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Carrinhas dão luta em 2020 face à invasão SUV. Até quando?

As carrinhas em 2020 travaram o declínio da sua quota de mercado na Europa, mas o futuro não é prometedor. Os SUV e crossover continuam a conquistar terreno.

Skoda Octavia Break

O futuro das carrinhas no mercado europeu, o último bastião desta tipologia, não parece brilhante. Tal como vimos o que aconteceu aos MPV nos últimos anos, também os SUV e crossover continuam a conquistar terreno às carrinhas: a quota de mercado tem contraído continuamente, de 13% em 2016, para menos de 10% em 2020.

Em 2020 teve a agravante de todo o mercado automóvel ter caído substancialmente, por culpa da pandemia — venderam-se menos três milhões de automóveis novos na Europa em 2020 do que em 2019. Ou seja, apesar da quota de mercado das carrinhas ter-se mantido em níveis idênticos à de 2019, o número de unidades vendidas baixou 26%!

Temos de agradecer a, essencialmente, um modelo para a manutenção da quota de mercado das carrinhas em 2020 na Europa: a Skoda Octavia Break. Tem sido ela a carrinha mais vendida na Europa (84% das vendas do Octavia correspondem à carrinha) e a introdução de uma nova geração no ano transato foi suficiente para suspender, ainda que temporariamente, a queda da quota.

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Volkswagen Passat Variant GTE
Volkswagen Passat Variant © Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Contração retoma em 2021

Os analistas prevêem que em 2021, a contração da quota de mercado para as carrinhas retome o seu percurso, baixando para menos de 9%, mas não prevêem um cenário de quase extinção como vimos nos MPV nos próximos anos. A quota continuará a decair progressivamente fixando-se em pouco mais de 7,5% até 2025.

Um cenário possível devido a mercados chave, como o alemão — o maior mercado automóvel europeu —, onde as carrinhas continuam a ser muito populares, com a Alemanha a absorver 40% do total de vendas de carrinhas na Europa.

Apesar da Alemanha, em termos absolutos, ser o mercado que mais carrinhas compra, pertence à Suécia — a terra das carrinhas Volvo — a quota de mercado mais elevada, cerca de 29%. A Suécia é seguida da República Checa — a casa da Skoda —, com 23%.

São estes alguns dos mercados chave que justificam algumas decisões de produto, como o facto da próxima geração do Volkswagen Passat prescindir da carroçaria sedã e só estar disponível como carrinha (é a segunda carrinha mais vendida na Europa). Ou então a decisão da Skoda em manter a carrinha na próxima geração do Fabia, que fará dela a única proposta do segmento.
Fonte: Automotive News.