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Dacia tem luz verde para superar a Renault

Os receios de canibalização entre a Dacia e a Renault não estão na lista de preocupações de Luca de Meo, o CEO do Grupo Renault.

Dacia Bigster na estrada, frente 3/4
© Dacia

A Dacia tem vindo a afirmar-se como uma das marcas mais bem-sucedidas na Europae Luca de Meo, diretor-executivo do Grupo Renault, quer garantir que esse crescimento não seja travado.

Em entrevista à Razão Automóvel, o líder da Renault deixou claro que a Dacia tem total liberdade para expandir a sua presença, inclusive em segmentos tradicionalmente dominados pela marca-mãe.

“A Dacia não tem de ficar de fora dos segmentos principais só porque a Renault lá se encontra representada”, afirmou Luca de Meo.

Esta declaração reflete uma mudança estratégica importante: enquanto outras marcas dentro de grupos automóveis evitam a sobreposição de produtos para evitar a canibalização, a Renault está disposta a apostar num modelo de concorrência interna que favoreça o crescimento global do grupo.

“Não existe nenhuma orientação sobre o mix entre marcas no nosso volume total. Deixo que os CEO das marcas explorem o pleno potencial da sua marca, com a satisfação geral do cliente e o lucro como foco principal, e não o volume”.

Luca de Meo, CEO do Grupo Renault

Dacia cresce nas vendas e nos segmentos

A expansão da Dacia para segmentos superiores começou com o Bigster, um SUV de segmento C que representa um passo ambicioso para a marca romena.

Com esta abordagem, a Dacia desafia diretamente modelos como o Renault Austral, sem que isso pareça preocupar Luca de Meo. Pelo contrário, o CEO do Grupo Renault vê essa diversificação como uma oportunidade para aumentar o volume de vendas e a rentabilidade da empresa como um todo.

Outro fator que sustenta esta estratégia é o sucesso de modelos como o Dacia Sandero, que em 2024 foi o automóvel mais vendido na Europa, seguido pelo Renault Clio.

Segundo Luca de Meo, a coexistência de dois modelos tão próximos em termos de dimensões e segmento demonstra que há espaço para ambas as marcas crescerem, aproveitando o reconhecimento que cada uma conquistou junto dos consumidores.

Adeus, Dacia do passado

Se, no passado, a Dacia era vista como uma marca de baixo custo focada em mercados emergentes, hoje a sua posição é bem diferente. Com uma gama mais moderna, tecnologia herdada da Renault e uma proposta de valor centrada na relação qualidade-preço, a marca romena tornou-se numa das mais lucrativas do grupo.

Agora, com o apoio de Luca de Meo, a Dacia tem carta branca para continuar a crescer e a desafiar não apenas os rivais externos, mas também a própria Renault.

Com esta abordagem, a questão que se coloca é: até onde poderá ir a Dacia?