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ACAP propõe que inspeções detetem filtros de partículas adulterados ou removidos

A ACAP pretende que os centros de inspeção passem a contar com novos medidores de partículas ultrafinas, bem mais eficazes que os atuais.

Catalisadores velhos pendurados na parede
© Unsplash / Tahamie FArooqui

A remoção ou adulteração dos filtros de partículas de veículos movidos a gasóleo é um fenómeno preocupante, avançou a ACAP, com impacto direto nas emissões poluentes e na saúde pública.

Para combater esta prática, a ACAP propõe a obrigatoriedade de medição de partículas ultrafinas nos centros de Inspeção Periódica Obrigatória (IPO), através da introdução de equipamento específico. É uma das cinco principais medidas que a associação pretende apresentar ao próximo Governo.

Atualmente, os centros de inspeção contam apenas com opacímetros, que medem a opacidade dos gases de escape. Ou seja, um método que não permite detetar níveis excessivos de partículas finas, nem a ausência de filtros de partículas, permitindo que existam muitas viaturas a circular com um nível de emissões muito acima dos limites legais.

Slide relacionado com a diminuição de emissões poluentes
© Razão Automóvel

A proposta da ACAP passa pela introdução de dispositivos capazes de medir com precisão o número de partículas por centímetro cúbico. São soluções já utilizadas noutros países europeus e que conseguem detetar valores superiores ao limite legal de 250 000 partículas/cm³, estabelecido para viaturas homologadas com norma Euro 5b ou superior.

O investimento necessário por parte dos centros de inspeção, segundo a ACAP, é comparável ao dos opacímetros. Com esta medida, os veículos com sistemas de controlo de emissões manipulados, inoperacionais ou inexistentes são imediatamente reprovados.

Tal como referido pela ACAP, a adulteração de filtros de partículas não é apenas uma infração técnica, representa um retrocesso ambiental. Veículos nestas condições emitem dezenas de vezes mais partículas do que os que mantêm os sistemas de filtragem operacionais.

Além da introdução dos contadores de partículas, a ACAP defende um reforço da formação dos técnicos de IPO e uma campanha de sensibilização dirigida ao público, alertando sobre os riscos e a ilegalidade da remoção destes sistemas.

Fiscalização moderna para automóveis mais limpos

Esta proposta da ACAP insere-se numa visão mais ampla do controlo de emissões poluentes e renovação do parque circulante. É apenas mais uma peça com a missão de fazer com que o setor automóvel seja uma componente ativa na descarbonização e melhoria da qualidade do ar.

Com a idade média do parque automóvel a aumentar, em paralelo com a importação de veículos usados, a exigência técnica das IPO torna-se ainda mais relevante. A ACAP acredita ainda que esta medida terá efeitos significativos na deteção de fraudes.