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Hidrogénio

Futuro no hidrogénio. Stellantis duplica oferta de furgões fuel cell

A divisão de veículos comerciais Stellantis Pro One reforça a sua aposta na pilha de combustível a hidrogénio, com mais furgões e a chegada a mais mercados.

Novos furgões hidrogénio grandes da Stellantis
© Stellantis

A Stellantis Pro One renovou, de uma assentada, toda a sua gama de furgões — pequenos, médios e grandes —, distribuídos pelas marcas Citroën, FIAT, Opel e Peugeot.

Fomos conhecê-los a todos em Rüsselsheim, na Alemanha, tendo a Stellantis Pro One destacado nesta renovação os furgões 100% elétricos a bateria, mas também os 100% elétricos a hidrogénio. Ou seja, aqueles que recorrem à tecnologia fuel cell (pilha de combustível).

Citroën Ë-Jumper Hydrogen e Stephane Majka
© André Mendes / Razão Automóvel Novo Citroën ë-Jumper Hydrogen

A tecnologia ainda é incomum no mercado, mas a verdade é que a Stellantis já comercializa furgões a pilha de combustível a hidrogénio há algum tempo — ficámos a conhecê-los em 2022 —, em mercados como o alemão e o francês, entre outros.

A tecnologia estava disponível apenas nos furgões de tamanho médio —  Citroën Jumper, Fiat Scudo, Opel Vivaro e Peugeot Expert — , mas a partir de agora vai também estar disponível nos furgões de tamanho grande do grupo — Citroën Jumper, Fiat Ducato, Peugeot Boxer e Opel Movano. ao mesmo tempo que a sua comercialização vai-se expandir a mais mercados.

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Não só a gama a hidrogénio vai crescer, como chegará a mais mercados. Além de ficar disponível num maior número de países europeus, este novo furgão de grandes dimensões a pilha de combustível a hidrogénio (capacidade de carga de 1300 kg e entre os 13 m3 e os 17 m3) vai também chegar ao mercado norte-americano em 2025, através da marca Ram do grupo.

E claro, uma vez que este mercado assim o exige, o sistema movido a hidrogénio também ficará disponível numa nova pick-up, que será apresentada mais tarde.

Menos de cinco minutos para abastecer

Neste formato maior, o sistema com célula de combustível está associado a um motor elétrico com 110 kW (150 cv) de potência e 410 Nm de binário e a uma (pequena) bateria com uma capacidade de 11 kWh (que pode ser carregada externamente).

@ Stellantis Pro One

Quanto ao hidrogénio em si, este é armazenado em quatro depósitos instalados na parte inferior da carroçaria, com uma pressão de 700 Bar. No total, será possível armazenar cerca de 7 kg de hidrogénio (utilizáveis).

Uma das vantagens da tecnologia fuel cell está no abastecimento, já que permite encher os quatro depósitos em menos de cinco minutos. A autonomia anunciada supera os 500 km (WLTP).

Para quem está direcionado?

A utilização de furgões movidos a hidrogénio, no entanto, continua condicionada à rede disponível em cada mercado. Tal como nos foi dito por Stephane Majka, gestor do desenvolvimento da unidade de negócio de hidrogénio, esta continua a ser uma solução destinada para clientes muito específicos.

Stephane Majka
© Stellantis Stephane Majka, gestor do desenvolvimento da unidade de negócio de hidrogénio da Stellantis

Para já, os modelos equipados com sistemas movidos a hidrogénio estão direcionados a empresas com uma visão direcionada para novas tecnologias e sem emissões poluentes.

Entre elas, estão as empresas responsáveis pela produção de hidrogénio, com possibilidade de abastecimento próprio, mas também as que requerem veículos para uma utilização mais intensiva e que não se podem dar ao «luxo» de parar diversas horas para carregamentos.

Rede de hidrogénio disponível

No mercado europeu, de acordo com as informações da Stellantis Pro One, há atualmente cerca de 150 pontos de abastecimento públicos, com uma pressão de 700 Bar (padrão internacional). Um cenário que deverá mudar significativamente até 2030.

Isto porque a União Europeia estabeleceu a diretiva AFIR (Alternative Fuels Infrastructure Regulation) que quer implementar uma rede de abastecimento pública de hidrogénio, com pontos de abastecimento a cada 200 km nas vias rodoviárias principais e pelo menos um em cada uma das cidades principais. O objetivo é o de ter mais de 500 estações de abastecimento até 2030.