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Futuro da Dacia não será 100% elétrico mas também não inclui Diesel

O futuro da Dacia parece estar cada vez mais «risonho», mas o destaque não está nos 100% elétricos. Já os Diesel são coisa do passado.

Dacia Duster frente 3/4
© Dacia

Na apresentação dos resultados do primeiro semestre da Dacia houve dois destaques bem claros. O primeiro é que a marca continua num bom ritmo de crescimento e o segundo é que o futuro mais próximo da Dacia vai estar repleto de novidades.

Se olharmos um pouco para trás percebemos que ainda não passaram três meses desde que tivemos a oportunidade de efetuar um primeiro contacto com o novo Dacia Duster, sendo que o «saldo» foi bastante positivo.

Dacia Duster off-road
© Dacia O novo Dacia Duster será a segunda proposta da marca a incluir uma versão híbrida

Além desse, acabámos de adicionar a atualização do pequeno Dacia Spring à lista de automóveis que já conduzimos e não é difícil perceber que ambos representam uma melhoria considerável face aos seus antecessores.

Só que a Dacia está longe de ficar por aqui. A próxima grade novidade será o Dacia Bigster, uma espécie de «irmão grande» do Duster, com uma carroçaria de maiores dimensões e, eventualmente, uma lotação máxima de sete lugares.

Vamos conhecê-lo antes do final do ano e deverá contribuir para uma previsível subida do número de vendas global da marca graças em 2025. Segundo Xavier Martinet, vice-presidente da Dacia, a curiosidade gerada está acima das expetativas.

Aliás, devido a isso, o Bigster já está a provocar uma reorganização da produção da Dacia. São vários os modelos cuja produção vai ser transferida para a fábrica da marca em Marrocos, deixando as linhas de produção da Roménia com a sua capacidade total reservada para os Dacia Duster e Bigster.

Mas há mais. A Dacia fala já na chegada de dois novos modelos a seguir ao Bigster. Sendo que estes, segundo Martinet, serão totalmente novos e vão permitir que a Dacia faça a sua estreia em novos segmentos.

Estratégia (muito) bem definida

Depois da entrada no mercado já sob a alçada do Grupo Renault, há 20 anos, a Dacia começou por ser a marca low-cost (baixo custo) do grupo francês. O preço baixo era um dos principais argumentos da Dacia e a razão do seu sucesso. Mas isso está a mudar, como disse o diretor-executivo da marca.

“Os ordenados dos nossos clientes não aumentaram ao mesmo ritmo que o preço dos automóveis. (…) compravam um Dacia porque era barato, mas agora já compram porque gostam do carro”.

Xavier Martinet, CEO da Dacia
© Dacia

Ainda nas palavras de Martinet, todas as decisões estão focadas em perceber aquilo que o cliente realmente precisa.

Por exemplo, “o Dacia Spring é escolhido, na sua maioria, por clientes que percorrem uma média diária de 30 km e a 30 km/h. Ou seja, não precisam de uma bateria enorme e isso permite oferecer o melhor valor para cada produto.”

Um outro exemplo inclui o Dacia Sandero e a possibilidade de este receber uma versão híbrida. “Não é uma questão técnica — uma vez que a plataforma é a mesma do Clio —, apenas de custo. Será que o consumidor está disposto a pagar a diferença? Faz sentido?”.

Martinet refere que será mais importante adicionar uma caixa automática, por exemplo, ou investir em motores mais eficientes. “Um Dacia Sandero Hybrid, para já, não faz sentido. Em 2025, quem sabe?”

Dacia_Sandero_Stepway_Extreme
© Dacia

As futuras escolhas da Dacia em termos de motorizações estão focadas essencialmente nas versões GPL. Enquanto a legislação o permitir, “continuaremos a produzir automóveis com motores de combustão a gasolina”.

Com os Diesel é diferente e Martinet considera este “um tema do passado”. Para o mercado europeu, a aposta está nos híbridos e nos mild-hybrid, ainda que o GPL seja a prioridade de topo.

Quanto aos elétricos, deverão ficar representados nos próximos anos apenas pelo Dacia Spring, que continua a ser o mais barato do mercado.

Ao fazer parte do Grupo Renault, a Dacia sente a pressão de apressar a estratégia de eletrificação. A prioridade a esse nível está em modelos como os Megane e Scenic E-Tech, ou o novo Renault 5.

Euro NCAP foi uma desilusão?

Ainda que diversas pessoas coloquem a Dacia num plano inferior devido também aos resultados nos testes de segurança do Euro NCAP, Xavier Martinet afirma que este resultado está perfeitamente alinhado com o objetivo da Dacia.

A preocupação da Dacia com a proteção dos clientes e passageiros dos seus modelos é, obviamente, bastante elevada. Mas o foco do Euro NCAP nos assistentes avançados à condução prejudica a performance nos testes de avaliação.

Isto porque a Dacia continua a preferir, como diz Martinet, a não “carregar os seus modelos com equipamentos de assistência à condução que não são obrigatórios e que levam a um aumento do preço final do veículo”.