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Antevisão

«Foguetes» num Ferrari? É o que esta patente mostra

A Ferrari está a estudar o uso de propulsores nos seus modelos e já há uma patente a explicar como poderão funcionar.

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© Ferrari

Depois dos turbos, dos sistemas híbridos e dos motores elétricos, a Ferrari está a pesquisar o recurso a propulsores para incrementar (ainda mais) a performance dos seus modelos, seja em aceleração, desaceleração e até a nível aerodinâmico.

Não, a marca de Maranello não fez nenhum anúncio oficial. Contudo, uma série de documentos no registo de patentes mostram-nos, em detalhe, como poderia funcionar este novo sistema da Ferrari.

Originalmente registada em 2019, só agora esta patente da Ferrari «ganhou fama». Tendo em conta que nos últimos quatro anos a marca de Maranello não anunciou quaisquer planos no sentido de lançar esta tecnologia, apenas podemos esperar que não tenha desistido por completo da ideia.

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© Ferrari Um dos esquemas que explicam o sistema patenteado pela Ferrari.

Complexo…

A Ferrari descreve na patente que este sistema de propulsores acrescentaria mais 40 kg a 45 kg a um automóvel, o que é bem menos, por exemplo, do que as baterias e motores elétricos de um qualquer sistema híbrido.

Estes propulsores funcionariam a ar comprimido, mas também coloca a possibilidade de poderem funcionar com combustível líquido (gasolina), passando assim a ser pulsojatos (!).

A Ferrari não especificou o número de propulsores distribuídos pelo veículo — se interpretámos bem as figuras da patente, são entre cinco e sete —, mas detalha que cada um deles conta com cinco orifícios, cada um progressivamente maior que o outro.

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© Ferrari Nesta imagem podemos ver os cinco orifícios presentes nos propulsores.

O objetivo é o de garantir que os propulsores entreguem a mesma força de propulsão — a Ferrari estima que sejam precisos 5000 Newton (N) — independentemente da pressão e quantidade de ar comprimido nos tanques.

Ou seja, se os tanques estão cheios, o ar sai pelos orifícios mais pequenos; quando os tanques estão mais vazios e com menor pressão são usados os orifícios maiores.

A Ferrari avança que o sistema será particularmente ruidoso e, no caso de funcionar com ar comprimido, são precisas pressões de 700 bar a 900 bar — valores que já encontramos nos tanques do Toyota Mirai, que armazenam hidrogénio a 700 bar.

O compressor necessário para este sistema destaca-se ainda por não ser elétrico, mas sim mecânico. Está ligado fisicamente a um dos eixos e trabalha em conjunto com um permutador de calor para manter o ar o mais denso possível. Ao associar o compressor a um dos eixos torna-se possível usar a energia cinética das travagens para comprimir o ar.

… mas eficaz

Por esta altura devem estar a questionar: afinal para que é que a Ferrari quer um sistema deste género?

Na prática este complexo sistema tem várias finalidades. Não só ajuda nas acelerações e desacelerações como pode até ter um papel importante na geração de downforce.

Ao «mover» largas quantidades de ar por baixo do automóvel este sistema acaba por criar um efeito de solo, um pouco como acontece nos carros com ventoinhas, como o GMA T.50, potenciando a velocidade de passagem em curva.

Recorde-se que esta não é a primeira vez que um construtor aborda a hipótese de usar propulsores nos seus automóveis.

Elon Muskquem mais poderia ser? — já tinha abordado essa possibilidade, mas, ao contrário da Ferrari, ainda não se viram quaisquer patentes a explicar o funcionamento do sistema. Mas sabemos que, ao contrário do sistema da Ferrari, o da Tesla recorreria a um compressor elétrico.

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O canal Engineering Explained explicou como poderia ser o funcionamento deste sistema e mostrar as suas mais valias potenciais.

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Fomos enganados. Afinal BB em Ferrari 365 GT4 BB não significa Berlinetta Boxer