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Apresentação

Este é o primeiro Audi sem anéis e há uma boa razão para isso

A alemã Audi apresentou a sua nova marca chinesa AUDI assim como um protótipo que antecipa o primeiro modelo de produção, o AUDI E.

AUDI E perfil
© Audi

A partir de hoje há uma Audi e uma AUDI. Conseguem ver a diferença? Sim, só muda a forma como escrevemos a designação, apenas com maiúsculas.

Parece à partida confuso, mas o objetivo é claro: vingar no mercado chinês, o segundo maior para a Audi, e garantir uma oferta de produtos que vão de encontro às expetativas do consumidor premium chinês, que são distintas das dos europeus e norte-americanos. Além disso, são também bastante mais jovens.

AUDI E traseira
© Audi

Para não falhar o alvo, firmou uma parceria com a SAIC (dona de marcas como a MG) em meados do ano passado, que tem a base e tecnologias certas que o mercado chinês exige.

O primeiro sem anéis

Agora é revelado o AUDI E, o protótipo que antecipa o primeiro modelo de produção desta parceria, previsto para o próximo ano. E confirmam-se os rumores. Os AUDI perdem os icónicos quatro anéis que têm identificado a marca praticamente desde sempre.

Como podemos ver nas imagens, a nova marca é apenas identificada pelas letras que compõem a designação AUDI, tanto à frente como atrás.

Aliás, todo o design exterior do AUDI E é bastante distinto dos Audi com que nos cruzamos na rua. Por exemplo, não há vestígios da Single Frame, a grelha que tem marcado a dianteira de todos os modelos da marca neste século.

Ao invês temos uma espécie de rebordo negro retangular de cantos arredondados, que integra todos os elementos visuais e funcionais: faróis, assinatura luminosa e logótipo (iluminado). Além destes, integra a miríade de radares e sensores necessários à condução automatizada. A traseira adopta uma solução similar, ainda que assuma um formato trapezoidal.

AUDI E perfil
© Audi O AUDI E tem 4870 mm de comprimento, 1990 mm de largura, 1460 mm de altura e uma distância entre eixos de 2950 mm. Dimensões muito similares às do novo Audi A6 e-tron.

A restante carroçaria, que a AUDI diz ter uma silhueta Sportback, caracteriza-se pelas superfícies depuradas e formas suaves, mas de ombros salientes, praticamente eliminando todas as arestas e vincos que estamos acostumados a ver nos Audi.

O interior é também bastante distinto do habitual na marca alemã. O contraste com o interior do novo A5 ou do Q6 e-tron não podia ser maior. O minimalismo parece ser a palavra de ordem, não se vendo praticamente botões.

O destaque vai todo para o ecrã curvo tátil e resolução 4K, que se estende do pilar A esquerdo ao pilar A direito. Ou seja, ocupa toda a largura interior. O protótipo também prescinde dos retrovisores tradicionais, tendo câmaras no seu lugar.

A consola central oferece espaço de arrumação para dois telemóveis e as portas estão decoradas com madeira iluminada e microfibra, com um design de lamela tridimensional.

Exclusivamente elétrico, claro

Ao contrário da Europa, que assiste a uma contração na venda de elétricos, na China passa-se o oposto. As vendas continuam a subir. Não admira, por isso, que o AUDI E seja apenas e só 100% elétrico.

O protótipo de dimensões generosas assenta sobre uma nova plataforma desenvolvida a meias entre a Audi e a SAIC, que foi chamada de Advanced Digitized. Esta integra uma arquitetura de 800 V para garantir carregamentos superrápidos. A AUDI diz que 10 minutos a carregar é o suficiente para ter mais 370 km de autonomia, no ciclo chinês CLTC.

Os 100 kWh de capacidade da bateria permitem, no entanto, 700 km de autonomia, mais uma vez, no ciclo chinês.

AUDI E traseira
© Audi

O que não falta ao AUDI E é, no entanto, potência e força. Está equipado com dois motores, um em cada eixo, que juntos entregam uma potência combinada de 570 kW, o mesmo que 765 cv (!). O binário não fica atrás: 800 Nm.

Os dois motores garantem tração integral — que continua a ser chamada de quattro —, e os números que entregam permitem ao AUDI E acelerar até aos 100 km/h em apenas 3,6s.

Próximos passos

O AUDI E de produção deverá chegar ao mercado chinês em meados de 2025. Não será o único.

Há pelo menos mais dois novos modelos em desenvolvimento que, à semelhança deste, serão exclusivamente elétricos e deverão posicionar nos segmentos D e E — o equivalente aos nossos A5 e A6, respetivamente.