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Eletrificação do automóvel? Sim, mas sem «pressas» defendem os chefes da Volkswagen e Renault

Luca de Meo, CEO do Grupo Renault, e Herbert Diess, CEO do Grupo Volkswagen, revelaram algumas reservas acerca do passo acelerado da eletrificação do automóvel.

herbert diess e luca de meo

Realizado entre os dias 9 e 12 de maio, o FT Future of the Car Summit 2022 (organizado pelo Financial Times) foi o «palco» onde Luca de Meo e Herbert Diess revelaram as suas reservas acerca do passo acelerado da eletrificação do automóvel.

Começando por Luca de Meo, o diretor executivo do Grupo Renault começou por relembrar que a Renault continua a apostar na mobilidade elétrica.

Contudo, ressalvou: “se observarmos os dados, fica claro que as vendas de motores a combustão — incluindo híbridos — ainda não atingiram o seu pico. Existem desafios, em todas as perspetivas sociais, financeiras e ecológicas que devem ser considerados”.

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Renault protótipo 2022
A aposta da Renault na eletrificação estende-se também ao hidrogénio.

Segundo Luca de Meo, os carros elétricos servem para “85% dos utilizadores, mas não para quem faz duas a três grandes viagens por ano”, afirmando que é preciso “garantir uma abordagem imparcial e baseada na «vida real» para esta tecnologia”.

Outro «problema» apontado por Luca de Meo diz respeito ao preço dos elétricos, com o diretor executivo do Grupo Renault a relembrar que “prevíamos uma paridade de preços face aos modelos a combustão por volta de 2025, mas agora isso pode ter mudado por causa do aumento do custo das matérias-primas”.

Por fim, Luca de Meo ressalvou que a proibição da venda de veículos com motor de combustão pode ainda levar a um corte no desenvolvimento dos atuais motores, fazendo com que estes não se tornem tão ecológicos quanto possível e, por conseguinte, prejudicando o ambiente.

Diferentes problemas, as mesmas reservas

Na mesma conferência, Herbert Diess, o diretor executivo do Grupo Volkswagen, revelou que a meta de vendas de veículos elétricos do grupo para 2022 é de 7% a 8% do total, subindo em 2025 até 25% para chegar em 2030 a uma quota entre 50% a 60%.

Para Diess, o problema em acelerar a transição para os elétricos não é a falta de procura do mercado, mas sim a criação da infraestrutura para carregar e produzir todos esses modelos elétricos.

Por isso o executivo alemão considera ser prematuro «acelerar» a transição para os elétricos e a eletrificação geral do automóvel.

Acerca deste assunto, o diretor executivo do Grupo Volkswagen afirmou: “é preciso muito investimento e tempo para criar as infraestruturas (…) Precisamos das fábricas corretas e para isso é preciso modificar as existentes ou construir novas fábricas, precisamos de capacidade de produção de baterias e de uma cadeia de abastecimento segura e sustentável”.

Volkswagen ID.3 e Herbert Diess. CEO do Grupo Volkswagen
Volkswagen ID.3 e Herbert Diess, CEO do Grupo Volkswagen.

Além disto Diess reforçou: “o cliente precisa que a infraestrutura correta seja instalada para conviver com os carros elétricos”.

Com o objetivo de ser o líder de vendas de veículos elétricos em 2025, o Grupo Volkswagen prepara-se para lançar três elétricos mais pequenos.

Acerca dos modelos da CUPRA, Skoda e Volkswagen, Diess afirmou: “Fazia sentido entrar no mercado dos elétricos pelos segmentos superiores, mas em 2025 achamos que é a altura certa para um carro do tamanho do Polo“.

Ainda sobre os modelos que serão produzidos em Espanha, o executivo alemão revelou: ” a procura já existe e atualmente as margens permitem que os carros elétricos mais pequenos sejam lucrativos”.

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