Maior e com dois lugares extra mas novo Mercedes-AMG GT continua fiel ao V8

O «miúdo» cresceu e tornou-se um «adulto» é como poderíamos sintetizar a segunda geração do Mercedes-AMG GT, fresca de ser revelada no Monterey Car Week, na Califórnia, EUA.

Dizemos isso, porque apesar dos contornos familiares, cresceu bastante e até ganhou dois lugares, a bagageira pode agora levar mais que um saco de golfe, tem quatro rodas motrizes e… ganhou uns quilinhos valentes no processo. Por outro lado — não receiem —, o carismático V8 biturbo continua presente.

Podemos mesmo dizer que o Mercedes-AMG GT é agora mais GT (Grand Tourer) que nunca, adicionando uma camada adicional de conforto, luxo e sofisticação que o antecessor.

Mercedes-AMG GT cresceu e ficou (bem) mais pesado

Talvez fosse previsível que a segunda geração tomasse este rumo depois de termos conhecido o SL (R 232) em 2021. É que o novo Mercedes-AMG GT partilha quase tudo com o roadster.

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Desde a base — que detalhámos quando foi revelada —, ao interior que parece ser em tudo idêntico entre os dois modelos, passando, claro está, pelo chassis e motorizações.

Se, na altura, ficámos surpreendidos com as generosas dimensões e peso do SL, talvez não surpreenda tanto que o GT, ao herdar quase tudo deste, apresente-se em moldes largamente idênticos e tenha crescido tanto relativamente ao antecesssor (vejam na galeria):

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As dimensões não foram as únicas a aumentar; a sua massa também subiu… consideravelmente. São 1970 kg (norma CE) declarados, igualando o SL e suplantando o anterior GT em entre 270 kg e 320 kg (dependendo da versão).

«Culpem» não só o aumento das dimensões, como a adição da tração às quatro rodas, o eixo traseiro direcional e a maior quantidade de equipamento (segurança, aerodinâmica ativa e conforto).

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O novo Mercedes-AMG GT afasta-se dos potenciais rivais a este nível, como o mais compacto e leve Porsche 911 Turbo (1715 kg) ou o Maserati GranTurismo Trofeo, que é maior, mas fica-se pelos 1795 kg.

V8 biturbo a dobrar para redimir

Se o novo Mercedes-AMG GT cresceu e engordou, a redenção encontra-se por debaixo do seu longo capô na forma do carismático e ribombante 4.0 V8 biturbo (M 178), uma das imagens de marca do coupé.

Este apresenta-se em duas versões com 476 cv (e 700 Nm) e 585 cv (e 800 Nm), a que correspondem, respetivamente, aos GT 55 4MATIC+ e GT 63 4MATIC+ — tal e qual o SL…

A transmissão às quatro rodas é sempre feita através da AMG SpeedShift MCT 9G, uma caixa automática de nove relações que prescinde do conversor de binário por uma embraiagem multidiscos.

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Tudo isto resulta em 3,2s nos 0 aos 100 km/h para o GT 63, que é ainda capaz de atingir os 315 km/h. Já no GT 55, o mesmo exercício resulta em 3,9s e 295 km/h.

Estão previstas mais motorizações. Praticamente certa parece ser a opção híbrida plug-in que combina o V8 biturbo com um motor elétrico traseiro, tal como já vimos no GT 63 S E Performance 4 portas. O que significa levar o GT para lá dos 800 cv.

Fica a dúvida se veremos um Mercedes-AMG GT de quatro cilindros equivalente ao SL 43. Este recorre a uma variante mild-hybrid e com turbocompressor elétrico do M 139 e conta apenas com duas rodas motrizes.

Mais eficácia e conforto… Menos diversão?

Para manter toda a performance e massa sob controlo, o novo Mercedes-AMG GT conta com um «arsenal» notável.

A tração às quatro rodas é variável, podendo enviar todo o binário para o eixo traseiro ou até 50% deste para o eixo dianteiro. Atrás conta ainda com um diferencial autoblocante eletrónico.

Do SL herda o esquema de suspensão multilink (cinco braços) à frente e atrás, contando com barras estabilizadoras ativas e amortecimento adaptativo (AMG Active Ride Control) de série. Também de série é o eixo traseiro direcional, que promete potenciar a agilidade e estabilidade deste maior e mais sofisticado GT.

Como é que isto tudo se traduzirá na experiência de condução? Teremos de aguardar mais tempo para o comprovar, mas a marca dá ênfase ao maior conforto e sofisticação a bordo, pelo que parece que este novo e mais «maduro» GT terá um caráter distinto do antecessor.

2+2 é novidade

Saltando para o interior, é aqui que encontramos uma das maiores novidades do novo Mercedes-AMG GT.

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Sim, pode ser idêntico ao do SL (excetuando o ecrã central ajustável), mas o GT ganhou nesta geração dois lugares adicionais — as suas dimensões acrescidas devem ter algo a ver com isto…

Dito isto, não esperem conseguir «esticar as pernas» na segunda fila de bancos. São bastante pequenos, algo confirmado no comunicado da Mercedes-AMG: “(…) são indicados para pessoas até 1,5 m de altura”.

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Deverá ser difícil levar atrás mais um par de amigos ou… parceiros de negócios. Até podem «safar» numa situação de emergência, mas, de momento, o facto de podermos rebater a segunda fila é a sua maior vantagem.

Isto porque quando o fazemos a capacidade da bagageira aumenta significativamente (vejam a galeria):

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Graças ao espaço adicional — para pessoas e bagagem —, o novo GT promete ser mais usável e versátil e poderá servir para mais do que uma «escapadinha» de fim de semana.

Quando chega?

O novo Mercedes-AMG GT tem chegada prevista no último trimestre deste ano, mas ainda não foram avançados preços.

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Como referência, os roadsters SL 55 e SL 63 custam, respetivamente, 221 050 euros e 251 500 euros, pelo que não surpreenderá que o novo GT venha a ser proposto por valores semelhantes.

Fernando Gomes

Entrou no universo dos automóveis através do design, hoje expressa a sua paixão pelo automóvel na escrita.

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