Novo Hyundai Nexo com pilha de combustível faz mais de 650 km e só emite àgua

Praticamente todas as semanas são apresentados novos carros elétricos a bateria. O ritmo é difícil de acompanhar, mas a Hyundai arranjou tempo para focar-se noutra tecnologia para alimentar igualmente os carros elétricos: a pilha de combustível a hidrogénio, também conhecida por fuel cell.

Hoje, no Salão de Seul (Coreia do Sul), apresentou a nova geração do Hyundai Nexo, ao lado do restyling do IONIQ 6. Em vez de baterias, que armazenam energia, esta segunda geração do Nexo tem uma pilha de combustível que transforma hidrogénio em corrente elétrica. Resultado? Apenas água pura a sair pelo escape.

Um sistema que nós explicámos neste vídeo, com a primeira geração do Hyundai Nexo que agora vai sair de comercialização.

Hidrogénio continua a evoluir

Os sul-coreanos trabalham nesta tecnologia de propulsão há mais de 25 anos. Esta segunda geração do Hyundai Nexo não só tem um design exterior, como também melhorou significativamente o seu sistema de propulsão de pilha de combustível.

Em termos estilísticos, os impressionantes faróis pixelados poderiam ter saído de um filme de ficção científica. Não fosse o facto de já estarmos preparados para eles, depois da chegada dos mais recentes modelos da Hyundai tais como o IONIQ 9, o Santa Fe ou o mini-elétrico Inster.

Subida de rendimento

Em comparação com o seu antecessor, a potência subiu. O novo motor elétrico entrega até 150 kW (204 cv), mais do que os 120 kW (163 cv) do antecessor, mas o binário de 350 Nm de binário é inferior aos 395 Nm do antecessor, sempre com tração dianteira. Este aumento de potência permitiu melhorar as performances: os 0-100 km/h são agora cumpridos em 7,8s (antes 9,2s) e a velocidade máxima aumentou de 172 km/h para 179 km/h.

Todo o sistema (pilha de combustível mais a bateria de 2,64 kWh) que alimenta o motor é também mais potente, enquanto que os três tanques de hidrogénio apresentam apenas um aumento residual da sua capacidade, que passou de 6,33 kg para 6,69 Kg.

A Hyundai diz que dá para uma autonomia de 650 km, sensivelmente igual à do primeiro Nexo. Em apenas cinco minutos é possível reabastecer totalmente os tanques de hidrógenio.

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Os engenheiros sul-coreanos destacam ainda as melhorias introduzidas no funcionamento do sistema a temperaturas negativas, graças a uma nova geração de membranas, que, segundo os técnicos, permitirão que os arranques a estas temperaturas sejam feitos mais rapidamente.

Interior moderno

Por dentro, o Nexo de 4,75 m de comprimento (+8 cm que antes) elevou os níveis de conforto proporcionados e dispõe dos módulos de comandos e ecrãs (de 12,3”, tanto o da instrumentação como o do infoentretenimento, montados contiguamente) que conhecemos nos mais recentes modelos da Hyundai.

Há bastantes superfícies de toque suave, muitos locais para guardar pequenos objetos, ar condicionado automático multizonas, assentos climatizados, diversas entradas USB e duas bandejas de carregamento para telemóveis. 

Quando os encostos dos bancos traseiros são rebatidos, o espaço de carga de 493 litros expande-se até aos 1719 litros. Opcionalmente, é possível encomendar o Hyundai Nexo com espelhos retrovisores digitais, tanto exteriores como interiores.

Para quem tencione emprestar o Nexo à sua família vasta ou amplo círculo de amigos, o carro dispõe de uma chave digital que pode ser partilhada com até 15 dispositivos.

Como funciona a pilha de combustível?

O sistema de pilha de combustível baseia-se em módulos PEM (Membrana Condutora de Protões) LT (Baixa Temperatura). As células individuais são combinadas para formar um módulo. Cada membrana situa-se entre um ânodo e um cátodo na pilha de combustível. O hidrogénio flui para dentro da célula na extremidade do ânodo e o oxigénio na extremidade do cátodo. O hidrogénio e o oxigénio reagem e combinam-se para formar água no lado do cátodo, libertando-se energia nesse processo.

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No ânodo, o hidrogénio é dividido em eletrões e protões. Os protões com carga positiva “migram” através da membrana para o cátodo. Os eletrões com carga negativa dirigem-se para o cátodo através do circuito elétrico externo. Este fluxo de corrente elétrica fornece a energia elétrica necessária. No cátodo, os protões reagem com o oxigénio afluente e com os eletrões para produzir “água processada”, a maior parte da qual escapa através do sistema de escape.

A eficiência energética (a capacidade de converter o combustível, no caso o hidrogénio, em energia utilizável para o movimento das rodas) atinge os 60%, muito acima dos 40% dos melhores híbridos do mercado ou de um veículo com motor a combustão (na ordem dos 30%), mesmo que inferior a um elétrico com bateria (sempre superior a 70%, na pior das hipóteses).

A pilha de combustível converte a energia química do processo de oxidação diretamente em energia elétrica; este processo de oxidação é também conhecido como “combustão a frio”. Os “gases” libertados pelo escape não são mais do que vapor de água limpa.

Especificações técnicas

Atualizado às 16h00

Joaquim Oliveira

Com mais de 30 anos de carreira, Joaquim Oliveira é um dos mais reputados jornalistas do setor automóvel. Colabora com a Razão Automóvel desde 2019.

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