Este é o primeiro Porsche 911 híbrido. Especificações e preços para Portugal

Com exceção feita a alguns detalhes nos para-choques dianteiro e traseiro, pouco muda no design exterior e interior do novo Porsche 911 (geração 992.2).

A principal novidade no interior é a substituição do painel de instrumentos analógico por um totalmente digital, com um ecrã de 12,6″. No entanto, ainda não é nesta atualização que o 911 recebe um head-up display.

No topo da lista de novidades para o Porsche 911, no entanto, está a primeira versão híbrida da história deste modelo, exclusiva para a designação Carrera GTS. Sendo que, sobre esta, muitos dos clientes da marca esperavam que fosse um sistema híbrido plug-in (com possibilidade de carregamento externo e com uma autonomia elétrica dilatada).

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Ainda assim, a opção da Porsche foi diferente: ”Testámos uma série de ideias e abordagens para podermos perceber qual seria o sistema híbrido que melhor se integrava com o 911. E esta foi a solução que nos pareceu melhor servir o objetivo de melhorar as prestações e a eficiência”, explica Frank Moser, responsável pelas gamas 911 e 718.

O motor boxer de seis cilindros do 911 T-Hybrid foi totalmente alterado para esta nova versão. A cilindrada regressou aos antigos 3,6 l — subiu dos 3,0 l do 992.1 —, e em vez de contar com dupla sobrealimentação, passou a ser equipado por apenas um turbo elétrico.

O turbocompressor tem um motor elétrico integrado de 11 kW (15 cv), que está engenhosamente instalado entre o compressor e a roda da turbina. Desta forma, é possível gerar a pressão necessária para a sobrealimentação de uma forma quase instantânea.

Mas, fazendo jus à designação T-Hybrid, o boxer passou a contar com o auxílio de um motor elétrico, integrado na caixa automática PDK de dupla embraiagem e oito velocidades, com 40 kW (54 cv) de potência e 150 Nm de binário.

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Ambos os motores elétricos estão ligados a uma bateria de 400 V, com uma capacidade de apenas 1,9 kWh e um peso e dimensões equiparadas a uma bateria de 12 V convencional. Está instalada na secção dianteira do carro, no local onde estava a bateria de 12 V na geração 992.1.

Mas o Porsche 911 híbrido continua a necessitar de uma bateria tradicional de 12 V. A solução encontrada pela Porsche, no entanto, foi tudo menos tradicional para atender a esta necessidade.

Para não aumentar o peso do 911 híbrido, a bateria de 12 V passou a ser de iões de lítio, em vez de uma bateria de chumbo tradicional, que seria mais pesada. E passou para a secção traseira do carro, com o objetivo de melhorar a distribuição. Mesmo assim, o novo 911 Carrera GTS é 50 kg mais pesado que o antecessor.

Os números do 911 T-Hybrid

Com a presença deste novo sistema híbrido, o rendimento total do sistema de propulsão do Porsche 911 Carrera GTS aumenta dos 485 cv e 570 Nm entregues apenas pelo motor de combustão, para 541 cv de potência máxima e 610 Nm de binário.

E de acordo com a informação fornecida pelos responsáveis pelo desenvolvimento deste 911 híbrido, os ganhos mais relevantes de eficiência acontecem quando o carro é conduzido a velocidades mais elevadas.

Dito isto, não esperem consumos de Diesel: são anunciados 11,0-10,5 l/100 km (ciclo combinado WLTP), que estão nivelados com os 10,7 l/100 km do anterior Carrera GTS.

A maior diferença entre os dois 911 Carrera GTS (992.1 e 992.2) está na performance. Os 61 cv e 40 Nm de diferença traduzem-se em menos 0,4s nos clássicos 0-100 km/h: 3,4s contra 3,0s (sempre com Sport Chrono). Até aos 200 km/h a diferença cresce para os 1,1s: 11,6s contra 10,5s. A velocidade máxima aumentou um magro quilómetro por hora, para os 312 km/h.

Apesar de ainda não terem sido divulgados números oficiais em termos de prestações, a Porsche já revelou que esta versão efetuou uma volta completa ao traçado do Nürburgring-Nordschleife em 7m16,934s, ou seja, é 8,7 segundos mais rápido do que o anterior GTS.

Gama e preços do Porsche 911 (992.2)

No que diz respeito ao Porsche 911 Carrera de entrada de gama, existem várias alterações técnicas. O motor mantém a cilindrada de 3,0 l e os dois turbocompressores, mas vê a potência máxima passar para os 394 cv e o binário para os 450 Nm. Com isso, a velocidade máxima anunciada fica marginalmente mais elevada (294 km/h em vez de 293 km/h).

O Porsche 911 Carrera utiliza agora o intercooler dos 911 Turbo e os turbos são os mesmos utilizados pelo anterior Porsche 911 Carrera GTS (992.1).

Estão disponíveis, em opção, jantes de diferentes dimensões para as rodas dianteiras e traseiras (19”-20” ou 20”-21”) e tanto a versão Carrera GTS como o Turbo, passam a contar com eixo traseiro direcional no equipamento de série pela primeira vez.

O novo Porsche 911 (geração 992.2) já está disponível para encomenda. Os valores para o mercado nacional também já foram revelados, deixando a gama do Porsche 911 organizada da seguinte forma:

• 911 Carrera — desde 160 540 euros;
• 911 Carrera GTS — desde 213 550 euros;
• 911 Carrera 4 GTS — desde 222 302 euros;
• 911 Carrera Cabriolet — desde 176 277 euros;
• 911 Carrera GTS Cabriolet — desde 229 521 euros;
• 911 Carrera 4 GTS Cabriolet — desde 237 988 euros;
• 911 Targa 4 GTS — desde 238 275 euros.

Atualizado às 21:45 — foram adicionados dados relativos às performances e consumos.

Joaquim Oliveira

Com mais de 30 anos de carreira, Joaquim Oliveira é um dos mais reputados jornalistas do setor automóvel. Colabora com a Razão Automóvel desde 2019.

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