Notícias Caça à multa. Fiscais da EMEL deixam de receber bónus por multas emitidas

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Caça à multa. Fiscais da EMEL deixam de receber bónus por multas emitidas

A Câmara Municipal de Lisboa suspendeu de imediato a medida que bonificava os fiscais da EMEL pela quantidade de multas passadas.

EMEL envelope vermelho
© André Mendes / Razão Automóvel

Depois de a Câmara Municipal de Lisboa ter conhecimento de que haviam bónus associados ao número de multas emitidas pelos fiscais da EMEL (Empresa de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa), a medida foi “imediatamente suspensa”.

O bónus no vencimento podia chegar aos 300 euros e era entregue aos funcionários que mais multas emitissem. Segundo um dos funcionários da empresa, em entrevista ao Correio da Manhã, “há fiscais que fazem 900 multas por mês”.

O vice-presidente da Câmara de Lisboa, Filipe Anacoreta Correia, disse ter ficado “em choque, ao saber que haviam ganhos remuneratórios associados às multas”.

EMEL zona verde
Guilherme Costa / © Razão Automóvel

Segundo o mesmo, esta é uma situação “completamente inaceitável”, mas que era herdada do passado e que foi “imediatamente suspensa, portanto já não se pratica”.

“Em relação à EMEL, acho que precisamos de facto de uma nova cultura”, acrescenta Filipe Anacoreta Correia, que tem o pelouro da Mobilidade.

Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, sobre este bónus correlacionado com o número de multas emitido pelos fiscais da EMEL, comentou que “obviamente” não podia acontecer.

“As pessoas têm de ganhar o seu salário, têm de fazer o seu trabalho e têm de ser recompensadas pelo trabalho, mas não por passar cada vez mais multas, porque isso é um incentivo que é contrário àquilo que deveria ser”.

Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa

Além do bónus, também a agressão

Estas foram declarações obtidas durante a reunião pública do executivo municipal, onde também foi comentada a alegada agressão a um condutor por parte de fiscais da EMEL.

Na resposta, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, referiu que a ocorrência de uma agressão “é inaceitável”. Além disso, defendeu ainda a visão de “uma EMEL que não seja punitiva, mas que trabalhe com as pessoas, que defenda as pessoas”.

Carlos Moedas indicou que, “há um ano, muitas pessoas falavam sobre a falta de fiscalização”, além do uso do estacionamento para residentes no período da noite. Que “essa fiscalização tem de ser feita, mas tem de ser feita de uma forma positiva”, para defender os residentes.

Fonte: Lusa