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França resiste ao banir dos motores de combustão pela UE em 2035

A proposta da União Europeia de redução de emissões nos automóveis vai encontrar resistência em alguns estados membros, como a França.

Renault Zoe

Com a proposta de redução das emissões de CO2 em 100% para os automóveis novos a partir de 2035, a União Europeia (UE) está, efetivamente, a ditar a sentença de morte para o motor de combustão interna.

Uma proposta que encontra na França o primeiro estado membro discordante da mesma. O governo francês defende que essa meta seja “empurrada” para o final da década (2040) e seja dada mais folga aos híbridos plug-in, mantendo-os no mercado por mais tempo.

Por outro lado, o governo francês diz concordar com uma meta da redução das emissões de CO2 previstas em 2030, mas em 55% (em relação às 95 g/km para este ano) e não em 65% como proposto pela UE, ainda assim uma meta muito mais exigente que os 37,5% propostos inicialmente em 2018.

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Peugeot 308 2021

Declarações vindas, anonimamente, de um oficial do gabinete do presidente francês Emmanuel Macron, após reunião com vários responsáveis do Grupo Renault e da Stellantis, assim como representantes dos sindicatos, sobre a transição para a mobilidade elétrica.

O conjunto de medidas e metas que a UE propõe será divulgada durante o dia de amanhã, mas esta posição inicial da França — um país onde a indústria automóvel tem um peso considerável — poderá indicar o início de uma longa e dura discussão dentro do espaço europeu sobre as metas climáticas e em como poderão afetar a indústria automóvel europeia.

Transição acelerada

A indústria automóvel já estava ciente de que haveria um endurecimento substancial das metas de redução das emissões de CO2, mas este encontro entre indústria e governo francês foi parte de um esforço para reunir apoio para uma saída faseada mais lenta do motor de combustão.

Citroën C5 X

Como já foi expresso com receio na Alemanha, um dos centros nevrálgicos da indústria automóvel europeia, também na França estima-se que a transição para a mobilidade elétrica, com o consequente recuo do motor de combustão interna, resulte no fim de até 100 mil postos de trabalho na indústria até 2035 (a indústria emprega diretamente cerca de 190 mil pessoas hoje em dia).

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São as estimativas do Le Plateforme Automobile, o principal grupo de lóbi francês para a indústria automóvel, que estima ainda que seja necessário investir no país 17,5 mil milhões de euros de até ao meio da década para o desenvolvimento de baterias, infraestruturas de carregamento, hidrogénio e outros serviços relacionados.

Renault Arkana

Fonte: Automotive News.