Notícias Audi Aicon. O carro do futuro é uma sala de estar rolante

Salão de Frankfurt 2017

Audi Aicon. O carro do futuro é uma sala de estar rolante

O Audi Aicon é a visão a longo prazo da marca sobre o futuro do automóvel autónomo. Um futuro que prescinde totalmente do condutor.

Audi Aicon

A Audi levou até Frankfurt os seus últimos avanços na condução autónoma através da exibição de dois protótipos – o Aicon e o Elaine. Se o Elaine vos parece familiar é porque o conhecemos anteriormente como e-tron Sportback, apresentado no Salão de Xangai em abril deste ano. A sua presença, com outro nome, refere-se sobretudo à tecnologia que emprega, que agora permite condução autónoma de nível 4.

Mas foi a visão da Audi para um futuro mais longínquo que atraiu todas as atenções. O Audi Aicon é uma futurista berlina, de grandes dimensões, elétrica e já capaz de atingir o nível 5 da condução autónoma – o mais elevado. E como podemos observar pelo seu interior, prescinde totalmente da acção dos humanos não possuindo qualquer tipo de comandos de controlo – não existe volante, nem pedais.

As imagens disfarçam as reais dimensões deste protótipo – é consideravelmente maior que o mais recente Audi A8. Tem 5,44 m de comprimento, 2,10 m de largura e 1,50 m de altura. A distância entre eixos atinge 3,47 m (+ 24 cm que o Audi A8L) – por um par de centímetros permitiria encaixar um smart forfour entre os seus eixos!

As culpadas de o Aicon parecer mais pequeno do que realmente é são as suas rodas gigantes de 26″. A aposta na condução autónoma, as dimensões avantajadas e até as rodas gigantes fazem recordar outro protótipo: o Mercedes-Benz F 015, lançado há dois anos.

O automóvel como sala de estar

E tal como o protótipo da marca da estrela, vemos o automóvel transformar-se numa sala de estar rolante. Com o automóvel a ser o único que tem de lidar com o ato da condução não existe necessidade de um condutor. Passamos todos a ser passageiros num espaço versátil, que se pode adaptar tanto a funções profissionais como de lazer.

O automóvel tornar-se-á cada vez mais num terceiro espaço de vivência em paralelo com a nossa casa e local de trabalho. A Inteligência Artificial vai atenuar as tensões e oferecer novas possibilidades para o tempo gasto dentro do carro.

Audi

Para os múltiplos usos previstos, o interior do Audi Aicon parece ter sempre a resposta certa. Os bancos – desenhados como se tratassem de cadeiras do tipo lounge -, podem deslocar-se cerca de 50 centímetros e rodar 15º para melhorar o acesso ao interior ou a comunicação com o ocupante do lado. O encosto de cabeça até serve de apoio de braço, recolhendo quando nos viramos para os passageiros da segunda fila de bancos.

Como não existe necessidade de prestar atenção à estrada, o Aicon está provido com diversos ecrãs, incluíndo o para brisas, que permitem ver filmes ou navegar na internet. Aceder às múltiplas funções do sistema de entretenimento poderá ser efetuado através de botões – que podem assumir várias posições ao longo da superfície digital que circunda o habitáculo -, de voz ou até pelo seguimento ocular (eye tracking).

Quanto dá? Não interessa

Neste futuro autónomo, quase tudo o que nos fez apaixonar pelos automóveis, sobretudo relacionado com performances e dinâmica, perde importância. Perguntas como quanto dá, ou qual o tempo no “inferno verde” serão irrelevantes. O Audi Aicon só tem um objectivo – levar os seus ocupantes do ponto A ao B no máximo de conforto possível.

As especificações do Aicon apontam para isso mesmo. Apesar da vastidão das suas dimensões, apresenta números bastante modestos. Os quatro motores elétricos – um por roda – fornecem um máximo de 354 cv e 500 Nm. O Elaine, que pode ser conduzido por nós, e é mais compacto,  também é elétrico, mas oferece 435 cv ou 503 acedidos através de um “boost”.

A autonomia máxima prevista é de 700 a 800 km, considerando um determinado contexto situado no futuro. Ou seja, um contexto onde os automóveis autónomos dominam as estradas, resultando numa superior fluidez de tráfego, o que permitirá uma condução mais eficiente, resultando, assim, em mais quilómetros percorridos por carga.

A imensa distância entre eixos poderia colocar problemas de manobrabilidade, mas graças a dois eixos direccionais, o Aicon consegue ter um raio de viragem de apenas 8,5 metros, ao nível de citadinos e utilitários.

Automóvel inteligente

O Audi Aicon não antecipa nenhum modelo de produção, servindo de demonstrador tecnológico para o desenvolvimento da Inteligência Artificial ou AI – duas letras omnipresentes no nome dos dois concepts AIcon e elAIne. É ela que tratará da condução e de “prever” as necessidades dos ocupantes, seja pela rotina dos comportamentos ou pela quantidade de sensores e radares presentes.

Com a AI a controlar o automóvel através de sensores, radares e Lidar, coisas como médios e máximos podem ser eliminados. O Aicon não prescinde, mesmo assim, de um sistema de iluminação. Seja para ser visível por peões, mas sobretudo servirá para comunicar com o mundo exterior. A ladear a típica grelha Audi estão mais de 600 píxeis 3D extremamente versáteis nas mensagens que podem transmitir – desde gráficos a animações passando por informações de todos os tipos. Quase tudo será possível.

Por agora o Audi Aicon e previsão do futuro do automóvel que antecipa parece estar ainda algo distante. Mas daqui a duas ou três décadas poderá muito bem ser o novo “normal”.

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