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Eleições norte-americanas

Vitória de Trump faz disparar ações da Tesla

A vitória nas eleições presidenciais norte-americanas foi de Trump, mas o maior vencedor da noite poderá ter sido mesmo Elon Musk.

Elon Musk e logótipo da Tesla
© Razão Automóvel

As ações da Tesla dispararam mais de 14% na abertura do mercado norte-americano esta quarta-feira, depois de Donald Trump ter sido reeleito como presidente dos Estados Unidos da América (EUA).

À hora de abertura da bolsa norte-americana (14h30 hora de Portugal Continental), uma acção da Tesla valia 286,60 dólares (cerca de 267,72 euros). Mas no pré-mercado, às 10h30 (hora de Portugal Continental), chegou a ser ultrapassada a barreira dos 289 dólares por ação, que não era alcançada desde setembro de 2022.

Tal como muitos analistas previam, o mercado respondeu de forma imediata aos resultados das eleições presidenciais norte-americanas, que terminaram com um resultado inequívoco a favor de Donald Trump.

Donald Trump
© Facebook Donald Trump Donald Trump

Trump e Musk aproximaram-se bastante nos últimos meses, aliás, o CEO da Tesla foi uma espécie de «cavalo de batalha» de Trump durante os últimos meses de campanha, figurando ao seu lado em vários comícios, nomeadamente na Pensilvânia, que foi considerado um dos estados decisivos nestas eleições.

Além disso, Musk criou um grupo pró-Donald Trump, denominado America PAC, e doou cerca de 72 milhões de dólares (qualquer coisa como 67 milhões de euros) à causa, tornando-se peça-chave na campanha do candidato republicano.

Em resposta a tudo isto, Trump deixou-lhe rasgados elogios, chegando mesmo a referir-se ao fundador da Tesla como um “super génio” e uma “nova estrela”.

Porquê a Tesla?

Se a bolsa costuma reagir bem ao pós-eleições, porque geralmente significa estabilidade, a verdade é que as ações da Tesla dispararam mais do que a média do mercado. E existem bons motivos para isso.

Citado pela Forbes, Trump chegou a dizer durante a campanha eleitoral que era um “grande adepto” dos veículos elétricos, apesar de também ter afirmado, de forma inequívoca, que não se iria “preocupar com os elétricos”, que considerou serem “muito caros”. Além disso, numa entrevista em março deste ano, igualmente citado pela Forbes, Trump afirmou que no futuro todos os elétricos seriam “feitos na China”.

Tesla Supercharger V4 com Model y e Model 3
© Tesla

Ora, alguns meses depois, o tema dos elétricos está mais vivo do que nunca e a Tesla pode mesmo sair destas eleições como uma das grandes vencedoras. Aliás, a resposta que o mercado deu esta quarta-feira aponta precisamente nesse sentido.

Isto porque nos planos de Trump está a imposição de taxas de importação elevadas para produtos produzidos na China, o que naturalmente vai afetar os planos de expansão global de marcas como a BYD, a XPeng e a NIO.

Mas o fator chave de toda esta operação ainda está para vir. Nas últimas semanas Trump chegou mesmo a abrir a porta à possibilidade de atribuir um cargo governamental a Musk. O agora presidente eleito afirmou que iria criar uma Comissão de Eficiência Governamental, curiosamente proposta por Musk, e que seria o próprio diretor executivo da Tesla a gerir esta agência.

O que está em causa?

A confirmar-se a escolha de Musk para este cargo, significa que o multi-milionário irá tocar em questões que podem afetar diretamente as empresas que lidera, nomeadamente a Tesla e a SpaceX.

De acordo com a NBC News, Musk pode intervir em questões como “a lei do trabalho e de proteção ambiental”, bem como garantir “taxas de impostos mais baixas e a possibilidade de mais contratos governamentais para a SpaceX”.

Segundo o The New York Times, só a SpaceX garantiu 15,4 mil milhões de dólares (cerca de 14,39 mil milhões de euros) em contratos governamentais na última década. Com o acesso que Musk poderá vir a ter, este número deverá «engordar» ainda mais.

Quanto à Tesla, resta agora saber como é que este resultado eleitoral (e a estreita relação de Musk com Trump) vai afetar a estratégia a curto/médio prazo da empresa, que poderá inclusive aumentar a capacidade de produção dentro de portas, nos EUA.