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As razões para a Stellantis e Mercedes adiarem novas fábricas de baterias

A joint venture entre a Stellantis e a Mercedes-Benz — a ACC — para produzir baterias na Europa está a rever os planos para mais gigafábricas.

fábrica ACC França
© ACC

A joint venture entre a Stellantis, a Mercedes-Benz e Staf (subsidiária da TotalEnergies) para a produção de baterias, Automotive Cells Company (ACC), suspendeu a construção de duas gigafábricas em Kaiserslautern, Alemanha, e Termoli, Itália.

A ACC justifica a decisão com a revisão do seu plano de negócios, motivada pela desaceleração da venda de automóveis elétricos, assim como pelos elevados custos de produção associados às baterias. Está a ser formado um novo plano que será revelado no final de 2024 ou no início de 2025.

Relembramos que, para além destas duas gigafábricas, a ACC tem uma terceira gigafábrica de baterias, já em operação, na França, cuja produção irá aumentar nos próximos meses. As três instalações representam um investimento de sete mil milhões de euros.

Módulo de um produto ACC
© ACC Módulo de uma bateria ACC

O plano para a fábrica alemã, agora suspenso, previa começar a produzir baterias já no início de 2025, com uma capacidade total de 40 GWh. Este número seria suficiente para alimentar cerca de 600 mil carros até 2030, e empregaria cerca de duas mil pessoas.

Agora, uma das possibilidades em cima da mesa para a gigafábrica de Kaiserslautern — instalação que já pertenceu à Opel —, é a de produzir baterias LFP (fosfato de ferro-lítio) ao invés das de NMC (níquel, manganês, cobalto) como estava previsto.

É o que afirma o próprio diretor executivo da ACC, Yann Vincen, que referiu a necessidade de a empresa investigar e desenvolver baterias de baixo custo, como as LFP, para equipar veículos elétricos mais baratos.

China na liderança

No ano passado, a China liderou por larga margem a produção mundial de baterias, tendo produzido 60% das baterias a nível global. A CATL foi o fabricante que mais baterias produziu, tendo conquistado 36% do mercado.

Os construtores europeus encontram-se, assim, sob pressão das crescentes exportações das empresas chinesas.

Por outro lado, a Stellantis, que recentemente afirmou “querer fazer parte da ofensiva chinesa”, estabeleceu um acordo com a CATL, onde acordou a construção de uma fábrica de baterias LFP na Europa.

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Posto isto, Carlos Tavares, diretor executivo do grupo, quando questionado sobre o seu nível de compromisso para com a joint venture ACC afirmou que “nós vamos ajustar o nosso plano de investimento em elétricos ao ritmo do crescimento das vendas destes no mercado”.

Por sua vez, a Mercedes-Benz afirmou estar 100% focada na ACC e que a sua estratégia de eletrificação continua num bom caminho.

Fonte: Automotive News Europe

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Esta bateria não usa lítio. O princípio do fim da dependência chinesa?