Motores de combustão na Audi vão continuar por mais tempo que o planeado

A Audi ficou um pouco mais distante de um futuro totalmente elétrico do que o inicialmente previsto. O plano era lançar em 2026 o último modelo a combustão — deveria ser o novo Q7— e reformá-los totalmente em 2032, mas parece que já não será assim.

Foi o que o diretor-executivo da Audi, Gernot Döllner, admitiu durante a apresentação dos resultados financeiros do construtor: “Vamos analisar o futuro dos motores de combustão em todas as regiões do mundo. 2032 era a data que tínhamos comunicado, mas precisamos de reavaliar esses prazos e datas”.

O motivo? O crescimento abaixo das expetativas na venda de veículos elétricos, especialmente na Europa. Em 2024 estas até chegaram a recuar, tornando evidente que a transição para a mobilidade elétrica poderá ser mais demorada do que o previsto.

Foco nos híbridos

Face a este cenário, o diretor-executivo garantiu que a transição para motorizações elétricas “vai ser mais longa do que o que estava originalmente planeado”. Desta forma, a marca alemã vai continuar a apostar nos modelos a combustão, focando-se nos híbridos plug-in como tecnologia de transição.

Mercado

Vendas de elétricos e híbridos plug-in sobem no mundo exceto numa região

Ao contrário da Europa, o mercado de elétricos e híbridos plug-in continuou a crescer no resto do mundo em 2024, atingindo novos máximos.

Mariana Teles

A Audi anunciou o lançamento de 10 novos modelos híbridos plug-in até ao final deste ano. Entre eles, o A5 híbrido plug-in, que vai ser apresentado na próxima semana, 25 de março. Para além deste, espera-se que o novo A6 e Q5 também recebam variantes híbridas nos próximos meses. E a oferta será reforçada no A3.

É por isso expetável que a Audi vá manter os seus modelos a combustão à venda mais tempo do que o previsto: “uma extensão dos motores de combustão terá um impacto positivo no nosso modelo de negócio”, afirmou Döllner.

Diesel fica de fora

A aposta nos híbridos plug-in obriga a Audi a desviar o investimento nos motores Diesel. Vão continuar a marcar presença na gama, mas esta não deverá vai crescer: “Não vamos expandir a nossa gama Diesel — se olharmos para os números a procura está a decrescer —, mas é importante para nós e por isso estamos a ser flexíveis nesse tema”, concluiu o diretor-executivo.

Indústria

Audi já tem um plano para dar a volta aos maus resultados de 2024

Em 2024, a Audi enfrentou uma série de desafios que originaram uma queda significativa nos seus lucros, mas a marca já tem solução.

Mariana Teles

Em 2024, a Audi vendeu 1,67 milhões de unidades, menos 11,8% do que em 2023. Destes, 164 mil eram elétricos, uma queda de 8%.

Mariana Teles

O universo das «quatro rodas» entrou na sua vida por intermédio da Razão Automóvel. É a sua primeira volta no mundo do jornalismo e promete não parar.

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