Notícias Ambição não falta ao CEO da CUPRA: “Ainda não viram nada. Isto é apenas o início”

Entrevista

Ambição não falta ao CEO da CUPRA: “Ainda não viram nada. Isto é apenas o início”

Falámos com Wayne Griffiths, o CEO da CUPRA, sobre o futuro da marca. A conversa foi breve, mas deu para perceber que não falta ambição.

A CUPRA pode ter nascido apenas em 2018, mas já é um verdadeiro caso de sucesso. Só no ano passado vendeu mais de 230 000 automóveis. E o objetivo não é ficar por aqui.

Durante a apresentação dos renovados Formentor e Leon, em Madrid (Espanha), no final de abril, tivemos direito a cinco minutos de conversa (literalmente) com Wayne Griffiths, diretor executivo da CUPRA (e da SEAT), que não podia estar mais confiante relativamente ao futuro:

Ainda não viram nada. Isto é apenas o início para a nossa marca.

Wayne Griffiths, diretor executivo da CUPRA e da SEAT

E quando olhamos para os números que a marca já alcançou, é fácil perceber o otimismo: “A CUPRA só está no mercado há seis anos, mas nesse tempo já vendemos mais de 600 000 carros”, frisou Griffiths.

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Convém também não esquecer que pelo meio tivemos uma pandemia, uma severa crise de semicondutores e uma guerra na Europa, eventos que colocaram dificuldades acrescidas à indústria automóvel.

CUPRA evento Madrid 2024
© CUPRA Foi durante o evento de apresentação dos renovados CUPRA Formentor e Leon, em Madrid, que estivemos à conversa com Wayne Griffiths

Imune a tudo isto, a CUPRA continuou sempre a crescer. Aliás, é por esta altura, um dos construtores automóveis que mais cresce na Europa, que é o seu principal mercado, mas não o único: já está na Austrália, Chile, Colômbia e México e tem planos para «atacar» os Estados Unidos da América no final da década.

Um trunfo chamado Formentor

O maior responsável pelo sucesso da marca tem um nome: Formentor. Foi o primeiro modelo desenvolvido de raíz para ser um CUPRA (antes a marca tinha duas propostas feitas a partir de modelos da SEAT) e rapidamente se tornou o «porta estandarte» de tudo aquilo que a CUPRA representa.

Tanto que podemos afirmar, com segurança, que a CUPRA não seria o que é sem este modelo, que só em 2023 vendeu 120 000 unidades. Nem o próprio Wayne Griffiths foge a essa realidade:

O Formentor mudou o jogo para a CUPRA.

“Realmente (o Formentor) deu à marca a sua identidade nas ruas da Europa”, confessou-nos o «patrão» da CUPRA, que acredita que a renovação agora efetuada o vai catapultar para registos ainda mais positivos:

“Agora, o renovado Formentor, com o novo motor com 333 cv e vetorização de binário, e com as versões híbridas plug-in com 272 cv, acho que vai levar a história para o nível seguinte”, sublinhou Griffiths, antes de reiterar: “Acho que ainda não atingimos o limite”.

CUPRA Formentor - 3/4 de frente
© CUPRA CUPRA Formentor 2024

Recorde-se que a próxima geração do Formentor só está planeada mais para perto do final da década, pelo que esta renovação terá um papel fundamental para continuar a alavancar as vendas da marca. Recordamos que a CUPRA mantém-se fiel ao caminho já traçado: transformar-se numa marca 100% elétrica até 2030.

Futuro 100% elétrico

Nem mesmo os avanços e recuos das normativas europeias de emissões, nomeadamente a Euro 7 — foi aprovada numa versão mais leve do que a original —, nem os sinais menos positivos do mercado em relação aos 100% elétricos, estão a fazer a CUPRA repensar a sua estratégia, como nos explicou Griffiths:

Mantemo-nos com a nossa estratégia a longo prazo, que é electrificar totalmente a marca até 2030.

Contudo, e apesar de estar a dilatar a sua oferta de modelos 100% elétricos, a marca espanhola sabe que ainda há um longo caminho a percorrer até ao final da década. Por isso mesmo, para já, vai continuar a ter propostas com motores de combustão interna.

“Vamos continuar a oferecer motores de combustão interna: motorizações a gasolina, mild-hybrid e híbridas plug-in”, começou por dizer Griffiths, “mas também propostas 100% elétricas, como o Tavascan e o Born, e mais tarde, em 2025 ou 2026, o Raval”.

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“Vamos ter o melhor dos dois mundos. E acho que isso é importante neste momento de transformação”, rematou o diretor executivo da CUPRA.