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UE inicia “diálogo estratégico” para salvar indústria automóvel europeia

Ursula von der Leyen, presidente da CE, iniciou ontem a primeira de várias reuniões com representantes da indústria automóvel para encontrar soluções para os desafios que enfrenta.

Começou ontem o “Diálogo Estratégico” entre a União Europeia (UE) e os principais representantes da indústria automóvel europeia. O objetivo principal é o de encontrar um plano de ação que reforce substancialmente a competitividade da indústria.

A indústria automóvel garante 13 milhões de postos de trabalho diretos e indiretos na UE e tem pela frente enorme desafios que tem de ultrapassar: desde a nova concorrência chinesa, às metas de emissões, passando pela ameaça das tarifas.

“A indústria automóvel europeia está num momento crucial e nós reconhecemos os desafios que esta enfrenta.”

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, ao centro e rodeada de representantes da indústria automóvel europeia.
© ACEA Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, ao centro e rodeada de representantes da indústria automóvel europeia.

Metas de emissões é questão urgente

Entre os vários desafios expostos pela indústria, há um que se destaca no imediato, nomeadamente, a questão das metas de emissões de CO2 para este ano, mas que voltam a apertar em 2030, tendo de ser zero em 2035.

Já para atingir as metas deste ano (93,6 g/km) está a ser um desafio. São vários os fabricantes em risco de incumprimento. Face à baixa procura por elétricos que se tem feito sentir na Europa — só vendendo mais elétricos vão conseguir ir de encontro às metas —, são vários os fabricantes a tomar ou a considerar tomar medidas drásticas para ir ao encontro das metas.

Entre essas medidas está o cortar da produção de modelos a combustão, comprar créditos de carbono entregando centenas de milhões de euros à concorrência (como a Tesla), ou vender os seus modelos elétricos com descontos muito elevados — como se viu no Reino Unido —, esmagando a rentabilidade e destruindo a sustentabilidade do negócio.

Recordamos que o incumprimento das metas de emissões incorre em multas, que podem ascender aos milhares de milhões de euros. O Grupo Volkswagen avançou que, no seu caso, poderá chegar aos 1,5 mil milhões de euros.

“Se os elétricos permanecerem ao nível atual, a indústria europeia poderá ter de pagar 15 mil milhões de euros em multas ou desistir da produção de mais de 2,5 milhões de veículos”, afirmou Luca de Meo, diretor executivo da Renault e na altura presidente da ACEA, em setembro do ano passado.

“A Comissão reconhece a necessidade urgente de tomar medidas para proteger a indústria automóvel europeia e garantir a sua prosperidade contínua no seio da UE.”

À procura de soluções

O “Diálogo Estratégico” só teve início ontem e, por isso, não foram avançadas medidas em concreto: o Plano de Ação final deverá ser apresentado no dia 5 de março. Até lá a Comissão Europeia irá reunir-se mais vezes com os principais interessados.

A Comissão destacou que este plano vai “abordar uma ampla gama de questões relevantes para o setor, tais como: garantir o acesso aos recursos, promover a inovação tecnológica e o desenvolvimento de veículos de próxima geração e estabelecer um quadro regulamentar pragmático e previsível”.

“As discussões de hoje concentraram-se nas principais áreas que necessitam de atenção urgente, incluindo a necessidade de “regras internacionais justas”, facilitar a transição limpa e a simplificação regulatória, bem como identificar áreas onde são necessárias medidas mais concretas”.

Apesar de ainda nada ter sido avançado, no diálogo, Ola Källenius, atual presidente da ACEA e diretor executivo da Mercedes-Benz, defendeu que a transição deve ser impulsionada pelo mercado e pela procura, e não apenas pela regulamentação. “O futuro Plano de Ação deverá ser construído com base nesta premissa”, avançou.

De momento, estão a participar no diálogo as seguintes organizações: ACEA (Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis), BEUC (Organização Europeia de Consumidor), Grupo BMW, Robert Bosch, ChargeUp Europe, CLEPA (Associação Europeia de Fornecedores Automóveis), Daimler Truck, ETF (Federação Europeia de trabalhadores de Transporte), Forvia, IndustriAll European Trade Union, IVECO Group, MAHLE Group, MILENCE, RECHARGE, Grupo Renault, T&E (European Federation for Transport and Environment), Grupo Traton, Valeo, Grupo Volkswagen, Volvo Cars, Volvo Grupo, Grupo ZF.

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