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Estudo

Portugal precisa de 76 mil novos postos de carregamento. Quanto vão custar

Segundo a Mobi.e, para completar a rede nacional de postos de carregamento faltam instalar mais 76 mil postos até 2050. São as conclusões de um estudo apresentado esta segunda-feira.

Sinal estacionamento para carregamento de carros elétricos.
© Fernando Gomes / Razão Automóvel

Segundo um estudo revelado pela Mobi.e, até ao ano 2050 Portugal precisará de instalar cerca de 76 mil postos de carregamento para automóveis elétricos, de modo a cumprir a regulamentação AFIR (Alternative Fuels Infrastructure Regulation).

Este número é apenas uma das várias conclusões do estudo “Infraestruturas de Carregamento de Apoio à Transição Energética da Mobilidade em Portugal” que foi apresentado numa conferência de imprensa onde a Razão Automóvel esteve presente.

Objetivos ambiciosos

Para que estas metas sejam cumpridas, será necessário um investimento superior a 1,5 mil milhões de euros, que deixará a rede nacional dotada com um total de 82 mil pontos de carregamento.

Numa primeira fase, até 2025, está prevista a instalação de 9044 pontos de carregamento, que se traduz num investimento inicial de 111,2 milhões de euros.

Secretário de Estado da Mobilidade Urbana, Jorge Delgado
© André Mendes / Razão Automóvel O Secretário de Estado da Mobilidade Urbana, Jorge Delgado, na apresentação das conclusões do estudo “Infraestruturas de Carregamento de Apoio à Transição Energética da Mobilidade em Portugal” da Mobi.e.

Entre 2026 e 2030 serão adicionados mais 12 436 (num investimento de 289 milhões de euros) e até 2035 o total vai ascender a 14 250 postos (269,3 milhões de euros).

Na fase final, compreendida entre 2036 e 2050, está prevista a instalação de 40 275 novos postos, totalizando a meta prevista em torno dos 76 mil postos. Sendo que o investimento desta última fase ascende aos 887,2 milhões de euros.

A instalação de todos estes pontos de carregamento elétricos juntamente com uma rede nacional de estações de hidrogénio, terá como resultado prático uma poupança de 3,3 milhões de toneladas de CO2, e um benefício económico de 1,9 mil milhões euros, segundo a base de cálculo da CINEA.

O que acontece aos pontos existentes?

O valor total deste investimento de 1,5 mil milhões de euros, no entanto, não inclui os custos associados ao retrofitting (conversão) dos pontos de carregamento já existentes. Este tem um valor previsto em torno dos 340 mil euros. No entanto, este é um custo que será imputado aos operadores dos postos de carregamento (OPC).

Para financiar este plano, este estudo indica fundos provenientes da União Europeia, do PRR e dos auxílios do Estado disponíveis. Entre eles, os relacionados com a aquisição de veículos não poluentes ou os destinados à implantação de infraestruturas de carregamento ou abastecimento.