Dois lugares, motor V12 atmosférico e tração traseira. Há fórmulas que nunca passam de moda e esta é uma delas. E nós fomos até Maranello, à sede da Ferrari, testemunhar a revelação do mais recente capítulo desta saga: o Ferrari 12Cilindri.
O nome não podia ser mais pragmático. Revela imediatamente a essência deste modelo: um motor de 12 cilindros dispostos em V. Ou se preferirem um motor à «moda antiga». Dispensa turbos, dispensa motores elétricos mas não dispensa a mais recente tecnologia.
O momento da revelação ficou registado em vídeo. E nós fomos dos primeiros meios, a nível mundial, a deixar cair o pano:
Motor V12 sem eletrificação
A Ferrari descreve o 12Cilindri como sendo “a mais pura expressão da alma Ferrari” devido à natureza do seu motor. Designado F140HD, este bloco é a mais recente versão do icónico V12 que já encontrávamos no anterior Ferrari 812 Superfast.
Capaz de «gritar» até às 9500 rpm, este V12 com 6.5 litros de capacidade entrega 830 cv (às 9250 rpm) de potência e 678 Nm (às 7250 rpm) de binário máximo, enviados em exclusivo às duas rodas traseiras através da caixa automática de dupla embraiagem com oito velocidades que já conhecemos do SF90 Stradale.
Graças a estes números, o Ferrari 12Cilindri anuncia mais de 340 km/h de velocidade máxima e uma aceleração dos 0 aos 100 km/h em apenas 2,9s. Quanto ao sprint dos 0 aos 200 km/h, é cumprido em menos de 7,9s.
Os segredos do 12Cilindri
Mas o Ferrari 12Cilindri é muito mais do que um simples desfile de números. É uma obra de arte de engenharia, com um motor digno de honrar as icónicas berlinettas que ajudaram a escrever a história da construtora italiana.
Para alcançar as 9500 rpm, foi necessário reduzir o peso e a inércia de vários componentes do motor, a começar logo nas bielas, que agora são em titânio. Isso permitiu reduzir as massas em 40% face ao aço, sem comprometer a resistência mecânica. Os pistões são feito numa nova liga de alumínio, para uma redução de peso na ordem dos 3%.
A somar a isso, os engenheiros de Maranello fizeram um trabalho intensivo para otimizar a entrega de binário, sendo que pela primeira vez num motor naturalmente aspirado, foi desenvolvida uma gestão de software que permite modificar o binário máximo em função da relação engrenada.
Como não poderia deixar de ser, a Ferrari otimizou ainda todos os elementos das linhas de admissão e escape, para alcançar uma sonoridade típica dos Cavallino Rampantes equipados com motor V12.
Inspirado em… Star Wars
Olhando para a dianteira do novo 12Cilindri, é fácil encontrar referências a outros modelos da marca transalpina, a começar logo no Ferrari 365 GTB/4, mais conhecido por Daytona, algo que confirmei junto do responsável de design da Ferrari, Flavio Manzoni.
Manzoni confirmou ainda que para criar o 12Cilindri inspirou-se em objetos de filmes de ficção científica dos anos 60 e 70, desde Star Wars a 2001 – Odisseia no Espaço.
O resultado é uma proposta que acaba por afastar-se do código estilístico dos anteriores modelos com motor V12 dianteiro da Ferrari, evitando quase por completo as linhas mais esculturais de modelos como o 812 Competizione em detrimento de um visual mais sofisticado.
Segredos escondidos
Desenhar um Ferrari não é apenas uma questão estética. A aerodinâmica é fundamental. Por isso, além de um spoiler traseiro tradicional, na tampa da mala, com 25 mm, a Ferrari optou por recorrer a dois flaps ativos, que surgem totalmente integrados no vidro traseiro e que sobem sempre que é necessário para estabilizar a traseira e, ao mesmo tempo, ajudar nas travagens.
A NÃO PERDER: Mais um Ferrari. Saiba o preço da nova “máquina” de Cristiano RonaldoEstes dois apêndices aerodinâmicos, permitem duas configurações distintas: Low Drag (LD) e High Downforce (HD), sendo que nesta última temos direito à máxima carga vertical disponível, para um equilíbrio aerodinâmico perfeito.
Além da aerodinâmica otimizada e de todo o trabalho feito ao nível do arrefecimento do motor, conta com uma distribuição de peso praticamente perfeita: 48,4% à frente e 51,6% atrás. E por falar em peso, importa dizer que o Ferrari 12Cilindri acusa 1560 kg na balança.
Habitáculo quase simétrico
No interior, o 12Cilindri destaca-se por contar com uma arquitetura do tipo cabina doble, como lhe chama a Ferrari. Nos últimos anos vimos esta solução no Ferrari Roma (e Roma Spider) e no Purosangue.
A integração com o smartphone está garantida através do Android Auto e do Apple CarPlay, sendo que este modelo equipa o mais recente sistema operativo da marca de Maranello.
De forma opcional, se o som do V12 não for suficiente, está disponível um sistema de som desenvolvido em parceria com a Burmester, com 15 altifalantes e 1600 watts.
Quanto custa?
O novo Ferrari 12Cilindri tem preços em Itália que começam nos 395 000 euros, sendo que a versão Spider arranca nos 435 000 euros. Ainda não há preços anunciados para o mercado português.
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Fomos a Itália conhecer o novo Ferrari com motor à moda antiga
O nome não podia ser mais direto: Ferrari 12Cilindri. Um supercarro equipado com um nobre motor V12 sem turbo nem ajudas elétricas.
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