Conheçam a nova «super bateria» da CATL que pode mudar tudo

A CATL — a gigante chinesa que detém mais de 75% da produção mundial de baterias para o setor automóvel — anunciou uma nova «super bateria» no Salão de Xangai.

Em causa está uma nova tecnologia que promete duplicar a densidade energética das baterias e com isto, viabilizar a utilização de motores elétricos, por exemplo, na indústria aeronáutica. Nos automóveis, poderá representar uma redução de 50% no peso deste componente, ou uma duplicação da autonomia.

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Densidade energética recorde

Um dos maiores problemas apontados aos veículos elétricos diz respeito precisamente à densidade energética das baterias. Como a sua densidade é baixa, são necessárias enormes baterias para armazenar a mesma quantidade de energia que armazenamos num simples depósito de combustível.

Pois bem, esse parece ser, cada vez mais, um problema do passado. A CATL anuncia uma densidade de energia de até 500 Wh/kg.

Em termos comparativos, estamos a falar de uma densidade energética até 1,5 vezes superior, por exemplo, às novas baterias 4680 da Tesla, que oferecem uma densidade energética estimada em torno dos 296 Wh/kg.

A revolução química continua

A evolução tecnológica das baterias parece não abrandar — e não vai abrandar mesmo. Às baterias em estado sólido, que deverão chegar ao mercado antes do final da década, temos de adicionar esta nova solução química.

A CATL consegue alcançar estes números graças a uma nova tecnologia de eletrólito condensado, que imita os sistemas biológicos (biomiméticos) que encontramos na natureza. Esta tecnologia cria uma estrutura em forma de rede que se adapta automaticamente, melhorando a capacidade de condução de energia.

Além disso, estas novas «super baterias» recorrem a cátodos e ânodos de elevada densidade energética, que vão permitir melhorar a performance deste componente, tanto em carga como em descarga. Além disso, esses materiais ajudarão a tornar as baterias seguras e estáveis, afirma a CATL.

“O lançamento desta tecnologia de ponta quebra os limites que há muito restringem o desenvolvimento do setor de baterias e abrirá um novo cenário de eletrificação centrado num alto nível de segurança e leveza”, escreveu a empresa em comunicado.

O céu é o limite

Com esta nova tecnologia, a CATL pretende estender a sua atividade para lá da indústria automóvel, onde detém atualmente mais de 75% do mercado. O próximo passo poderá ser a indústria aeronáutica.

A CATL está a trabalhar ativamente para desenvolver aeronaves elétricas de passageiros que atinjam os padrões de segurança da aviação civil.

“O lançamento de baterias com maior condensação de energia, inaugurará uma era de eletrificação universal do transporte marítimo, terrestre e aéreo, abrirá mais possibilidades para o desenvolvimento da indústria e promoverá atingir os objetivos globais de neutralidade carbónica mais cedo do que o previsto”, afirma a marca em comunicado.

Segundo a CATL esta «super bateria» poderá chegar ao mercado ainda este ano. O seu caminho na indústria aeronáutica poderá ainda estar distante, mas na indústria automóvel poderá reduzir para metade o peso e a dimensão deste componente de um forma imediata.

Guilherme Costa

Desde muito cedo trocou a companhia dos brinquedos pelas revistas de automóveis. Alimentado por essa paixão em 2012 fundou a Razão Automóvel.

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