Mudou tudo. Novo Audi A5 revelado com versão carrinha

A Audi está sob pressão. Há muito tempo que as inovações e avanços técnicos têm sido escassos neste segmento, o que levou muitos dos fãs da marca a optar por outras soluções. No entanto, este cenário está prestes a ser alterado com a nova família Audi A5.

Além de fazer a marca recuperar algum do «tempo perdido», esta nova família tem também a missão de substituir o atual Audi A4. Sim, o mesmo que há 30 anos sucedeu ao Audi 80 e se tornou num dos modelos mais importantes da marca de Ingolstadt.

Esta decisão tem a ver com a nova nomenclatura dos modelos da Audi, que terá os modelos 100% elétricos com um número par junto da letra “A” e os alimentados por motores de combustão com um número ímpar. Ou seja, o novo Audi A5 é também o novo A4 e claro que passa também a existir uma Audi A5 Avant.

Estreia da plataforma PPC

Todas as mudanças começam por dentro e é por isso que a peça fundamental desta mudança é a nova Plataforma Premium de Combustão (PPC), que substitui a MLB evo e será a base de uma nova geração de automóveis com motores de combustão. É a homóloga da Plataforma Elétrica Premium (PPE) que serve de base técnica a modelos como o Audi Q6 e-tron ou o Porsche Macan, por exemplo.

No que diz respeito ao chassis, é mantida a arquitetura de quatro rodas independentes, com ligações multibraços atrás, dispondo a direção e a suspensão de montantes mais rígidos. Com o novo Audi A5, todas as versões serão equipadas com direção progressiva, mais precisa e rápida a obedecer às «ordens» do condutor. Em opção, está disponível amortecimento adaptativo e tanto as versões S line como as S5 têm uma altura ao solo reduzida em 20 mm.

As diferenças visuais entre a nova família A5 e os anteriores A4 e A5 são mais do que evidentes logo ao primeiro olhar, percebendo-se uma evolução para traços mais desportivos. Um dos elementos mais visíveis é a evolução da Singleframe, que surge agora mais larga e baixa, além de incluir uma estrutura tridimensional em ninho de abelha.

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Mariana Teles

A berlina A5 tem uma secção traseira com ares de coupé, o que quer dizer que prolonga a tradição dos modelos anteriores com este nome. Dois sinais dos tempos: as óticas dianteiras e traseiras estendem-se agora a toda a largura nas duas extremidades do carro e os puxadores das portas estão instalados à face da carroçaria, modernizando o visual e melhorando o coeficiente aerodinâmico.

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Tal como a carrinha, com enorme procura em Portugal, a berlina do Audi A5 tem 4,829 m de comprimento e 1,769 m de largura, o que o torna 6,7 cm mais comprido e 1,3 cm mais largo do que o seu antecessor. A altura é 1,1 cm superior na carrinha (1,460 m) e 2,4 cm mais elevada no caso da berlina (1,444 m). A longa distância entre eixos de 2,90 m (mais 8 cm) ajuda a criar uma silhueta mais elegante, mas, sobretudo, beneficia o espaço no interior.

Habitáculo cresce, mala diminui

O habitáculo é bastante mais amplo nesta nova geração. Na segunda fila, o comprimento para pernas foi muito beneficiado com o facto de a distância entre eixos ter sido esticada, mas a descida pronunciada do pilar traseiro penaliza os passageiros com mais de 1,85 m de altura.

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André Mendes

A nova Audi A5 Avant tem um design bastante inspirado que realça o seu dinamismo e na secção traseira, com uns ombros bastante largos, é mesmo recordada a postura poderosa da anterior RS 6 Avant. O aumento do comprimento também se faz sentir e sem as limitações em altura, uma vez que a linha de tejadilho se prolonga até mais atrás.

Neste espaço, a bagageira de 476 l é mais ampla que a da berlina, mas não só é mais pequena do que a do anterior A4 Avant como é a menos ampla entre as carrinhas premium deste segmento. Além disso, na versão equipada com o sistema mild hybrid, o volume da mala ainda é 28 litros inferior, nas duas carroçarias.

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Na berlina, o porta-bagagens do A5 também perde volume face ao antecessor A4, de 460 l para 445 l. No entanto, essa desvantagem acaba por ser compensada pelo facto de a tampa da bagageira passar a abrir solidariamente com o óculo posterior, o que, na verdade, o transforma num cinco portas e permite um melhor acesso.

Ainda a bordo, a arquitetura eletrónica (E3) é a mesma que a Audi tem incorporado nos seus modelos mais recentes. Com esta, o tabliê pode receber um total de três ecrãs OLED: o de 11,9” da instrumentação, o central de efeito curvo com 14,5” e um terceiro (opcional), com 10,9” para a zona em frente ao passageiro dianteiro.

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As versões a gasolina podem ter 150 cv ou 200 cv, sendo a primeira com tração dianteira e a segunda com tração integral. Nos Diesel há também dois patamares de potência — 150 cv e 204 cv —, com as mesmas configurações de transmissão.

Mesmo com um aumento de potência modesto, há que assinalar a inclusão de um novo sistema mild-hybrid de 48 V em todas as motorizações. Nesta aplicação de eletrificação, o gerador acionado por correia é suplementado por um gerador de motor (PTG) que contribui com 18 kW/24 cv de potência e 230 Nm de binário para o rendimento total do sistema de propulsão. Igualmente relevante é a potência máxima de regeneração que chega agora aos 25 kW e é capaz de imobilizar o carro por completo.

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Deste sistema de 48 V faz parte uma bateria com 1,8 kWh de capacidade, que permite ao Audi A5 rolar em modo totalmente elétrico durante curtas distâncias. Desta forma, além de melhorar as prestações e a resposta do motor, é também possível reduzir o consumo de combustível — segundo os engenheiros da Audi, até 0,38 l/100 km no caso dos Diesel e até 0,74 l/100 km nos motores a gasolina.

Para quem esta eletrificação suave não for suficiente, já em 2025 será lançada uma versão híbrida plug-in do Audi A5. Estará equipada com o motor a gasolina 1.5 TSI, terá uma potência máxima combinada a rondar os 272 cv, caixa automática de dupla embraiagem de seis velocidades e uma autonomia elétrica na ordem dos 100 km.

Numa fase inicial, a versão topo de gama será o Audi S5, equipado com um sistema de tração integral quattro, um diferencial autoblocante com aspirações desportivas e um motor 3.0 V6 TFSI com 367 cv. O RS 5 fica prometido para mais tarde.

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Joaquim Oliveira

Com mais de 30 anos de carreira, Joaquim Oliveira é um dos mais reputados jornalistas do setor automóvel. Colabora com a Razão Automóvel desde 2019.

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