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Marca que ninguém conhece fez o hipercarro mais impressionante do ano

Motor V12 naturalmente aspirado, caixa manual e zero ajudas elétricas. É esta a fórmula do Nilu, um hipercarro de sonho para os mais puristas.

Nilu vista de cima
© NILU

Depois do T.50 da Gordon Murray Automotive, há outro hipercarro com um motor V12 naturalmente aspirado, sem qualquer tipo de eletrificação, construído a pensar nos puristas. Chama-se Nilu e é a primeira criação da Nilu27, empresa fundada pelo designer Sasha Selipanov.

Provavelmente nunca ouviram falar dele, mas foi do seu lápis que nasceram as linhas do Bugatti Chiron e do Bugatti Vision Gran Turismo, além de também ter contribuído para o design final do Huracán, durante a sua passagem pela Lamborghini.

Mas o seu currículo não acaba aqui. É que antes de fundar a Nilu27, Selipanov assumiu as rédeas do design da Koenigsegg, criando o Gemera e o CC850.

Agora, bem ao estilo de Horacio Pagani, Selipanov resolveu dar vida ao sonho de criar o seu próprio hipercarro, numa espécie de ode ao purismo, seja estético, seja mecânico.

Obra de arte em forma de V12

O Nilu recusa embarcar nas duas maiores tendências da indústria automóvel atual: a digitalização e a eletrificação. Por outro lado, aposta numa receita analógica, assente num portentoso motor V12, naturalmente aspirado, e numa caixa manual de sete velocidades.

Montado em posição central longitudinal, este V12 — da neozelandesa Hartley Engines — adota uma configuração Hot V, apesar de não contar com qualquer turbo, e é capaz de gritar até perto das 12 000 rpm.

Nilu motor
© NILU Escultura mecânica.

Aliás, segundo Sasha Selipanov, é até capaz de ultrapassar as 15 000 rpm, mas para não por em causa o compromisso entre performances e fiabilidade, a barreira das 12 000 rpm pareceu mais… sensata. Nem acredito que acabei de escrever «sensata» e «12 000 rpm» na mesma frase.

“Este não é um motor original de outro fabricante; é um monstro de grande diâmetro e curso curto feito por encomenda”, revelou Nelson Harley, fundador da Hartley Engines, citado pela Top Gear, antes de dizer: “Queremos ter suores frios cada vez que este V12 ligar e acelerar”.

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E ainda nem falámos nos números. É que apesar do Nilu ser centrado na experiência ao volante e nas emoções que é capaz de gerar, tem cifras capazes de deixar a concorrência em sentido: mais de 1013 cv (1000 bhp) de potência, para apenas cerca de 1200 kg.

Até o escape é especial…

Mas há mais. Olhem só para o sistema de escape que mais parece ser uma autêntica obra de arte. Construído integralmente em Inconel, uma superliga à base de níquel-crómio com uma resistência excecional a altas temperaturas, este sistema de escape (12 para 1) surge completamente exposto, culminando em três imponentes ponteiras centrais.

Nilu traseira
© NILU

Depois temos que falar no que está por baixo da carroçaria, a começar logo na monocoque em fibra de carbono e no chassis tubular em liga de alumínio.

Na traseira, além do motor e do escape, conseguimos ver ainda o esquema de suspensões, que também está exposto, que assenta numa configuração do tipo double wishbone e pushrod.

Aliás, a secção traseira surge totalmente descoberta, expondo a nobre mecânica do Nilu, que parece ter sido executada com o rigor e a exatidão da alta relojoaria suíça. A estrutura inferior é, só por si, uma autêntica obra de arte e podia perfeitamente estar exposta num museu.

Nilu vista de cima
© NILU

Contudo, na maio parte do tempo estará escondida por uma carroçaria que, felizmente, também merece o nosso aplauso: a imagem exterior do Nilu é fluída, mas ao mesmo tempo é impactante, por culpa das várias entradas de ar e dos muitos vincos, todos com fortes responsabilidades aerodinâmicas.

No interior, que acedemos através de portas do tipo asa de gaivota, é fácil fazer a ponte para os protótipos de Le Mans dos anos 60, com o Ferrari 330 P4 à cabeça, que serviram de inspiração para este habitáculo quase 100% analógico. O único ecrã que encontramos é mesmo o espelho retrovisor traseiro digital.

E o preço?

Quanto ao preço, Selipanov optou por não o divulgar, mas confirmou que a ambição da Nilu27 é construir 15 unidades do Nilu exclusivamente homologadas para circuito, para só depois avançar para a produção de 54 exemplares homologados para estrada.

A primeira aparição do Nilu está agendada para a próxima semana, em Pebble Beach, na Califórnia (EUA).