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Como o Mónaco se transforma para receber o Grande Prémio de Fórmula 1

Está a acontecer o Grande Prémio do Mónaco, uma das provas mais emblemáticas da Fórmula 1 e aquela que é, provavelmente, a mais difícil de organizar.

GP Monaco 2019
Sutton Motorsport Images

A razão para essa dificuldade na organização do Grande Prémio do Mónaco de Fórmula 1 prende-se com a sua localização, bem no meio do Principado do Mónaco, o que envolve transformar uma área densamente urbanizada num circuito de corridas capaz de responder a todas as exigências da FIA.

A preparação para a realização do Grande Prémio e a montagem de todas as instalações necessárias começam muitas semanas antes do fim de semana da prova, de modo a atenuar ao máximo os constrangimentos aos cerca de 38 mil habitantes locais — no fim de semana do GP, a população do Mónaco cresce cinco vezes, sendo “invadido” por 200 mil pessoas(!).

O canal The B1M dá-nos a conhecer a transformação do Mónaco para que possa receber o Grande Prémio, um evento que obriga a um complexo planeamento e… muita paciência.

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É um desafio de logística, engenharia e obriga à construção de muitas instalações temporárias. Começa pelo circuito em si, com os seus 3,3 km de extensão a serem desenhados em estradas públicas, ocupando algumas das principais vias do Mónaco.

Um terço do circuito tem de ser re-asfaltado todos os anos, de modo a eliminar todas as irregularidades que possam afetar os monolugares, uma tarefa que tem início três semanas antes do Grande Prémio. E para que o incómodo para o dia a dia dos habitantes seja o menor possível, os trabalhos são realizados sempre à noite e por secções.

Louis Chiron
Ainda antes de haver Fórmula 1, já se corria no Mónaco. Louis Chiron, num Bugatti Type 35, em 1931.

As construções temporárias começam a ser erigidas seis semanas antes da realização da prova. E são mais que muitas: no total, 600 camiões são precisos para transportar todo o tipo de instalações, desde as bancadas às pontes pedonais, para que não haja impedimento à circulação.

Previsivelmente, praticamente todo o tipo de instalações são pré-fabricadas, incluindo as boxes. Estas correspondem a edifícios high-tech de três pisos (um para cada equipa), compostos por 130 secções, demorando 14 dias a serem terminados com o auxílio de várias gruas.

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Quanto às bancadas, também pré-fabricadas, estão colocadas em posições privilegiadas, sendo as que menos espetadores podem acolher em todo o campeonato de Fórmula 1: cerca de 37 mil pessoas. Porém, dado a geografia do terreno e pelo facto de estar numa área urbanizada, à volta de 100 mil pessoas conseguem assistir ao vivo a prova, ocupando todas as varandas dos prédios adjacentes ao circuito, pontes e até os barcos na marina.

Para garantir que no dia da prova todos estejam em segurança — desde os pilotos aos espetadores — são ainda instalados o equivalente a 20 000 m2 de redes de segurança e 21 km de barreiras.

O Grande Prémio do Mónaco é como nenhum outro no Campeonato de Fórmula 1. Continua a ser hoje em dia uma das provas mais emblemáticas, carismáticas e históricas da disciplina, acompanhando-a desde que esta nasceu em 1950, com muito poucas exceções — a última aconteceu o ano passado por culpa da pandemia, que obrigou a cancelar a prova.