Notícias Como é que o planeta garante a mobilidade de oito mil milhões pessoas?

Fórum Freedom of Mobility 2024

Como é que o planeta garante a mobilidade de oito mil milhões pessoas?

O Fórum Freedom of Mobility acaba de revelar um inquérito dedicado às soluções de mobilidade verde. O resultado mostra um planeta a diferentes velocidades.

© NASA

A segunda edição do Freedom of Mobility Forum (Fórum da Liberdade de Mobilidade), promovido pela Stellantis, acaba de apresentar dados importantes para a definição da mobilidade, não só na Europa, mas a nível mundial. Afinal de contas, este é um “problema global”, afirmou um dos convidados.

O tema desta edição parte precisamente desse pressuposto: “Como é que o planeta vai acomodar as necessidades de mobilidade de oito mil milhões de pessoas nas próximas décadas?

Um pergunta complexa com uma resposta igualmente complicada, para a qual este fórum quer contribuir.

Mobilidade verde é para todos?

Nesse sentido, foi realizado um inquérito a mais de 5000 pessoas em cinco países (cerca de 1000 pessoas por país) — Brasil, França, índia, Marrocos e EUA —, com o objetivo de apoiar o debate com dados mais concretos.

Freedom of Mobility Forum logo
© Stellantis

Nesse inquérito foram feitas três questões aos inquiridos sobre as suas opções de mobilidade:

  1. Quando está a escolher as suas opções de transporte, qual destas opções o descreve melhor? Não estou preparado para mudar nada; pronto para mudar, mas ainda não agi; pronto para fazer algumas mudanças; pronto para fazer mudanças profundas;
  2. Em resposta às alterações climáticas, concordaria ou não em parar de usar meios de transporte nos quais você é o único passageiro (por exemplo, carros, motos…)? Sim ou Não;
  3. Quais as partes interessadas com maior influência na mudança para opções de transporte mais ecológicas? Legisladores; cidadão comum; empresas; media; jovens; milionários; cientistas; celebridades; Organizações Não Governamentais; não sei;

A resposta a estas três questões mostram um planeta a diferentes velocidades, com os países menos desenvolvidos a mostrar uma menor resistência à mudança.

Um planeta a diferentes velocidades

Primeiro que tudo, as respostas à mesma pergunta variaram imenso, não apenas de país para país, mas inclusivamente de região para região, dependendo tratar-se de uma área urbana ou rural.

Por exemplo, em relação à primeira pergunta, ficou-se a saber que um em cada quatro indivíduos (25%) não estão prontos para transintar para opções de transporte mais ecológicas.

Os EUA é o país com menor predisposição para optar por soluções mais amigas do ambiente com 39%. Pelo contrário, no Brasil e na Índia a vontade de mudança é maior. Apenas 16% e 18% dos inquiridos, mostram relutância face às soluções mais ecológicas.

O futuro da mobilidade num bom caminho

Também ficámos a saber que três em cada quatro indivíduos estão a preparar-se para opções de mobilidade mais sustentáveis. A esse nível França é o país líder, com metade dos inquiridos (52%) a ter já começado a alterar os seus hábitos de mobilidade.

No entanto, só 10% já começaram a fazer mudanças profundas à sua mobilidade, sendo a Índia onde esse valor é mais elevado (14%) e em França o mais baixo (6%).

Em resposta à segunda pergunta (concordaria ou não em parar de usar meios de transporte nos quais você é o único passageiro?), seis em cada 10 inquiridos dizem estar prontos para abandonar o transporte individual, mas há grandes disparidades entre os cinco países: Índia, Brasil e Marrocos é onde mais responderam “Sim” (sempre acima dos 70%).

Também constatou-se que à volta de dois terços dos inquiridos (65-67%), com idades entre os 18 anos e os 63 anos, dizem estar prontos para prescindir do transporte individual.

Em relação à terceira questão (quais as partes interessadas com maior influência na mudança?), chegou-se à conclusão que os principais impulsionadores na mudança para opções de transporte mais ecológicas, são os legisladores (36%), os cidadãos (33%) e as empresas (26%).

Também aqui os resultados variam de país para país, com os EUA e Marrocos a dar preferência aos legisladores, França e Brasil aos cidadãos e a Índia, curiosamente, a dar aos jovens o protagonismo na influência para a mudança para opções de transporte mais ecológicas.

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