“Financiamento automóvel vai mudar profundamente”. Gilbert Ranoux, CEO Credibom

Agora que as luzes do Salão de Munique (IAA 2023) já se apagaram, podemos olhar com algum distanciamento para tudo aquilo que aconteceu neste certame alemão. Apesar de todas as novidades, houve uma certa «estabilidade» na mudança: os automóveis elétricos continuam a dominar e o setor dos serviços continua a crescer.

Uma dinâmica à qual o banco Credibom — subsidiário da Crédit Agricole Consumer Finance — não tem sido alheio. Entrevistámos Gilbert Ranoux, CEO do Credibom, que nos explicou como é que o seu grupo está a reagir a todas estas mudanças a nível europeu e, claro, a nível nacional.

Uma entrevista que decorreu no dia em que a Crédit Agricole anunciou o «terceiro pilar da sua estratégia»: os serviços de mobilidade.

Presença online é determinante

Durante mais de 100 anos foi assim: quem queria comprar um automóvel deslocava-se a um concessionário, escolhia um modelo e comprava. Porém, o mercado está a mudar, aliás, “os consumidores estão a mudar” afirma Gilbert Ranoux.

É por isso que as vendas online, as formas de aquisição e usufruto do automóvel estão a conhecer mudanças profundas. Há marcas que estão a conseguir acompanhar, outras estão a ter dificuldades nesta transição.

Seja como for, a banca parece estar na linha da frente deste «novo» mercado automóvel, onde as dinâmicas estão a mudar profundamente.

O que está a acontecer hoje é que, no mercado europeu, o financiamento automóvel está a mudar profundamente. Estamos a passar do ownership para o usufruto, tanto nas empresas como nos particulares.

Gilbert Ranoux, CEO do banco Credibom

Esta mudança — do financiamento tradicional para outros instrumentos — está a abrir as portas do setor automóvel a novas oportunidades e modelos de negócio.

Indústria

“Empréstimos tradicionais têm os dias contados”. Stéphane Priami, CEO do Crédit Agricole

A banca poderá ser a «peça que faltava» no puzzle da indústria automóvel e Stephané Priami, CEO da Crédit Agricole, quer ter as peças todas.

Guilherme Costa

Oportunidades que, segundo Gilbert Ranoux, obrigam a banca a estar mais perto do consumidor e a encontrar novos posicionamentos. Uma posição que, numa visão de longo prazo, é partilhada com Stéphane Priami, CEO do Crédit Agricole Consumer Finance que defende que “os empréstimos tradicionais têm os dias contados”.

Relação já não acaba no financiamento

Tal como tinha afirmado há quase um ano, durante a apresentação da estratégia Go to the Future — que vai orientar o Grupo Crédit Agricole até 2026, Gilbert Ranoux voltou a afirmar a necessidade de inovação.

Queremos ser capazes de propor aos nossos clientes, novas e melhores soluções, num pacote completo, não apenas financiamento.

Gilbert Ranoux, CEO do Banco Credibom

“Foi isso que apresentámos aqui em Munique aos nossos clientes: mais inovação”, referindo-se aos anúncios da joint venture com a Opteven, uma empresa de serviços de manutenção e garantias, e da aquisição da Hiflow, uma scale up de serviços de transporte para o setor automóvel.

“O posicionamento do Credibom é claro: queremos ser o parceiro financeiro dos consumidores, seja qual for o tipo de financiamento que necessita. Nós temos os produtos de leasing e vamos ter acordos de manutenção e garantia com a Opteven. Também teremos todo o gosto em colocar a Drivalia como solução de mobilidade e de serviços de subscrição em Portugal. Onde os nosso clientes estiverem, nós também estaremos”, concluiu Gilbert Ranoux.

Ponto chave é o acesso aos clientes

Segundo este responsável que está na liderança do banco Credibom desde 2019, o “acesso aos clientes é, mais do que nunca, um ponto chave. É aqui que podemos fazer a diferença para melhorar a experiência de quem nos procura”, frisou.

Entrevista

Gilbert Ranoux, CEO do Credibom. “Portugal é uma economia atrativa e resiliente”

Economia, mobilidade e financiamento verde em 2023. Foram alguns dos temas abordados por Gilbert Ranoux, CEO do banco Credibom, em entrevista à Razão Automóvel.

Guilherme Costa

Uma dessas ferramentas de proximidade é o Piscapisca.pt, um portal de veículos usados que conta atualmente com mais de 40 mil oportunidades de negócio.

Queremos que o Piscapisca.pt seja o vetor para nos tornarmos a principal fonte para qualquer cliente ou revendedor, seja para obter soluções de mobilidade ou para propor as suas soluções.

Gilbert Ranoux, CEO do banco Credibom

A missão deste portal, segundo este responsável, não é apenas gerar mais negócio: “Queremos ser administradores dos nossos clientes. Que saibam que vão ser bem atendidos, que o negócio será justo, legal e sem truques. É essa a transparência que devemos aos nossos clientes”, terminou Gilbert Ranoux.

Mais ferramentas no Piscapisca.pt

Nesta «nova era» do financiamento automóvel, o Credibom considera que portais como o Piscapisca.pt são os novos ponto privilegiados de contacto entre os consumidores, vendedores e financiadores.

É por isso que Gilbert Ranoux fala — com entusiasmo visível — dos novos serviços do Piscapisca.pt para os revendedores. “Agora vão ter um número ilimitado de leads e, dependendo do pacote, de serviços para entenderem como está o stock, como está o preço e qual é o retorno, comparando com os seus concorrentes no mercado. Serão capazes de fazer benchmarking. É uma ferramenta orientada para os concessionários, mas que tem um impacto positivo também nos clientes, porque permite ter algum tipo de transparência sobre o que deve ser o preço de um carro usado e, portanto, implica alguma justiça nas transações”, finalizou.

Entre 15 a 20 por cento dos carros que financiamos no Credibom estavam cotados no Pisca Pisca. É um número que mostra bem o nosso valor acrescentado, tanto para o cliente, como para o revendedor. Entregamos mais de 25 mil leads todos os meses.

Gilbert Ranoux, CEO do banco Credibom

O próximo passo do Piscapisca.pt? “Poderá ser a internacionalização da plataforma e de todo o know-how que adquirimos em Portugal”, afirma este responsável, que diz que o nosso país “é um excelente mercado para experimentar novas abordagens”.

Guilherme Costa

Desde muito cedo trocou a companhia dos brinquedos pelas revistas de automóveis. Alimentado por essa paixão em 2012 fundou a Razão Automóvel.

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