Assim não pode continuar. UE chama indústria automóvel para mudar de rumo

A Comissão Europeia vai começar a reunir com construtores de automóveis, fornecedores e sindicatos com o objetivo de delinear planos destinados a proteger o setor, que é crucial para a prosperidade económica do mercado europeu.

Esta iniciativa, foi anunciada pela presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, que sublinhou a importância de repensar o futuro da indústria automóvel na Europa. Os alarmes dispararam com a chegada das marcas chinesas, despedimentos em alguns construtores e fornecedores e, finalmente, as ameaças de tarifas nos EUA.

Com mais de 13 milhões de empregos diretos e indiretos e uma contribuição de cerca de 7% para o PIB da União Europeia, o setor automóvel é uma peça central da economia. Garantir a sua sustentabilidade e competitividade é crucial para o futuro económico do velho continente.

Qual é o plano de ação da Comissão?

O comissário europeu dos transportes, Apostolos Tzitzikostas, será o responsável por desenvolver um plano de ação concreto. A primeira ronda de conversações começa já no próximo dia 30 de janeiro.

Como referimos, a indústria automóvel europeia enfrenta atualmente múltiplos desafios. O encerramento de fábricas e a diminuição de postos de trabalho, são apenas algumas das questões mais visíveis.

Além de serem consideradas como o reflexo das dificuldades em competir com os fabricantes chineses, começam também a ser o fruto do impacto de potenciais tarifas comerciais dos Estados Unidos.

Mas há mais. Além de tudo isto, muitos dos construtores europeus já estão sob pressão para cumprir os limites de emissões de CO₂ em 2025, arriscando-se a pagar pesadas multas em caso de incumprimento.

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E com esta «preocupação» em cima da mesa e com os investimentos a serem direcionados para a necessidade de cumprir normas, o potencial de crescimento dos construtores não-europeus de automóveis elétricos poderá ganhar ainda mais expressão.

Tecnologia e competitividade

A Comissão Europeia pretende utilizar este diálogo estratégico para reforçar a competitividade da indústria automóvel. Sendo que a principal aposta estará certamente na adoção de tecnologias-chave na produção de baterias, desenvolvimento de software e até na condução autónoma.

A harmonização da regulamentação, a garantia de custos de produção mais competitivos e a promoção de condições justas de concorrência, sobretudo, a nível internacional, serão outros pilares fundamentais deste plano.

André Mendes

Jornalista automóvel desde o final dos anos 90. Assistiu às grandes transformações do setor e acredita que o melhor ainda está para vir.

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