Notícias Smart poderá voltar a produzir na Europa. Modelo de dois lugares nos planos

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Smart poderá voltar a produzir na Europa. Modelo de dois lugares nos planos

Dirk Adelmann, CEO da Smart Europe, revelou que trabalham há muito tempo num modelo de dois lugares, só que não será um sucessor do Fortwo.

Smart EQ fortwo, na estrada, perfil
© Smart

Já passaram cerca de cinco anos desde que a Smart se transformou numa joint venture entre a Mercedes-Benz e a Geely, passando toda a sua produção para a China.

Desde então, a Smart «esqueceu» que era uma marca de citadinos, tendo revelado só novos crossovers/SUV, cada vez maiores e sempre 100% elétricos: #1, #3 e #5.

O próximo Smart poderá ser, no entanto, uma espécie de regresso às origens, com apenas dois lugares, mas não será um sucessor direto do Fortwo. Foi o que afirmou Dirk Adelmann, diretor executivo da Smart Europe, em entrevista à Automotive News.

Dirk Adelmann - CEO da Smart Europe
© Smart Dirk Adelmann, CEO da Smart Europe

Há muito tempo que trabalhamos num modelo de dois lugares. Não lhe chamaria um sucessor direto do Smart ForTwo, mas é um modelo de dois lugares.

Dirk Adelmann, CEO da Smart Europe

O novo projeto, de acordo com o executivo, tem o seu maior potencial no mercado europeu, onde os veículos citadinos sempre foram muito bem aceites. Mas para que isso aconteça, a Smart está agora a reavaliar o seu plano de produção.

Hoje todos os Smart são elétricos e produzidos na China. Adelmann diz que entre os principais motivos que levaram a mudar-se de «armas e bagagens» para o outro lado do mundo, estão os custos de energia mais elevados na Europa, assim como a burocracia.

Só que agora a Smart tem de lidar com o aumento das tarifas de importação da UE. O que implica, no caso da marca, uma taxa de quase 30% face à anterior tarifa regular de 10%.

A Europa volta a ser vista como uma possibilidade para produzir o novo modelo, marcando um regresso a casa: “Produzimos exclusivamente na Europa durante 23 anos, em locais como Hambach (França), Novo Mesto (Eslovénia) e Born (Países Baixos)”.

Produção não implica a construção de uma fábrica

Caso seja decidido voltar a produzir na Europa, poderá não ser necessário construir uma nova fábrica. Adelmann não descarta a possibilidade de replicar o modelo em funcionamento na China: contratar a produção a um fornecedor externo. A Smart, atualmente, não tem fábricas em nome próprio.

“Para tornar a produção viável, teríamos de assegurar um volume anual mínimo entre as 20 000 e as 60 000 unidades e cumprir as condições de conteúdo local da UE, que são bastante complexas”.

Dirk Adelmann, CEO da Smart Europe

Apesar de todas as considerações, a incerteza sobre o rumo do mercado de veículos elétricos na Europa, impulsionada pela volatilidade das políticas governamentais, coloca o futuro deste Smart de dois lugares numa posição indefinida.

Smart EQ fortwo dianteira
© Smart Smart fortwo

Preços aumentam em 2025

Podemos constatar isso com o impacto do aumento das tarifas de importação, como explica o diretor-executivo da Smart Europe: “Decidimos absorver este custo até ao final do ano, mas é uma carga adicional que não podemos suportar indefinidamente”.

Na prática, isso quer dizer que a partir do próximo ano, os modelos da Smart poderão sofrer uma subida de preços. Essa subida, avança Adelmann, poderá ser progressiva ao longo do ano ou ser imediata, logo a partir de janeiro. “Vamos também olhar para o que nos nossos concorrentes vão fazer”, rematou.

Apesar desta nova ameaça ao crescimento da Smart na Europa, Dirk Adelmann mantém a confiança de que este irá continuar. O regresso ao segmento dos citadinos e uma produção em solo europeu poderão ser cruciais para essa expansão.

Ainda não há uma decisão oficial, mas o diretor-executivo da Smart Europe disse que poderão haver novidades sobre o tópico deste sucessor «espiritual» do Fortwo nos próximos meses.

Fonte: Automotive News Europe