Notícias Vision One-Eleven. Mercedes surpreende com supercarro elétrico

Apresentação

Vision One-Eleven. Mercedes surpreende com supercarro elétrico

O Mercedes-Benz Vision One-Eleven homenageia os protótipos C 111 dos anos 70, mas dá-nos também um vislumbre do futuro tecnológico da marca.

Mercedes-Benz Vision One-Eleven frente 3/4
© Mercedes-Benz

A Mercedes-Benz revelou o Vision One-Eleven, uma visão para um supercarro elétrico do futuro, mas sem esquecer o passado, sendo uma espécie de tributo aos vários protótipos experimentais C 111 da década de 70.

O primeiro C 111 surgiu em 1969 e nos anos seguintes daria origem a quatro evoluções e 16 unidades construídas.

Mercedes-Benz C 111 e Vision One-Eleven
© Mercedes-Benz O primeiro C 111 posa com o Vision One-Eleven.

Foi um laboratório rolante para a Mercedes-Benz, que o usou para testar novas tecnologias e motorizações. Começou por ser equipado com um motor Wankel e terminou com um V8 biturbo, e até chegou a ser equipado com um motor Diesel.

O novo Vision One-Eleven (visão 1-11), apesar de ser mais um exercício de estilo do que um protótipo de testes, mostra o seu lado… visionário, ao ser equipado com dois motores elétricos de fluxo axial da britânica YASA.

Além destes, o Vision One-Eleven encerra mais tecnologias que poderemos ver em futuros modelos da Mercedes-Benz.

Unir o passado e o futuro

Porém, é o design do Vision One-Eleven que capta, desde logo, todas as atenções. Não é difícil ver a ligação ao primeiro C 111, reinterpretando os elementos mais marcantes do protótipo.

Desde a frente, com faróis redondos — aqui reinterpretados com um motivo gráfico do pixel — integrados na entrada de ar horizontal dianteira, às portas asa-de-gaivota, passando pelas duas saídas de ar no capô à traseira.

Esta última, além de contar com vários elementos aerodinâmicos, tem um painel horizontal com as extremidades arredondadas que reflete a forma da grelha dianteira, e repete o motivo do pixel, dando também forma aos farolins traseiros.

É o perfil que mais distingue o Vision One-Eleven do C 111, com a silhueta a revelar uma única linha em arco (one bow) que tem início na frente e termina na traseira, sem qualquer quebra na sua orientação. Trata-se do mesmo traço estilístico que define a nova geração de berlinas elétricas da Mercedes-Benz, nomeadamente o EQS e o EQE.

Retro-futurismo e realidade aumentada

Saltando para o cockpit, o Vision One-Eleven demarca-se pela oferta de espaço acima do habitual para um supercarro. O que é possível não só por ser elétrico, como é potenciado pelo uso dos motores de fluxo axial, que são mais compactos que os motores elétricos convencionais.

Além do espaço a bordo, o design interior distingue-se pela mistura o nostálgico com o contemporâneo.

O painel de bordo é um ecrã horizontal a toda a largura, mas ao contrário do imenso HyperScreen, este painel recupera a estética digital dos anos 70-80, recuperando o motivo do pixel que já vimos no exterior do Vision One-Eleven.

A combinação de cores é também distinta, casando um laranja vivo com prateado, este último a fazer recordar a estética da «era do espaço» que marcou a década de 60.

Bancos do Vision One-eleven
© Mercedes-Benz A cadeia cinemática compacta permite libertar espaço atrás dos ocupantes para colocar uma mala… pequena.

O lado mais futurista do interior reside. na possibilidade de usar uns óculos Magic Leap 2 de realidade aumentada, capaz de transformar todo o interior do Vision One-Eleven num interface para o utilizador. E permite até «ver» através dos pilares A.

Com o uso da realidade aumentada, não só o interior pode servir de interface, como a fronteira com o exterior é esbatida, com a sobreposição de elementos como ícones 3D ou navegação ao «mundo real».

Futuro dos motores elétricos na Mercedes-Benz

Por agora, a Mercedes-Benz não divulgou quaisquer números relativos à performance do Vision One-Eleven.

Porém, sabemos que integra os já mencionados motores elétricos de fluxo axial da YASA — dois, um por cada roda traseira.

Comparando com os convencionais motores elétricos radiais, os de fluxo axial são mais estreitos e leves (em cerca de 1/3). Além disso, a densidade de potência é três vezes superior e a do binário duas vezes.

A Mercedes-Benz vê nos motores elétricos de fluxo axial um enorme potencial e, talvez por isso, tenha adquirido a YASA em 2021.

O próximo passo será equipar os seus futuros elétricos com este tipo de motores, tendo confirmado nesta revelação do Vision One-Eleven que os vai produzir na sua fábrica de Berlin-Marienfelde, na Alemanha.

Mercedes-Benz Vision One-Eleven frente com elementos cadeia cinemática à volta
© Mercedes-Benz

Também a bateria ganha destaque neste supercarro elétrico, com a Mercedes-Benz a anunciar uma nova química para as células cilíndricas — sem referir que química é —, arrefecidas por líquido. E aqui, importar referir o contributo da divisão Mercedes-AMG High Performance Powertrain localizada em Brixworth.

O Vision One-Eleven chegará à linha de produção?

Como foi referido no início, o Vision One-Eleven é uma homenagem ao C 111, funcionando mais como um exercício de estilo do que estar a prever um futuro supercarro elétrico da marca da estrela.

Deste concept importa mais para o futuro da Mercedes-Benz a sua tecnologia, especialmente a relacionada com a sua cadeia cinemática.