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Trump eleito. Construtores de automóveis em alerta máximo

A chegada de Trump à Casa Branca fez soar alarmes nos construtores de automóveis, com mudanças que podem abalar o setor em todo o mundo.

Donald Trump
© Facebook Donald Trump

Donald Trump foi anunciado esta semana como o 47.º presidente dos Estados Unidos da América (EUA), gerando uma onda de preocupação entre os fabricantes de automóveis não-americanos.

Antes mesmo de vencer as eleições, Trump já tinha anunciado planos de reverter as políticas existentes a favor dos carros elétricos logo no seu primeiro dia de mandato. Entre elas, rescindir as regras recentemente publicadas pela Environmental Protection Agency (EPA), ou Agência de Proteção do Ambiente, e eliminar incentivos fiscais para veículos elétricos.

A American Trucking Associations (ATA) apelou a Trump, após a sua eleição, para substituir as regras exigentes de emissões da EPA por padrões nacionais “tecnologicamente alcançáveis e que tenham em consideração a realidade operacional do setor”.

No Estado do Michigan encontramos a cidade que foi, outrora, o epicentro de toda a indústria automóvel americana e mundial: Detroit. Na imagem, o icónico Renaissance Center, que pertence à General Motors e tem sido a sua sede.

Atualmente, as normas da EPA exigem que, até 2032, seja reduzida em metade as emissões de dióxido de carbono (CO2) geradas pelos veículos atuais.

Além disso, Trump pretende ainda revogar a capacidade do Estado da Califórnia de estabelecer as suas próprias normas de emissões, retomando uma ação iniciada em 2019.

Estas alterações na regulamentação simbolizam uma maior margem de produção de automóveis a combustão, mas levantam questões relativamente ao futuro dos investimentos de milhares de milhões de euros já aplicados no desenvolvimento de tecnologias capazes de reduzir emissões.

A Zero Emission Transportation Association — ou Associação Transporte Emissão Zero —, que inclui empresas como a Tesla, a Rivian, a Lucid e até a LG (construtor de baterias), afirmou estar pronta para trabalhar com Trump.

“Os próximos quatro anos vão ser decisivos para garantir que estas tecnologias são desenvolvidas e implementadas por trabalhadores americanos em fábricas americanas durante gerações.”

Zero Emission Transportation Association

No entanto, não podemos esquecer o forte apoio de Elon Musk, o diretor-executivo da Tesla, a Donald Trump, durante a campanha eleitoral. O que levou a fortes elogios de Trump a Musk e até promessas de uma posição no governo. As ações da Tesla subiram mais de 14% na abertura do mercado norte-americano, após a vitória de Trump:

Novas tarifas?

Durante a campanha, o novo presidente manifestou a intenção de aplicar tarifas adicionais de até 200% aos automóveis importados do México, frisando que esta medida poderá também afetar outros países.

Trump chegou mesmo a sugerir tarifas de até 2000% sobre certos veículos estrangeiros, declarando: “Se eu for presidente deste país, vou aplicar uma tarifa de 100, 200, 2000%”, com o objetivo de tornar o comércio destes automóveis insustentável nos EUA.

Leia a restante notícia: Donald Trump quer tarifas de 2000% para carros chineses e alemães também tremem

Caso o novo governo avance com tarifas adicionais de importação, vários construtores, como a Honda e a Toyota, já anunciaram que consideram transferir mais produção para o território americano.

A Honda fabrica cerca de 200 mil automóveis anualmente no México, dos quais 80% são exportados para os EUA. Enquanto a Toyota produz no México a pick-up Tacoma, que somou cerca de 230 mil unidades comercializadas nos EUA no ano passado.

“Nós vamos dar incentivos e se a China e os outros países quiserem vir para cá vender carros, têm de construir as suas fábricas cá e contratar os nossos trabalhadores.”

Donald Trump em declarações à Reuters

Fonte: Reuters