Estudo confirma: Portugal é um dos países do mundo onde é mais caro ter carro

Os anos passam, o parque automóvel nacional envelhece e Portugal continua a ser dos países onde é mais caro ter carro.

Se ainda houvessem dúvidas, o estudo agora divulgado pela FINN Auto, uma plataforma de subscrição automóvel, veio dissipá-las.

Este estudo não se focou apenas no custo de aquisição do automóvel — a esse nível, Portugal já é um dos países com os automóveis mais caros da União Europeia. Teve em conta fatores como o preço do combustível e o poder de compra em cada país.

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Desta forma o estudo da FINN Auto conseguiu criar uma escala de 0 a 10 — o “Car Cost Score” ou Classificação do Custo do Automóvel — que permite comparar diretamente quanto custa ter um automóvel em vários países.

Como foi feito o estudo?

A FINN Auto baseou o seu estudo nos dados da OCDE relativos aos rendimentos médios anuais em cada país e não no salário médio calculado pelo Eurostat.

A razão da escolha por esta fórmula de cálculo, apesar de mais complexa, permite comparar diretamente países com horários de trabalho e formas de remuneração distintas.

Por essa razão, neste estudo o rendimento médio atribuído a Portugal é de 28 318,43 euros em vez dos 19 300 euros brutos de salário médio calculados pela Eurostat.

Depois, tendo em conta os valores médios do combustível calculados pela “Global Petrol Prices” a FINN Auto pôde calcular a “Classificação do Custo do Automóvel” de cada país — quanto mais alta for essa classificação, mais caro é ter um automóvel em determinado país.

Portugal no Top 5 dos automóveis mais caros

Portugal atinge uma classificação elevada de 8,19, estabelecendo o nosso país como o quarto país do mundo onde é mais caro ter carro. À frente de Portugal ficou apenas o México, a Estónia e a Letónia.

O estudo usou o Renault Clio como o automóvel mais popular do nosso país — dados de 2019; nos últimos dois anos foi o Peugeot 2008 o mais vendido — e por isso considerou um preço médio de 19 780 euros (os preços hoje estão mais elevados; não há Clio a menos de 20 mil euros), o que corresponde a 69,36% do rendimento médio anual dos portugueses (os tais 28 318,43 euros).

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Entre os países onde é mais caro ter automóvel, temos a Letónia em terceiro lugar, com uma classificação de 8,64 e uma taxa de esforço para comprar o modelo mais popular no país, o Toyota Corolla, de 89,94%.

Em segundo lugar encontramos a Estónia, onde comprar o carro mais popular, o Toyota RAV4, obriga a gastar 99,61% do rendimento médio anual. A classificação é de 8,79.

E o país do mundo onde é mais caro ter um carro é o México. Comprar um Nissan Versa, uma berlina compacta com um custo médio 15 057 euros, corresponde a 95,58% do rendimento médio anual dos mexicanos.

Apesar de o preço médio do litro de gasolina calculado pelo mesmo estudo ser de 1,18 €/l — muito mais baixo que os 1,69 €/l em Portugal — a classificação do México chega a uns impressionantes 9,7.

Onde é mais barato ter carro?

Em sentido inverso encontramos o Luxemburgo, o país do mundo onde é mais barato ter um automóvel.

No total os luxemburgueses só precisam de gastar 36,69% do seu rendimento anual para comprar o modelo mais popular no país, o Volkswagen Golf. Qual a “Classificação do Custo do Automóvel” no Luxemburgo? Escassos 0,46.

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Ainda sobre esta classificação, nota ainda para os resultados obtidos pela vizinha Espanha. Comparando com a classificação de 8,19 de Portugal, Espanha obteve um classificação melhor de 6,82. Mesmo assim é o nono país no mundo onde é mais caro ter carro.

Ainda assim comprar o modelo mais popular no país, o SEAT Leon, apenas «exige» 57,52% do rendimento anual dos espanhóis.

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Outro dado curioso saído deste estudo é que coloca o Japão como o país do mundo com o preço médio mais baixo do seu automóvel mais popular, o Honda N-Box, ficando-se pelos 10 032 euros ou 26% do rendimento médio anual. Título justificado por ser um kei car (mini-carros japoneses) que contam com benefícios ao nível da tributação e seguros.

Fonte: FINN Auto

João Delfim Tomé

Apaixonado por automóveis desde sempre, o João divide os seus dias entre as teclas da Razão Automóvel e a chave de parafusos do Lada Niva que está a recuperar.

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