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França quer «travar» os carros elétricos produzidos fora da Europa

O primeiro "bloqueio" a automóveis elétricos "não-europeus" é francês. Por motivos ambientais a prioridade vai para os que são produzidos na Europa.

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© GWM

À medida que os automóveis oriundos de outras geografias começam a ganhar terreno no mercado europeu — com os produtos «made in China» à cabeça — os alarmes na Europa começam a soar.

Os motivos são conhecidos. Esta é uma indústria que representa 15 milhões de postos de trabalho na Europa. E onde os alarmes estão a disparar de forma mais audível é em França.

O Governo francês quer apoiar a venda de carros elétricos de forma diferenciada, avança o Politico. Não em função da origem dos automóveis, mas sim em função do cálculo das emissões do «poço à roda» — desde a produção até à chegada à estrada.

Ilustração de carro elétrico a carregar
© XPENG

Ou seja, o cálculo das emissões para efeito de atribuição de subsídios inclui as emissões de CO2 desde a produção até ao seu transporte até ao mercado francês. Tudo será levado em linha de conta, inclusive o tipo de energia utilizada na fábrica: se é de fontes renováveis ou energia oriunda de centrais a carvão.

A questão do transporte e da energia poderá ser mesmo a mais determinante para a exclusão dos carros elétricos provenientes da China do esquema de atribuição de subsídios em França. Afinal, ficam de imediato em clara «desvantagem» geográfica face aos construtores que contam com linhas de produção na Europa.

Além disso, ao contrário da Coreia do Sul e do Japão, a produção elétrica na China ainda está muito sustentada nas centrais a carvão.

Recordamos que estes subsídios para a aquisição de veículos 100% elétricos em França podem chegar aos 7 mil euros.

Europa com balança mais alinhada?

A avaliação ecológica de cada modelo e a atribuição de subsídios por parte do Governo francês dá assim primazia a todos os construtores europeus com produção local.

Em contrapartida, serve também para alinhar, de alguma forma, os pratos da balança do mercado europeu, onde as mais recentes projeções já apontam para um quota de carros chineses de mais de 15% até 2025.

Em sentido oposto, recorde-se que os carros «made in Europe» importados para a China pagam tarifas de importação entre 15 e 25%.

Num discurso recente, Ursula von der Leyen, Presidente da Comissão Europeia, afirmou mesmo que os veículos elétricos chineses que estão a “inundar os mercados globais contam com um preço que é mantido baixo de uma forma artificial, graças a enormes subsídios estatais”, algo que está a “distorcer o nosso mercado”.

Fonte: Politico