Notícias Novo Ferrari 296 Speciale é mais especial por três motivos

Apresentação

Novo Ferrari 296 Speciale é mais especial por três motivos

O Ferrari 296 Speciale só pode ser encomendado por clientes que tenham comprado um Ferrari nos últimos cinco anos.

Ferrari 296 Speciale, traseira 3/4
© Ferrari

Para fazer jus à designação — usada pela última vez no reverenciado 458 Speciale —, o novo Ferrari 296 Speciale teve de reunir três ingredientes essenciais: mais potência, menos peso e uma aerodinâmica ainda mais apurada.

Este Speciale cumpre os três requisitos: mais 50 cv que o 296 GTB — subindo para os 880 cv —, menos 60 kg (1410 kg a seco) e 435 kg de carga aerodinâmica sobre o eixo traseiro a 250 km/h (face aos 300 kg do 296 GTB e 360 kg do Assetto Fiorano).

Ferrari 296 Speciale Aperta e Ferrari 296 Speciale Coupé vistos de cima
© Ferrari O 296 Speciale surge, desde logo, como coupé e descapotável, ou Aperta em linguagem Ferrari.

V6 híbrido impõe-se nas pistas

Vamos por partes, começando pelo motor, o verdadeiro coração de qualquer superdesportivo. Recorde-se que o 296 GTB foi o primeiro Ferrari de estrada com motor V6. Até então, motores com menos de oito ou 12 cilindros eram coisa que não havia nos modelos de Maranello — não honrava os seus pergaminhos.

Mas chegou a fazer motores V6, só que para a sua marca Dino e mais tarde para a Maserati e Alfa Romeo.

Vistas bem as coisas, hoje é nas pistas — Fórmula 1 e 24 Horas de Le Mans incluídas — que os V6 híbridos dominam. E com sucesso: a Ferrari venceu Le Mans nas últimas duas edições.

Por isso, o 296 Speciale está longe de ser um Ferrari «menor». Na hierarquia atual da marca, apenas o SF90 está acima em termos de agressividade, deixando para trás modelos como o Roma, o Purosangue e até o novo 12Cilindri.

Gianmaria Fulgenzi, diretor técnico da Ferrari, define-o como “um carro especial dentro dos nossos carros especiais”. E Enrico Galliera, responsável de marketing, reforça: “é o modelo de produção que proporciona maior prazer de condução de toda a nossa gama”, apontando para cinco vetores fundamentais: aceleração transversal e longitudinal, passagens de caixa, travagem e som.

E quando o Ferrari 100% elétrico eliminar dois desses vetores? Galliera sorri e admite: “Teremos de encontrar novas formas de emocionar os condutores”.

Motor mais potente, chassis mais leve

O Ferrari 296 Speciale mantém o V6 a 120º com dois motores, agora com 700 cv — um incremento de 37 cv — atingidos às mesmas 8500 rpm e uma potência específica impressionante de 234 cv/l. Entre as melhorias estão os turbos com 13% mais pressão, bielas de titânio um terço mais leves, pistões reforçados e cambota aligeirada. O que resulta em menos 9 kg.

Ferrari 296 Speciale com capô traseiro aberto
© Ferrari

O motor elétrico, montado entre o V6 e a caixa de oito velocidades de dupla embraiagem (passagens de caixa 30% mais rápidas), também foi reforçado, atingindo 180 cv (mais 13 cv) de pico com a função extraboost — é de 154 cv no modo “normal”.

Em modo 100% elétrico, o 296 Speciale pode atingir os 135 km/h e percorrer até 25 km. A bateria de iões de lítio (química NMC) de 7,4 kWh, recarrega apenas até 7 kW, mas também recupera energia dinamicamente durante a condução.

Na prática, os números impressionam: 0-100 km/h em 2,8s, 0-200 km/h em 7,0s (7,3s no Aperta) e uma velocidade máxima “acima dos 330 km/h”. No circuito de Fiorano, o 296 Speciale é 2,5s mais rápido do que o 296 GTB, conseguindo um tempo de 1min19s.

Aerodinâmica e chassis de competição

Visualmente, o Ferrari 296 Speciale é mais agressivo e beneficia de soluções herdadas do 296 Challenge, a versão de competição.

Ferrari 296 Speciale, frente 3/4
© Ferrari

O motor é arrefecido por radiadores de caudal superior nas extremidades do carro e a fibra de carbono está omnipresente — para-choques, capô, túnel central e, opcionalmente, tampa do motor —, com as portas a serem em alumínio.

O aileron ativo traseiro é peça-chave na geração de carga aerodinâmica variável, enquanto na frente há um novo sistema, que os engenheiros da marca chamam de “amortecedor aero”. Este canaliza o ar que sobe do fundo plano do carro para uma saída no capô, colando ainda mais o eixo dianteiro ao solo.

A suspensão, rebaixada em 5 mm, conta com molas de titânio mais rígidas e amortecedores eletrónicos Multimatic (ou opcionais Magnaride). O pacote dinâmico é finalizado, de série, com pneus Michelin Pilot Sport Cup2 — 246/35 ZR20 à frente e 305/35 ZR20 atrás — e travões carbocerâmicos.

Cockpit focado na condução

O ambiente a bordo do Ferrari 296 Speciale é puro espírito de competição: fibra de carbono exposta, Alcantara, alumínio e um isolamento acústico mais reduzido, para melhor ouvir o grito rancoroso do V6 biturbo. Este viu a sua intensidade sonora ser elevada, mas dentro dos cada vez mais apertados limites legais.

Destacam-se o painel de instrumentos digital de 16” e o pequeno ecrã de 7” diante do passageiro. O volante concentra os comandos principais, incluindo o mannetino à direita (altera a resposta da suspensão, motor/caixa, som e direção) e o e-manettino à esquerda (gere os modos de propulsão elétrica).

Os bancos podem ser mais confortáveis ou, em opção, mais desportivos em fibra de carbono. A bagageira dianteira do 296 Speciale oferece 169 litros, menos 18 litros que no 296 GTB, complementados por 112 litros atrás dos bancos.

Exclusividade com preço a condizer

As encomendas do Ferrari 296 Speciale — tanto do Coupé como do Aperta — abriram hoje, 29 de abril, mas apenas para clientes “ativos”, ou seja, quem tenha comprado um Ferrari nos últimos cinco anos.

O preço? Cerca de 460 000 euros para o Coupé e mais de meio milhão de euros para o Aperta em Portugal. Ainda assim, a produção prevista para dois a três anos deverá esgotar rapidamente, tal é o entusiasmo gerado. E se precisávamos de um quarto motivo para o 296 Speciale ser mais especial este podia muito bem ser ele.

Especificações do Ferrari 296 Speciale

Ferrari 296 Speciale
Motor (gasolina)
Arquitetura6 cilindros em V
PosicionamentoCentral, longitudinal
Capacidade2992 cm3
Distribuição2×2 A.C.C./24 válv.
AlimentaçãoInj. direta, biturbo, admissão variável e intercooler
Potência700 cv
Binário755 Nm
Potência específica234 cv/l
Motor (elétrico)
PotênciaModo e-Drive: 110 kW (154 cv);
Performance: 132 kW (180 cv)
Binário315 Nm
Rendimento total combinado880 cv
BateriaIões de lítio NMC
Capacidade7,45 kWh
CarregamentoAC: 7 kW;
0-100%: 1h15min
Transmissão
TraçãoTraseira
Caixa de velocidadesAutomática de dupla embraiagem, 8 rel.
Chassis
SuspensãoFR: Duplos triângulos sobrepostos, amortecedores eletrónicos variáveis;
TR: Multibraços, amortecedores eletrónicos variáveis
TravõesFR: Discos ventilados carbocerâmicos de 398 mm;
TR: Discos ventilados carbocerâmicos de 360 mm;
DireçãoAssistência elétrica variável
Diâmetro de viragemN.D.
Dimensões e Capacidades
Comp. x Larg. x Alt.4625 mm x 1968 mm x 1181 mm
Distância entre eixos2600 mm
Capacidade da mala169 litros
Capacidade do depósito65 litros
PneusFR: 245/35 ZR20;
TR: 325/35 ZR20;
Peso (seco)1410 kg (Aperta: 1490 kg)
Relação peso/potência1,6 kg/cv (Aperta: 1,69 kg/cv)
Prestações e consumos
Velocidade máxima+330 km/h
0-100 km/h / 0-200 km/h2,8s / 7,0s (Aperta: 7,3s)
Consumo combinado
(WLTP)
N.D.
Emissões CO2N.D.
Autonomia elétrica25 km