Notícias Novo Renault Master 2024 para todos os gostos: Diesel, elétrico e hidrogénio

Apresentação

Novo Renault Master 2024 para todos os gostos: Diesel, elétrico e hidrogénio

A Renault revela a quarta geração do Master, o seu maior furgão, e pudemos conduzir (brevemente) a nova e muito melhorada versão elétrica.

Renault Master na estrada frente 3/4
© Renault

O primeiro Renault Master foi lançado no distante ano de 1980 e a geração agora revelada, a chegar em 2024, é apenas a quarta.

O que faz com que cada geração fique bastante tempo no mercado — a anterior vai com 13 anos —, pelo que, quando surge uma nova, é de esperar um salto significativo a todos os níveis. A Renault não desiludiu a esse nível.

© Renault

O Renault Master é 100% novo. Assenta sobre uma nova plataforma multi-energias, tem novo design mais aerodinâmico, interior mais funcional e vem com um amplo arsenal tecnológico — de duas dezenas de assistentes à condução a novos sistemas de conectividade e infoentretenimento.

Sem esquecer, claro, que se trata de um enorme furgão (o maior da Renault), e incorpora uma enorme flexibilidade de configurações: o construtor anuncia mais de 40 silhuetas e inúmeras possibilidades de conversões, tração dianteira ou traseira, e capacidades de carga acrescida (volume e peso).

De Aerovan a escritório móvel

O novo Renault Master apresenta um novo design, destacando-se a nova face que adota as luzes diurnas em “C” vistas em tantos outros Renault — apesar de a marca estar a ir noutra direção nos modelos de passageiros.

O que não é tão evidente à primeira vista é a otimização aerodinâmica do furgão, com a Renault a declarar um SCx (área da superfície frontal multiplicada pelo coeficiente de resistência aerodinâmica) 20% inferior. Não admira que a Renault lhe chame de Design Aerovan.

Para alcançar esse resultado, os designers da Renault inclinaram mais o para-brisas, avançando a sua base e encurtando o capô. A traseira é agora um pouco mais estreita (reduz a esteira) e ajustaram a inclinação do tejadilho. Otimizaram ainda o desenho dos retrovisores e das entradas de ar.

© Renault
Aero-desafios
As dimensões muito grandes do Renault Master obrigaram a usar um modelo com 83% do tamanho real para caber no túnel do vento de Saint-Cyr habitualmente usado. Quando passaram para o modelo à escala 1:1, a Renault recorreu a um túnel de vento para… aviões.

O apuro aerodinâmico permitiu melhorar a insonorização a bordo e a eficiência do veículo: a Renault declara menos 39 g/km de CO2 para os Master com motor Diesel — menos 1,5 l de gasóleo por cada 100 km —, colocando o Master pela primeira vez abaixo das 200 g/km. Um benefício que também ajudou o Master 100% elétrico a elevar a sua autonomia sem adicionar capacidade à bateria.

Saltando para o interior do Renault Master, houve o objetivo de o aproximar dos veículos de passageiros, com um design mais convidativo e revestimentos mais agradáveis. Há também novos conteúdos tecnológicos, como o sistema multimedia OpenR Link (base Google), acessível através de um ecrã tátil de 10″ que é de série em todas as versões.

No entanto, sendo um furgão que, para muitos, é também o seu «escritório», a Renault anuncia mais espaço e funcionalidade. Há mais espaços de arrumação na cabine totalizando 135 l (mais 25% que o antecessor), e podemos rebater as costas do banco central transformando-o numa base para um portátil, não faltando portas USB-C.

Diesel mais eficiente e elétrico vai mais longe

Na «casa das máquinas», tal como está a acontecer nos veículos de passageiros, também não falta diversidade no novo Master. Há novas motorizações Diesel, elétricas a bateria e a Renault anuncia ainda uma motorização elétrica com pilha de combustível a hidrogénio (fuel cell) mais para a frente.

Os motores Diesel têm por base um bloco de quatro cilindros e 2,0 l de capacidade, com diferentes patamares de potência: 105 cv, 130 cv, 150 cv e 170 cv. Há ainda duas transmissões à escolha: caixa de velocidades manual ou a EAG9, uma nova caixa automática (conversor de binário) de nove velocidades.

O Renault Master E-Tech, com motorização elétrica a bateria, é aquela que dá o salto evolutivo mais significativo. Basta comparar as especificações.

Na anterior geração tinha apenas 57 kW (76 cv) e 220 Nm e bateria de apenas 33 kWh, que subiu para 52 kWh em 2022, com autonomias de, respetivamente, 120 km e 190 km. Na nova geração passamos a ter números mais vigorosos.

© Renault O novo Renault Master E-Tech pode carregar até 130 kW em corrente contínua (DC), que permite adicionar 229 km de autonomia em 30 min. As funcionalidades de carregamento Vehicle-to-Grid (V2G) and Vehicle-to-Load (V2L) abrem a possibilidade de carregar outros dispositivos.

Passam a haver duas versões à escolha:

  • 96 kW (130 cv) e 300 Nm, bateria de 40 kW, 180 km de autonomia;
  • 105 kW (143 cv) e 300 Nm, bateria de 87 kWh, 410 km de autonomia.

Com estes números, o Renault Master E-Tech declara 1625 kg de capacidade de carga e 2500 kg de reboque — algo que não era possível de fazer com o anterior.

Primeiras (breves) impressões

Foi precisamente o Renault Master E-Tech que tive oportunidade de conduzir (muito brevemente), no início deste mês no histórico Centro Técnico de Aubevoye, França, onde a Renault desenvolve secretamente todos os seus modelos — foram vários os camuflados avistados, sobretudo o novo Rafale.

A Renault, para mais, deu-nos acesso ao Master elétrico que agora cessa funções, para melhor perceber o salto geracional. E mesmo estando o novo Master camuflado — evento aconteceu semanas antes da revelação oficial —, as diferenças… ao volante eram claras.

Agora sei que conduzi o novo Master E-Tech mais potente e com a maior bateria — na altura não revelaram nenhumas especificações —, mas ao ter quase duas vezes mais potência e 80 Nm de binário, a performance é simplesmente incomparável.

Sobressaiu também a superior agilidade e manobrabilidade do novo Master, que é combinada com uma direção mais leve e direta, além de uma insonorização mais cuidada, o que contribui para uma muito superior agradabilidade de condução.

De elogiar, fosse no novo ou no antigo Master, é o tato e modulação do pedal do travão, que faz inveja a muitos elétricos, mesmo os ligeiros de passageiros.

Quando chega?

O novo Renault Master continuará a ser produzido nas instalações da marca em Batilly, no leste de França, como tem sido desde a primeira geração. A nova geração tem chegada prevista para a primavera de 2024.