Notícias Indústria automóvel reage à aprovação das tarifas dos elétricos “made in China”

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Indústria automóvel reage à aprovação das tarifas dos elétricos “made in China”

As tarifas de importação aos elétricos produzidos na China foram aprovadas pela CE e as reações na indústria não se fizeram esperar.

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© MINI

Na passada sexta-feira, 4 de outubro, as tarifas de importação aos elétricos produzidos na China foram oficialmente aprovadas.

O resultado esteve longe de ser consensual e dos 27 Estados-membros, cinco votaram contra, 10 votaram a favor e 12 abstiveram-se (incluindo Portugal).

Os receios de uma retaliação comercial por parte do gigante asiático — que já tinha ameaçado responder na mesma moeda caso as tarifas avançassem —, são uma das principais razões por detrás do elevado número de abstenções, refletindo também as dúvidas sobre qual a melhor abordagem para estas questões comerciais.

Reações

As reações à aprovação das tarifas de importação não se fizeram esperar por parte dos vários grupos automóveis europeus e chineses.

Destacam-se os alemães (Alemanha votou contra), que são os que têm mais a perder com a possível retaliação comercial chinesa. Recorde-se que um terço das vendas da Volkswagen, Audi e BMW, por exemplo, vêm do mercado chinês.

O diretor-executivo do Grupo Volkswagen, Oliver Blume, citado pelo jornal alemão Bild am Sonntag, avançou que “possíveis tarifas punitivas são particularmente arriscadas para a indústria automóvel europeia. Nós (Volkswagen) poderíamos enfrentar desvantagens significativas no mercado chinês”.

“Nós (Volkswagen) mantemos a nossa posição de que as tarifas previstas são a abordagem errada e não melhoram a competitividade da indústria automóvel europeia”.

Oliver Blume, CEO do Grupo Volkswagen

Blume sugeriu, em alternativa, que fossem oferecidos benefícios às empresas chinesas que investem na economia europeia, ficando assim isentas das tarifas.

Por sua vez, o diretor-executivo do Grupo BMW, Oliver Zipse, declarou que as tarifas são “um sinal fatal para a indústria automóvel europeia. O que é preciso agora é de um acordo entre a CE e a China para prevenir uma guerra comercial, da qual ninguém vai beneficiar.” A Mercedes-Benz avançou também que esta votação poderá ter “consequências muito negativas”.

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© CUPRA CUPRA Tavascan, produzido na China, é um dos modelos afetados pelas novas tarifas de importação.

A Stellantis, que recentemente começou a produzir elétricos chineses na Europa no âmbito da sua joint-venture com a chinesa Leapmotor, também já se pronunciou sobre este decisão. O grupo nunca refere estar a favor ou contra as tarifas: “como uma empresa global, apoiamos uma competição livre e justa”.

Reconhece, porém, que a indústria automóvel está “sob pressão dos planos ambiciosos de redução das emissões de CO2 e da ofensiva comercial global chinesa”. A Stellantis diz que o mais importante é que sejam “implementadas políticas que apoiem e assegurem a estabilidade das regras”.

Porém, Carlos Tavares, o diretor-executivo da Stellantis, há uns meses deu a conhecer a sua opinião sobre as tarifas:

Nem todos na Europa estão contra as tarifas. A PFA (Plateforme Automobile), grupo que representa o setor automóvel francês (França votou a favor) festejou o resultado da votação: “é um bom sinal que a decisão para a adoção de direitos aduaneiros tenha recebido o apoio do Estados-Membros”. Rematou afirmando que “somos a favor do comércio livre, mas dentro do quadro de regras justas.”

Marcas chinesas contra, claro

Previsivelmente, as marcas chinesas criticaram esta decisão. A Geely, grupo que detém a Volvo e a Polestar, expressou a sua desilusão com a decisão da Comissão Europeia: “Esta decisão não é construtiva e pode potencialmente prejudicar as relações económicas e comerciais entre a UE e a China, prejudicando em última instância as empresas europeias e os interesses dos consumidores”.

MG4 na estrada, frente 3/4
© MG MG4

A reação da MG, detida pela SAIC, fez-se ouvir pela voz da MG França: “A CE planeia taxar excessivamente os elétricos oferecidos pela MG em França, atrasando assim a transição para uma mobilidade individual mais sustentável, que a própria CE exigiu até 2035”.

Recorde que na votação efetuada na passada sexta-feira (4 de outubro) ficou acordado que iriam ser impostas tarifas aos elétricos produzidos na China de até 35,3% (sobre os 10% já existentes), que vão ficar em vigor durante os próximos cinco anos. Saiba quais as marcas e modelos afetados:

Apesar dos resultados da votações, a CE garante que vai continuar a negociar com a China em paralelo “para explorar uma solução alternativa“. O regulamento final só será anunciado no dia 30 de outubro, avançou também a Comissão.

Fonte: Automotive News Europe

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