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Segurança

Fórmula 1. Os detalhes dos capacetes mais seguros do mundo

Resistir a temperaturas superiores a 800 ºC e conseguir lidar com objetos a mais de 500 km/h sem quebrar. Sejam bem-vindos ao mundo dos capacetes de Fórmula 1.

Capacete Fórmula 1

Acham que os Nokia 3310 são o objeto mais resistente do mundo? É porque não conhecem os capacetes usados pelos pilotos da Fórmula 1.

Não há nenhum capacete no mundo capaz de aguentar aquilo que um capacete de Fórmula 1 aguenta. Os capacetes de Fórmula 1 estão para os pilotos, como o lençóis da cama estão para uma criança numa noite de trovoada: é a última barreira contra as maiores ameaças.

O caderno de encargos dos capacetes de Fórmula 1

Os capacetes de Fórmula 1 obedecem a um caderno de encargos gigantesco. Não lhes basta absorverem impactos, têm de ser resistentes a todos os elementos. Quando nós escrevemos todos, é mesmo todos os elementos.

Desde 2018, que as regras aplicadas pela FIA aos capacetes de Fórmula 1 são ainda mais exigentes.

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Para que a FIA considere um capacete seguro, eles têm que passar por alguns testes extremos. Vamos começar pela absorção de impactos. O exterior do capacete é fabricado em fibra de carbono e o interior é composto por várias camadas: kevlar, poliestireno expandido e espuma de polipropileno.

O exterior tem de resistir aos impactos. Já o interior tem a responsabilidade de dissipar a energia para evitar desacelerações bruscas.

Para passarem nos testes de impactos, os capacetes são submetidos a várias provas. Um deles implica um objeto de metal pontiagudo com 3 kg a cair de uma altura de 3 m, a uma velocidade de 9,5 m/s. Estes testes repetem-se de várias formas, testando todas as superfícies do capacete.

Sistema HANS
Hoje, em todas as modalidades do desporto automóvel é obrigatório o uso do sistema HANS. Um dispositivo que limita os movimentos da cervical para evitar lesões.
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Mas não é apenas a carcaça do capacete que é colocado à prova. Submetido a uma carga de 38 kg, a cinta de queixo não pode deformar mais de 30mm. Também a viseira tem um complexo teste pela frente: tem de resistir a projéteis com 1.2 gr atirados a mais de 500 km/h.

Mas o teste mais impressionante, talvez seja aquele em que o capacete é testado contra incêndios. Os capacetes são submetidos a chamas de 800 °C durante 45 segundos. Para passarem o teste, as temperaturas internas devem manter-se sempre abaixo dos 70 °C.

Como se não bastasse, além de tudo isto, os capacetes têm de ser confortáveis. Os capacetes dos pilotos de Fórmula 1 têm ventiladores e filtros para gases, óleos e até partículas provenientes do sistema de travagem. Têm comunicadores para falar com a equipa, tubos para água potável e, por último, a tonalidade do visor tem de ajustar-se em frações de segundo para se adaptar a mudanças extremas de luz.

Já não é apenas um capacete. É muito mais do que isso. Neste vídeo podes perceber a evolução deste equipamento:


NOTA FINAL. Este o primeiro artigo, de uma série de artigos novos, que a Razão Automóvel vai publicar sobre a segurança na Fórmula 1. Fiquem atentos.