Notícias Cinco construtores bateram à porta da Tesla para evitar milhões em multas

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Cinco construtores bateram à porta da Tesla para evitar milhões em multas

As novas metas de emissões para 2025 continuam a ser um problema para a indústria automóvel. A formação de agrupamentos de emissões é parte da solução.

Volkswagen Golf R 333 sistema de escape
© Volkswagen

Com a chegada de 2025, chegam também novas metas de emissões de CO2 (dióxido de carbono) mais rigorosas para os construtores automóveis cumprirem. Explicamos tudo o que está em causa no episódio n.º 71 do Auto Rádio, um podcast da Razão Automóvel.

Sob pena de terem de pagar 95 euros por cada carro e por grama de CO2 acima do estipulado, há vários construtores à procura de alianças. Stellantis, Toyota, Ford, Subaru e Mazda já anunciaram que vão juntar-se a outros construtores.

E quem vai vender estes créditos? A Tesla, que apenas produz automóveis elétricos e por isso tem muitos créditos de carbono para vender, utilizando os chamados “agrupamentos de emissões” (emission pools).

Segunda Circular
© Câmara Municipal de Lisboa

O que está em causa?

No período de 2025-2029, a indústria automóvel terá de reduzir em 15% as emissões de CO2, o que se traduz numa média de 93,6 g/km (WLTP).

Da última vez que a indústria automóvel teve de reduzir as emissões de CO2 — UE impôs média de 110,1 g/km em 2021 —, nem todos os construtores atingiram as suas metas (estas variam de construtor para construtor), tendo sido, no total, pagas multas no valor de 500 milhões de euros.

O cenário pode voltar a repetir-se no final deste ano. Há vários os construtores em risco de não atingirem as suas metas.

Segundo os analistas, para cumprir as metas de emissões estabelecidas para este ano, mais de 20% das vendas automóveis na União Europeia (UE) terão de ser elétricos. Atualmente, estamos longe dessa quota — 13,4% de janeiro a novembro de 2024. Se a procura por automóveis elétricos continuar a descer, as previsões são de multas muito mais avultadas.

A ACEA (Associação Europeia de Fabricantes Automóveis) estimou que as multas decorrentes do incumprimento das novas emissões podem ascender aos 15 mil milhões de euros.

Novos agrupamentos

A UE, no entanto, disponibiliza uma ferramenta que permite aos construtores agruparem-se por emissões — as emission pools — para ajudar no cumprimento das metas e evitar o pagamento de multas.

Depois de termos visto no final do ano passado a Suzuki (em risco de incumprimento) ter entrado em acordo com a Volvo (já está muito abaixo da sua meta), agora é a Stellantis, Toyota, Ford, Subaru e Mazda que pretendem juntar-se à Tesla, que sendo 100% elétrica, tem créditos de emissões de CO2 de sobra para vender.

Este é o primeiro agrupamento anunciado para 2025 e a Tesla deverá manter o seu agrupamento (pool) aberto a novos candidatos até 5 de fevereiro, segundo um documento ao qual a Automotive News Europe teve acesso.

Os construtores mencionados representavam até novembro do ano passado quase 30% do mercado automóvel da União Europeia. A Tesla, por sua vez, tinha uma quota de 2,2%. Até agora, nenhum dos construtores se pronunciou oficialmente.

Já foram vários os construtores automóveis a mostrarem-se dispostos a agruparem-se para evitar as multas de emissões, entre eles o Grupo Volkswagen e o Grupo Renault. Eventuais futuros acordos deverão ser concluídos até 31 de dezembro de 2025.

Atraso das emissões

No final do ano passado foram vários os países a fazer pressão à União Europeia para rever as metas de emissões de CO2  que entram em vigor este ano, assim como as multas associadas. Contudo, até agora, a UE mantém-se inflexível.

Fonte: Automotive News Europe

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