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Os motores grandes da BMW são para continuar por dois motivos

O chefe de desenvolvimento da BMW assegura "os motores V8 vão continuar" e que nada substitui as sensações dos motores de grande capacidade. Mas há mais motivos.

Motor V8 BMW M5
© BMW

Talvez possa surpreender os menos atentos. Mas entre os três construtores premium alemães, é a BMW que vende mais elétricos — superam as vendas combinadas dos elétricos da Audi e Mercedes-Benz.

Curiosamente, foi a única marca deste trio alemão a nunca ter marcado no calendário uma data para acabar com os motores de combustão. Pois bem, os motores de combustão vão continuar… e não são apenas os mais pequenos. Os melodiosos e gigantes motores de oito cilindros também têm futuro.

A garantia foi dada por Frank Weber, chefe de desenvolvimento da marca alemã, em entrevista à Automotive News. A estratégia está definida e os motivos também.

Frank Webber com protótipo de BMW Neue Klasse
© BMW Frank Weber, chefe de desenvolvimento na BMW, posa com o futuro elétrico do construtor, o Neue Klasse. Mas mais elétricos não implicam o fim do motor de combustão.

Downsizing é tão 2020

O sucesso moderado que a BMW está a ter nos elétricos e híbridos plug-in podia servir de tentação para acabar ou reduzir a sua oferta a combustão. Mas a resposta imediata é “não”, de acordo com Frank Weber, o chefe de desenvolvimento da BMW, em entrevista ao Automotive News.

E quando Webber foi questionado sobre a continuidade do motor V8 da BMW, ficando no seu lugar apenas o seis cilindros em linha com diferentes níveis de eletrificação, a resposta foi contundente:

“Os motores V8 estão aqui para ficar.”

Frank Weber, o chefe de desenvolvimento da BMW

Desde 2020 que a tendência de redução do tamanho dos motores (vulgo downsizing) parou. A entrada em vigor dos testes de homologação WLTP, veio deixar a descoberto que acaba ser mais fácil cumpri-los com motores maiores do que com motores mais pequenos. Por vezes maior é melhor.

Mas além dos consumos e emissões, há outro motivo a concorrer para a manutenção dos motores V8. Nomeadamente a procura nos mercados onde os limites de emissões não são tão críticos como na Europa.

Um motor grande é um motor grande

Webber justifica a decisão por dois motivos. Primeiro devido à procura pelos motores V8 em alguns mercados, como o norte-americano ou o do Médio Oriente, onde “não podemos substituir os motores V8 por motores seis cilindros em linha híbridos”.

Em segundo lugar porque ainda não à forma de substituir a suavidade inerente aos motores V8. “Isto não é sobre performance”, defende Frank Weber, admitindo que os motores mais pequenos “são comparáveis em termos de aceleração (seis cilindros híbridos vs V8), mas os clientes apreciam a suavidade, som e sensações de um V8. Vamos continuar a oferecer V8”.

Fonte: Automotive News