Notícias Empresa da Renault apresenta na China um motor híbrido revolucionário

Apresentação

Empresa da Renault apresenta na China um motor híbrido revolucionário

Transformar um elétrico num carro híbrido? Com a tecnologia da Horse vai ser possível a custos reduzidos. Nova vida para a combustão?

HORSE Future Hybrid Concept
© Horse Powertrain

A indústria automóvel está longe de ter encontrado uma solução única para a mobilidade com emissões neutras. Não há dúvida que o caminho passa pela eletrificação, mas a solução está longe de esgotar-se nos elétricos a bateria.

E é precisamente nesse ponto de incerteza — entre elétricos a bateria, combustíveis sintéticos e soluções híbridas — que a Horse, a joint venture do Grupo Renault e da Geely, encontrou espaço para inovar.

A Horse vai apresentar no Salão Automóvel de Xangai — abre portas amanhã — o Future Hybrid Concept, um novo motor “promete baralhar as regras do jogo”. Trata-se de um sistema híbrido que pode mudar a forma como são desenvolvidos os automóveis.

HORSE Future Hybrid Concept, vista explodida
Aqui podemos ver todos os componentes do Future Hybrid Concept

Um elétrico convertido a combustão?

A Horse define este novo sistema como uma cadeia cinemática compacta e modular, composta por um motor de combustão interna, um motor elétrico e transmissão, integrados numa só unidade.

A grande vantagem desta unidade é o seu tamanho compacto e a capacidade de ser montado de forma quase plug-and-play em plataformas originalmente concebidas para veículos 100% elétricos, com alterações mínimas.

Isto representa uma revolução e transforma completamente a lógica de desenvolvimento habitual. Em vez de criar um novo modelo híbrido com uma plataforma dedicada, este sistema permite “hibridar” modelos elétricos já existentes, aproveitando linhas de produção e plataformas já amortizadas.

Dito por outras palavras. É possível converter uma plataforma 100% elétrica para adoptar um motor de combustão. Seja para funcionar como extensor de autonomia ou mesmo como motor de tração. Resultado: redução de custos, complexidade e tempo de produção.

Um híbrido de muita alta tensão

É a primeira vez que se aplica uma arquitetura elétrica de 800 V a um sistema híbrido, uma especificação que até agora era exclusiva de alguns 100% elétricos. Esta tecnologia permite não só carregamentos mais rápidos como também a integração de motores elétricos significativamente mais potentes. E esse detalhe muda tudo.

eMotor Horse
Indústria

Há um novo motor elétrico a ser produzido em Portugal

O novo motor elétrico começou a ser produzido hoje, pela HORSE, na fábrica de Cacia, unidade que foi rebatizada de HORSE Aveiro.

Mariana Teles

Segundo a Horse, esta solução também resolve uma das grandes fragilidades dos híbridos convencionais: a potência limitada em modo elétrico. Com esta nova arquitetura de 800 V, é possível contar com motores elétricos mais potentes que reduzem a necessidade de ativar o motor de combustão, reservando-o para os momentos de maior exigência.

Combustíveis do futuro? Está preparado

O Future Hybrid Concept também antecipa um cenário em que diferentes regiões do globo adotam soluções energéticas distintas. O motor de combustão foi projetado para funcionar com gasolina, etanol (E85), metanol (M100) e combustíveis sintéticos — uma resposta clara às eventuais tendências futuras de mercados como a América do Sul, China ou Europa.

Além disso, o sistema já foi desenvolvido para cumprir os mais exigentes regulamentos globais de segurança e emissões.

Sobre a Horse
A Horse Powertrain é uma joint venture composta pela Renault (45%), Geely (45%) e Aramco (10%), especializada no desenvolvimento de soluções de propulsão híbrida e de combustão. Tem sede em Londres, conta com 19 mil colaboradores, 17 unidades de produção — incluindo a fábrica em Cacia, Portugal — e cinco centros de I&D espalhados pelo mundo.

Um futuro a combustão

O Future Hybrid Concept não promete substituir os elétricos nem competir com os híbridos convencionais. O que oferece é uma alternativa viável para construtores que procuram diversificar o seu portefólio sem duplicar investimentos e ao mesmo tempo responder a contextos regionais com diferentes infraestruturas e exigências regulamentares.

Os primeiros modelos com esta tecnologia deverão chegar às estradas em 2028. A Horse Aveiro, a fábrica portuguesa que produz componentes para esta empresa, poderá ser uma das unidades a contribuir para entrada em produção desta tecnologia.