Mais de 400 km para o primeiro Opel Astra elétrico

Com a revelação do Opel Astra Electric, é interessante observar as diferenças na estratégia das marcas europeias à medida que as suas gamas se começam a fazer cada vez mais de modelos (ainda) com motores de combustão com outros unicamente movidos a eletricidade.

Enquanto marcas como a Mercedes-Benz ou a Volkswagen criaram um espaço próprio dentro das suas gamas como sub-marcas independentes (respetivamente, EQ e ID), com direito a nome e design próprios, a Opel está a seguir o caminho da BMW e a dar ao consumidor a opção de escolher entre diferentes tipos de propulsão (gasolina, Diesel, híbrido plug-in ou elétrico) nos mesmos modelos.

Aliás, como já acontece noutras marcas do Grupo Stellantis, como a Peugeot, a Citroën ou a Jeep, onde apenas aparecem prefixos ou sufixos que incluem apenas ou também a letra “e”.

Assim, o novo Opel Astra Electric pouco muda em termos de exterior (se descontarmos a inexistência de tubos de escape e uma grelha frontal fechada) além da sigla “e” na tampa do porta-bagagens, seja na carroçaria de cinco portas seja na Sports Tourer, a carrinha, que irão chegar ao mercado no próximo mês de julho.

Sistema elétrico conhecido

O Astra Electric vai adotar o sistema elétrico com motor de 115 kW (156 cv) e 270 nm, que vimos ser introduzido em modelos como o Peugeot e-308 ou o Jeep Avenger, por exemplo.

Ao contrário do que acontece noutros modelos elétricos neste segmento, que limitam a velocidade máxima a 150 km/h ou 160 km/h, o Astra Electric vai um pouco mais além, chegando aos 170 km/h.

3 imagens

Uma opção que pode ser interessante no mercado alemão, onde são vários os condutores que se sentem um pouco constrangidos quando efetuam viagens em autobahns sem limite de velocidade e onde se têm que encolher para a via mais à direita, sob pena de se tornarem um empecilho para o normal fluir do trânsito.

Existe apenas uma bateria disponível, relativamente pequena, de 54 kWh, mas o baixo consumo WLTP homologado de 14,9 kWh/100 km permite que o Astra a pilhas anuncie uma autonomia de 416 km para uma carga completa — no Jeep Avenger, por exemplo, são menos 10 km com a mesma bateria devido à carroçaria mais alta do SUV compacto, que prejudica a sua aerodinâmica comparativamente com o Astra.

3 imagens

No entanto, o Astra elétrico apenas pode carregar a bateria a um máximo de 100 kW (corrente contínua, DC), o que é claramente menos do que os concorrentes Volkswagen ID.3 (120 kW a 170 kW) ou o Renault Mégane E-Tech Electric (130 kW).

Comparativo

Kia Niro EV vs Volkswagen ID.3 vs Renault Mégane E-Tech. Qual o melhor?

Estão a pensar comprar um 100% elétrico de segmento C que seja capaz de servir uma família? Então este comparativo é obrigatório.

Miguel Dias

Em corrente alternada (AC) a corrente máxima que entra na bateria de 17 módulos e 102 células é de 11 kW, neste caso igual ao Volkswagen e metade do que pode aceitar o Mégane nas versões mais potentes. Mas como a bateria do Astra é relativamente pequena, o carregamento de 10% a 80% tarda pouco mais de meia hora.

Para quem o volume da bagageira não seja suficiente no hatchback, a variante Sports Tourer poderá ser a melhor alternativa, com a sua bagageira de 516 litros (548 l nas Sports Tourer híbridas plug-in e 608 l nas apenas combustão), com a segunda fila de bancos na sua posição normal. E se estes forem rebatidos, essa área cresce até aos 1553 litros, que já dão para uma visita ao Ikea sem grandes embaraços.

Quando chega e quanto custa?

Como já referimos no início do texto, o novo Opel Astra Electric chegará ao mercado nacional no início do verão de 2023, em julho, com preços que deverão começar nas imediações dos 40 mil euros.

Joaquim Oliveira

Com mais de 30 anos de carreira, Joaquim Oliveira é um dos mais reputados jornalistas do setor automóvel. Colabora com a Razão Automóvel desde 2019.

Opel, Astra, Berlina, Carrinha

Elétricos, Opel, Opel Astra, Opel Astra Electric