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Se quer aumentar a potência do motor não faça isto

Há uma forma de aumentar rapidamente a potência do motor, mas é caso para dizer "não experimente isto em casa", ou melhor, no motor do seu carro.

Detalhe motor V8 AMG
© Mercedes-AMG

Quem diria que a forma mais fácil e rápida de aumentar a potência de um motor é retirar-lhe óleo? Sim, leu bem. Menos óleo no motor pode fazer com que debite mais potência.

É o que pode constatar no vídeo abaixo, do canal The Motor Oil Geek. No entanto, este resultado nem sequer era o objetivo do autor do vídeo. O vídeo é sobre qual a quantidade certa de óleo que um motor deve levar.

Para saber isso, Lake Speed Jr., o dono do canal e engenheiro especializado em lubrificação de motores, e Ben Strader, fundador da EFI University, testaram um motor LS V8 (modificado) da GM em banco de potência com diferentes quantidades de óleo.

Este motor leva 11 quartos americanos (10,4 litros) de óleo 15W-40 (sintético) e foram feitos testes em banco de potência com cinco quartos (4,7 l) de óleo, sete quartos (6,6 l) e nove quartos (8,5 l).

Os resultados surpreenderam. A diferença de potência máxima medida entre o primeiro teste (cinco quartos de óleo) e o último (nove quartos) é significativa: 649 hp (658 cv) e 589 hp (597 cv), respetivamente. O que dá 61 cv de diferença, o que é impressionante.

No teste intermédio (sete quartos) foram medidos 630 hp (639 cv) e o valor de binário também revelou diferenças expressivas: 617 Nm no teste com cinco quartos de óleo e «apenas» 559 Nm no de nove quartos.

Porque é que debita mais potência com menos óleo?

Não é difícil de perceber a razão pela qual este fenómeno acontece. Com menos óleo, a cambota do motor (eixo na parte inferior do motor) vai encontrar menos resistência ao seu movimento rotativo.

Logo, não vai precisar de desperdiçar tanta força para vencer essa resistência e girar, aumentando o binário e, sendo tudo o resto igual, a potência.

Risco de gripar o motor

Os ganhos impressionam, mas nunca é demais lembrar que, em primeiro lugar, se trata de um V8 «tamanho familiar»; e em segundo, este truque barato tem um custo potencialmente elevado: o de gripar o motor. A lubrificação correta do motor é essencial para garantir a sua longevidade.

Mercedes AMG M178 motor
© Mercedes-AMG

E neste teste vemos que, quando o V8 está com a quantidade mais reduzida de óleo, a pressão do óleo desce para quase metade (36,1 psi) da ideal, a partir das 5000-5100 rpm. Caso se mantenha baixa durante muito tempo, corre-se o risco de danificar vários componentes do motor ou até gripá-lo.

No teste com sete quartos de óleo, vemos que a pressão do óleo sobe para os 68,1 psi ao mesmo regime. E continua a subir com as rotações, só caindo a partir das 7000 rpm — o que significa que deixou de haver óleo no cárter.

Com nove quartos de óleo, o enorme V8 já tem óleo suficiente para manter a pressão a qualquer regime, mesmo para lá das 7000 rpm. Por outro lado, a potência e binário sofrem um «trambolhão». Mas antes isso, que um motor avariado.

Prática antiga

Aumentar a potência do motor retirando óleo não é uma descoberta recente. No mundo da competição, em especifico o das provas de arranque, ou drag racing, esta prática é uma velha conhecida.

Motor Dragster Top Fuel
Motor de um dragster “Top Fuel”.

Afinal, as corridas duram segundos e estendem-se por apenas 400 m (quarto de milha). Apesar do esforço pedido à mecânica ser elevado nesse curto período de tempo, podem arriscar tirar-lhe algum óleo para obter mais alguns cavalos de potência.

Mesmo que esse aumento de potência só resulte em alguns milésimos de segundo, pode ser a diferença entre a vitória ou a derrota.