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Uma bateria que se autoextingue em caso de incêndio. Existe e está em testes

Uma bateria que se autoextingue e quer revolucionar o mercado. Investigadores dizem ser mais segura e duradoura.

Sistema de propulsão do Volkswagen ID.3
© Volkswagen

Uma equipa de pesquisa do Daegu Gyeongbuk Institute of Science and Technology (DGIST), na Coreia do Sul, desenvolveu uma bateria de lítio-metal (distintas das mais comuns de iões de lítio) que não só oferece uma maior durabilidade, como também tem a capacidade de se autoextinguir em caso de incêndio.

Atualmente, são vários os problemas com que os investigadores se deparam relativamente às baterias convencionais, desde a sua baixa performance a problemas como as dendrites, as principais responsáveis pelos incêndios não desejados.

© DGIST Equipa de pesquisa do Daegu Gyeongbuk Institute of Science and Technology (DGIST).

Para resolver este problema, a equipa liderada pelo professor Lee Jung-ho e pelo Dr. Kim Jae-hyun, focou-se na criação de uma bateria que utiliza um “eletrólito sólido polimérico com três camadas”. O objetivo é que cada uma das camadas do eletrólito sirva uma função distinta, com o objetivo de melhorar significativamente a segurança e a eficiência da bateria.

Assim, a camada intermédia tem como função proporcionar uma maior resistência térmica, enquanto que as camadas externas facilitam a movimentação dos iões de lítio, ajudando na dissipação do calor.

Segundo os responsáveis pelo projeto, esta configuração “permite um aumento das taxas de transferência de energia, que impede, de forma eficaz, a formação dendrítica”.

As dendrites acontecem quando “não há tempo para o lítio se difundir facilmente para onde precisa, ficando «à porta»”, originando depósitos desorganizados.

Porém, a organização por camadas não é o único segredo. O eletrólito desta bateria incorpora alguns ingredientes especiais, como o Decabromodifenil etano (DBDPE), um agente retardante de chamas que ajuda a prevenir incêndios; o zeólito, para aumentar a força do eletrólito; e uma grande concentração de sal de lítio (LiTFSI), “para facilitar o rápido movimento dos iões”.

Os primeiros testes

Depois de mil ciclos de carga e descarga, esta nova bateria reteve cerca de 87,9% da sua performance, algo que é pouco usual. Normalmente, as baterias convencionais mantêm apenas entre 70%-80% da performance ao fim de uma utilização idêntica.

Num elétrico com uma autonomia de 500 km (ciclo WLTP), isto significa que ao fim de 500 mil km percorridos, a bateria ainda permitiria uma autonomia de até 439 km.

Espera-se que estas baterias possam não só ser utilizadas em automóveis, como em smartphones e em sistemas de armazenamento de energia de larga escala.

“Espera-se que esta pesquisa faça uma contribuição significativa para a comercialização de baterias de lítio, utilizando eletrólitos (polímero sólido), ao mesmo tempo que proporcionam uma maior estabilidade e eficiência para os dispositivos de armazenamento de energia.”

Dr. Kim Jae-hyun

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