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Ferrari Dino em dúvida, mas o SUV “vai provavelmente acontecer”

A Ferrari não se consegue decidir relativamente a um futuro Dino. Mas um SUV "vai provavelmente acontecer", segundo Marchionne.

Ferrari Dino 206 GT

Recentemente a Ferrari quase que confirmou, através do seu CEO Sergio Marchionne, que faria aquilo que nunca faria: um SUV. Ou como a Ferrari diz, um FUV (Ferrari Utility Vehicle). No entanto, apesar de até já haver (aparentemente) um nome de código para o projecto – F16X -, ainda não existe confirmação absoluta de que acontecerá.

No primeiro trimestre do próximo ano ocorrerá a apresentação do plano estratégico da marca até 2022, onde todas as dúvidas sobre o F16X serão esclarecidas. E também saberemos mais sobre outro projecto que é discutido há demasiado tempo sem resolução aparente: o regresso do Dino.

O Dino foi a tentativa da Ferrari, no final da década de 60, de construir uma segunda marca de desportivos, mais acessível. Hoje, recuperar o nome Dino teria assim como objectivo o de criar um novo patamar de acesso à Ferrari. E se no passado, Marchionne afirmou que não era uma questão se iria acontecer ou não, mas apenas quando, hoje em dia já não é assim tão linear.

Ferrari SUV - previsão por Teophilus Chin
Previsão de Ferrari SUV por Teophilus Chin

A ideia de um novo Dino tem encontrado, de forma algo surpreendente, resistência interna. Segundo Marchionne, tal modelo poderia ter um impacto negativo na imagem da marca, diluindo a sua exclusividade. E tal aconteceria porque o novo Dino teria um preço de entrada 40 a 50 mil euros abaixo do California T.

Mundo ao contrário

Recapitulemos: um novo Dino, por ser mais acessível, poderia ser prejudicial à imagem da marca, mas um SU… perdão, um FUV não? É uma lógica difícil de compreender, até porque ambas as propostas implicam aumentos de produção, mas tudo faz mais sentido quando estamos de calculadora na mão.

A Ferrari está financeiramente em forma. Os seus lucros continuam a crescer de ano para ano, assim como a sua cotação na bolsa, mas Marchionne quer mais, muito mais. É seu objectivo duplicar os lucros da marca no início da próxima década. Para tal, a extensão da gama – seja o FUV ou o Dino -, seria acompanhado de um aumento de produção.

E se um teto máximo de 10 mil unidades até 2020 tinha sido referido não faz tanto tempo assim – mantendo-a sabiamente e oficialmente como um pequeno construtor -, a extensão da gama verá essa barreira ser largamente ultrapassada. E isso traz consequências.

Como pequeno construtor que é – a Ferrari é hoje em dia independente, fora da FCA -, está isenta de cumprir o mesmo programa de redução de emissões dos construtores de grande volume. Sim, tem de reduzir as suas emissões, mas as metas são distintas, discutidas diretamente com as entidades reguladoras.

Ultrapassar as 10 mil unidades por ano significa também cumprir os mesmos requisitos que os outros. E estando fora da FCA, não pode contar com a venda de pequenos Fiat 500 para os cálculos das suas emissões. A confirmar-se esta decisão, não deixa de ser surpreendente que tal seja considerada.

Se é para garantir maiores números na linha de produção, um SUV é uma aposta mais segura e lucrativa que um desportivo – sem discussão. No entanto, pode revelar-se algo contraproducente, com as exigências acrescidas na redução das emissões.

Mesmo considerando o futuro sobrealimentado e híbrido da marca, medidas mais radicais teriam de ser tomadas. E o F16X, mesmo confirmando os rumores de um V8 híbrido para o motivar, teoricamente terá emissões superiores a um novo Dino. Um carro que será mais pequeno e leve, e tal como o original de 1967, equipado com um V6 em posição central traseira.

Mais respostas no início de 2018 com a apresentação da futura estratégia da marca. Apostariam contra a aprovação do FUV?

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