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Dacia alcança margens de marca premium. Os números que impressionam

A Dacia já é uma das marcas mais rentáveis do Grupo Renault e tem potencial para fazer ainda melhor. Quem o diz é Luca de Meo.

Dacia Jogger frente
© Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Poucos seriam capazes de prever o sucesso que a Dacia tem alcançado nos últimos anos e muito menos que a marca romena seria, a esta altura, uma espécie de “galinha dos ovos de ouro” do Grupo Renault.

Mas é precisamente isso que está a acontecer. A Dacia é atualmente uma das marcas mais rentáveis do grupo gaulês e tem margens operacionais ao nível do que estamos habituados a ver nas marcas premium.

Durante o Renault Capital Markets Day, Luca de Meo, diretor executivo do Grupo Renault, foi peremptório acerca da importância daquela fabricante: “A Dacia é uma das pepitas de ouro do grupo”, disse, citado pelos britânicos da Autocar.

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Luca DE MEO
Luca de Meo, diretor executivo do Grupo Renault

Na sequência, Luca de Meo revelou que a Dacia alcançou uma margem operacional de “dois dígitos, superior a 10%”, e confessou que o objetivo passa por chegar aos 15% em 2030.

Para isso será fundamental a aposta que a marca vai fazer no segmento C, bastante mais rentável que o B (utilitários) onde tem praticamente toda a sua gama atual: “A Dacia vai continuar a ser a Dacia, mas será maior”, disse Luca de Meo.

Emblema Jogger
© Thom V. Esveld / Razão Automóvel

A receita é simples…

O objetivo passa por fazer com que 40% das vendas da fabricante romena em 2030 sejam neste segmento. A fórmula mágica, como explicou Thierry Piéton, diretor financeiro do grupo, citado pela Autocar, é simples: “Custo de segmento B e receita de segmento C. Esta é a receita para os 15% (de margem)”, disse, lembrando que a Dacia “é uma das únicas marcas que está a crescer num mercado muito deprimido“.

Outra coisa que explica estes números tão positivos da Dacia é o facto de 85% das vendas da marca romena serem a clientes particulares, que garantem maior rentabilidade à marca (maior disciplina nos preços, mais opcionais escolhidos) que as vendas a empresas/frotas.

Por isso mesmo, o Grupo Renault tem mantido desimpedida a via de fornecimento de componentes para a Dacia, mesmo com a escassez que tem afetado a indústria, nomeadamente os semicondutoes: “Se tiver que dar mais chips à Dacia porque ela faz mais dinheiro, então vou dar mais chips à Dacia, que é precisamente o que estamos a fazer atualmente”, disse Luca de Meo.

Bigster mais dois

O Bigster será um dos rostos deste novo posicionamento mais elevado da Dacia quando chegar em 2024. Vai posicionar-se acima do Duster, apesar de recorrer à mesma plataforma CFM-B (também usada pelo Sandero), para manter um custo baixo.

Dacia Bigster Concept
O Bigster Concept antecipa a entrada da Dacia no segmento C.

Além do Bigster, a Dacia prevê o lançamento de outros dois crossovers de segmento C até 2030. No caso do Bigster, em teoria será possível duplicar as margens por comparação com um modelo mais pequeno (e barato) como o Sandero.

Porém, há uma questão a complicar as contas do grupo gaulês: a eletrificação do automóvel pela qual a indústria passa, que vai fazer com que os automóveis fiquem mais caros.

O próximo Dacia a render-se á eletrificação será o Jogger, que terá uma versão híbrida no próximo ano e, apesar de se prever que venha a ser o Jogger mais caro, deverá também ser o híbrido mais barato do segmento. Em 2024 haverá ainda um novo Spring.

Nova divisão “Power” será fundamental

Aqui, a divisão Power, anunciada recentemente pelo Grupo Renault, terá um papel fundamental para manter os custos dos modelos eletrificados controlados.

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É que esta divisão — detida em 50% pelo Grupo Renault e 50% pela chinesa Geely — será a responsável por continuar a desenvolver modelos com motor de combustão interna e híbridos para a Renault, Dacia e para a Renault VCL (divisão de veículos comerciais ligeiros).

No total vai empregar 19 mil pessoas e irá contar com 17 unidades de produção de grupos propulsores e cinco centro de investigação e desenvolvimento distribuídos por três continentes.

Fonte: Autocar

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