Novo motor V16 da Bugatti. Primeiros detalhes revelados

A Bugatti continuará a manter-se fiel ao motor de 16 cilindros quando revelar o sucessor do Chiron no próximo mês. Só muda a forma como são «arrumados», passando de uma configuração em “W” para um mais tradicional “V”.

Se o W16 do Veyron e Chiron é um exclusivo da Bugatti, a configuração V16 já foi usada por outros fabricantes, mas não muitos. Aliás, temos de recuar bastante no tempo, a 1991, para ver um carro de produção equipado com um: o Cizeta Moroder V16T.

Numa altura em que a certidão de óbito do motor de combustão já tinha sido escrita por tantos, quem diria que um colosso mecânico como um V16 voltasse a equipar um automóvel?

Até agora, não se sabia nada sobre o novo V16 da Bugatti, mas Mate Rimac, o diretor executivo da Bugatti Rimac, deu a conhecer os primeiros detalhes numa entrevista dada ao Financial Times durante a conferência Future of the Car, que aconteceu em Londres, durante esta semana (encerra hoje).

Que detalhes foram revelados?

Primeiro, o novo V16 vai ser bastante comprido; afinal, são duas bancadas com oito cilindros cada. Mate Rimac diz que o bloco terá um metro de comprimento (1,0 m), sendo 400 mm mais longo que o bloco W16 (com quatro bancadas de cilindros) do Chiron.

Segundo e talvez mais significativo é o facto do V16 não ter turbos: vai ser naturalmente aspirado (!). Recordamos que o W16 do Chiron tem quatro turbocompressores. Não sabemos qual a capacidade do V16 — há rumores que indicam 8,3 l —, mas sendo naturalmente aspirado, igualar os 1500 cv do Chiron seria uma missão impossível.

Por isso este V16 naturalmente aspirado contará com assistência elétrica. Aliás, já se sabia há muito que o sucessor do Chiron seria híbrido. Fica por saber ainda quais os valores de potência e binário finais, mas não se prevê que sejam inferiores aos 1500 cv e 1600 Nm do Chiron.

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Porquê um V16?

A Rimac é conhecida pela tecnologia elétrica que desenvolve e que hoje encontramos nos elétricos da Porsche, da Hyundai ou até nos híbridos da Koenigsegg. Isto sem esquecer que conceberam o balístico Nevera.

No entanto, foi o próprio Mate Rimac quem mais defendeu a aposta num V16 para o sucessor do Chiron. Isto porque era, segundo o próprio, a melhor decisão para uma marca como a Bugatti e para melhor diferenciá-la da Rimac e das outras.

“Podem atingir os números de potência deste V16 a partir de um V8 altamente turbinado, mas queríamos que fosse mais emocional. Tem que se sentir especial, porque ‘se for comparável, não é mais um Bugatti'”.

Mate Rimac, CEO Bugatti Rimac

A última frase é uma referência direta às palavras de Ettore Bugatti, o fundador da marca. Mate Rimac parece estar a levar essas palavras muito a sério. E isso são boas notícias. 

Fernando Gomes

Entrou no universo dos automóveis através do design, hoje expressa a sua paixão pelo automóvel na escrita.

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