de veículos da Flexis.

    O design do veículo em si vai assentar no conceito step-in van (permite entrar de pé), estando estes furgões a ser otimizados para a last mile delivery (entregas urbanas de curtas distâncias) e para reduzir ao máximo a interação entre o motorista e o veículo. “Por cada 30 segundos que poupamos numa entrega, estimamos que aumente em 1% a rentabilidade do operador logístico”, afirmou Luca de Meo.

    Por isso, a morfologia deste furgão será um pouco diferente do habitual: «casa» a altura de uma Trafic com o comprimento e largura do mais compacto Kangoo. O objetivo é o de otimizar a manobrabilidade em condução urbana, tendo um diâmetro de viragem equivalente ao de um utilitário (segmento B).

    O diretor executivo da Flexis SAS, Philippe Divry, justifica as decisões de design com a facilidade de operação destes veículos comerciais: “vemos que os motoristas das empresas de logística mudam de trabalho após 12-18 meses; por isso imaginem ter de mudar toda a força de trabalho após esse período”.

    Divry continua, dizendo: “se conseguirmos um veículo mais fácil de conduzir e operar para pessoas que entregam 100 a 150 encomendas por dia, conseguindo mantê-los mais tempo neste trabalho, estamos a acrescentar valor, ao reduzir as perturbações nas operações do cliente”.

    “Eu acho que não há um projeto como este na Europa. Nós vemos alguns projetos destes nos EUA, na Ásia (…) eu acho que a Europa tem de mostrar a capacidade de «agitar» as coisas.”

    Luca de Meo, CEO do Renault Group

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