Fisker quer vender um milhão de PEAR por ano com preço sem rival

A Fisker surpreendeu tudo e todos ao mostrar quatro novos modelos no seu primeiro Product Vision Day. Mas houve um que brilhou mais que todos. Falamos do Fisker PEAR.

Neste evento, o construtor californiano mostrou ao mundo os seus planos até 2026, que vão alargar de forma significativa o seu portfólio, que atualmente conta com apenas um modelo, o SUV Ocean.

Nos próximos anos a Fisker vai lançar o Force E, que dá novas competências ao Ocean fora de estrada, o Ronin, um GT descapotável com quatro portas, e a pick-up Alaska.

Apresentação

Ofensiva Fisker com três novidades absolutas: PEAR, Ronin e Alaska

Henrik Fisker tinha prometido e agora cumpriu: três novidades absolutas e uma quarta com base no Ocean, e todos vão chegar ao mercado até 2026.

Miguel Dias

Será o PEAR (acrónimo de Personal Electric Automotive Revolution), contudo, o mais ambicioso e que promete colocar definitivamente a Fisker no mapa da indústria automóvel mundial.

Vai chegar ao mercado em meados de 2025 com preços a começar nos 29 900 dólares nos Estados Unidos da América (EUA), qualquer coisa como 27 300 euros — será que se manterá assim na Europa?

Um preço sem rival para um crossover elétrico que terá como potenciais concorrentes o novo Ford Explorer, o Kia Niro EV ou até os futuros Peugeot e-3008 e Renault Scénic.

Como é que a Fisker vai conseguir este preço?

Henrik Fisker, fundador e diretor executivo da marca, frisou durante a apresentação deste modelo, que por querer que o PEAR seja um modelo “muito acessível”, obrigou “a uma abordagem de design distinta”.

Para o demonstrar, Fisker usou o exemplo do apoio de braço das portas: “neste veículo só temos um modelo de apoio de braço”, afirmou. Explicou que este apoio de braço, ao ter um desenho simétrico, permitiu desenvolver apenas uma peça que serve as quatro portas, ao invés de um apoio específico para cada porta.

“Se alguém precisar de arranjar um apoio de braço só precisamos de mandar um, não precisamos de perguntar para que porta é”, descreveu Fisker.

De acordo com o fundador da marca, este foi um processo que a Fisker tentou implementar noutras áreas do PEAR, de maneira a manter os custos de produção controlados.

Graças a esta filosofia e ao recurso a uma nova plataforma dedicada chamada SLV-1, o PEAR usa menos 35% de componentes do que se usasse uma plataforma convencional. E isto torna o processo de fabrico mais simples e, consequentemente, mais barato.

Preço «canhão» para conquistar o mundo

A Fisker não esconde o jogo e afirma, de forma inequívoca, que o PEAR tem como missão gerar volume. A ambição é grande: Henrik Fisker quer estar a vender um milhão de PEAR por ano já em 2027.

Este é um número significativo e tornaria o PEAR num dos automóveis, senão o automóvel mais vendido do planeta. O Tesla Model Y partilha o mesmo objetivo e poderá atingi-lo já este ano.

Caso o consiga, poderá mesmo destronar o Toyota Corolla do título de carro mais vendido do mundo.

Conseguirá a Fisker colocar o PEAR como um dos automóveis mais vendidos do planeta? Só o tempo o dirá, mas terá um argumento de peso para o conseguir: o tal preço-canhão (para o tipo de veículo que é) abaixo dos 30 mil euros.

Lugar para seis pessoas

Não falta por isso ambição à Fisker, que concebeu o PEAR como uma proposta irreverente, algo que fica evidente logo no exterior. Este crossover compacto adota um design que não deixa ninguém indiferente.

É na traseira que salta à vista uma das soluções mais originais. O portão traseiro não abre para cima (em compasso) nem para os lados. Desce e «desaparece» por detrás do para-choques, a fazer lembrar as portas do BMW Z1, facilitando assim o acesso à bagageira em espaços apertados ou baixos.

Não admira que a Fisker lhe tenha chamado de Houdini Trunk, uma referência a Harry Houdini, um dos maiores ilusionistas de sempre.

Quanto ao interior, apesar das dimensões exteriores relativamente compactas (cerca de 4,5 m de comprimento), a Fisker promete versatilidade, modularidade e… seis lugares.

Sim, isso mesmo. Tal como acontecia com o Fiat Multipla, o PEAR vai contar com duas filas de bancos que podem acomodar até três pessoas cada.

A diferença para o Multipla é que o banco dianteiro é parcialmente corrido. Isto é, há um banco individual para o condutor e um corrido de dois lugares. No Multipla todos os assentos eram individuais.

Ainda no banco dianteiro dos passageiros, importa dizer que ele pode deslizar para a frente e rebater por completo, criando uma espécie de lounge para os lugares traseiros (que também rebatem na totalidade), criando uma base lisa.

“Se quiserem podem inclusive dormir dentro deste carro”, afirmou Fisker, durante a apresentação do interior do PEAR. Podem ver a apresentação completa aqui:

Ecrã rotativo só para a versão de cinco lugares

Apesar da configuração de seis lugares ter sido a escolhida para a apresentação do PEAR, vai poder ser também encomendado com uma configuração mais convencional, de cinco lugares.

Nessa versão, a consola central e o tabliê serão ligeiramente diferentes (uma vez que não é preciso acomodar ninguém ao centro dos lugares da frente), permitindo que a Fisker instale o mesmo ecrã de 17,1” rotativo (pode estar na vertical ou na horizontal) que encontramos no Fisker Ocean.

E qual será a autonomia?

Deixámos as motorizações e as baterias para o fim porque, na verdade, há muito pouco a dizer. Neste capítulo a Fisker continua a não querer revelar o jogo e tudo o que sabemos não passam, neste momento, de rumores.

Porém, de acordo com os britânicos da Autocar, o PEAR vai estar disponível com duas baterias. Uma mais pequena, que vai permitir uma autonomia de até cerca de 240 km (150 milhas), para quem anda apenas em cidade; e outra maior, capaz de oferecer mais de 484 km (300 milhas) de autonomia.

Miguel Dias

Futebol e automóveis, duas paixões que o perseguem. Começou por trabalhar na primeira mas acabou a perceber que aquilo que o fazia mesmo feliz era a segunda.

Fisker

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