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Preço dos carros a combustão sobe em 2025 e elétricos vão ter mais descontos

Em 2025 a média de emissões de CO2 na UE vai ter de diminuir em 15%. A única solução é vender mais elétricos, mas o mercado não está a responder.

Escapes do Audi RS Q3
© Audi

Cumprir as novas metas de emissões de CO2 (dióxido de carbono) para 2025 não vai ser uma tarefa fácil. A única forma de as cumprir é aumentar substancialmente a venda de automóveis 100% elétricos. O problema é que isso não está a acontecer no mercado europeu.

A indústria automóvel tem de atingir em 2025 uma média de 93,6 g/km de CO2, um valor 15% inferior ao atual: 115,1 g/km. Cada construtor tem metas individuais e caso não as atinja, o preço a pagar (multas) é muito elevado: 95 euros por carro e por grama acima do estipulado.

As metas das emissões impostas pela União Europeia não são o único desafio a ultrapassar pela indústria automóvel, sobretudo europeia, em 2025. Na realidade está-se a formar uma tempestade perfeita para o próximo ano.

Este tema foi profundamente discutido no último episódio do podcast Auto Rádio. Se quer saber o que está em causa, veja este vídeo:

Como referimos, para cumprir as metas de emissões impostas pela UE, a única solução é vender muitos mais automóveis elétricos: a quota terá de atingir em 2025, pelo menos, 20%. Este ano, até novembro, situa-se nos 13,4% — no mesmo período em 2023, estava nos 14,2% (fonte: ACEA).

O facto de se estarem a vender menos automóveis elétricos em 2024 em relação a 2023, está a complicar (e muito) as contas das emissões para 2025. São vários os construtores que estão longe de atingir os seus objetivos, como por exemplo a Ford e o Grupo Volkswagen. Mas não são os únicos:

É preciso vender mais elétricos

A questão agora é como os construtores automóveis vão conseguir aumentar substancialmente as vendas dos seus elétricos na UE para mitigar ou evitar as multas.

Uma das medidas poderá passar por aumentar o preço dos carros a combustão. Foi o que fizeram o Grupo Volkswagen, a Stellantis e o Grupo Renault nos últimos dois meses. Por exemplo, a Peugeot (Stellantis) em França, aumentou o preço dos modelos a combustão em 500 euros, mas manteve o preço dos elétricos.

A ideia por detrás desta decisão é diminuir o apelo dos modelos a combustão e aumentar o dos modelos elétricos, reduzindo o intervalo de preço entre os dois.

Além disso, já assistimos à descida de preço de alguns modelos elétricos — como a Volkswagen fez com o ID.3 —, mas o que deveremos ver em 2025 é um aumento expressivo nos descontos.

Reino Unido já deu tiro de partida

É o que está a acontecer, de forma intensa, no Reino Unido. Apesar de estar fora da UE e, por isso, também fora destas contas, impôs aos construtores já este ano quotas de vendas para elétricos. E isso está a ter um custo muito elevado para os construtores: já foram contabilizados mais de 4,84 mil milhões de euros em descontos até outubro.

Segundo Denis Schemoul, analista automóvel na S&P Global, o objetivo de aumentar o preço dos automóveis a combustão é sustentar o desconto dos automóveis elétricos. O próprio define esta medida como um “subsídio indireto”.

Estratégia de sucesso?

O sucesso desta estratégia — modelos a combustão mais caros e descontos mais altos nos elétricos — não é garantido. As previsões para 2025 não são otimistas. Os dois maiores mercados da União Europeia (Alemanha e França) passam por uma crise política e económica; e os incentivos aos elétricos estão a ser reduzidos — como aconteceu muito recentemente em França — ou retirados.

Poderá, simplesmente, não haver mercado suficiente para absorver o número de elétricos necessário para cumprir as metas de emissões para 2025.

Vários construtores, como a Stellantis, já admitiram que poderão ir tão longe como cortar na produção de automóveis a combustão para evitar as multas. Jean-Philippe Imparato, diretor executivo europeu da Stellantis, avançou que pagar multas “nem sequer é ponto de conversa”.

Há, no entanto, outras opções para mitigar ou evitar as multas das emissões:

União Europeia vai adiar metas?

A pouco mais de uma semana de terminar o ano, a União Europeia não mostra intenções de suavizar as metas ou adiar o calendário para as metas de emissões, apesar de vários pedidos, seja da indústria ou de vários Estados-membros.

Em setembro, a ACEA (Associação Europeia de Construtores Automóveis) previu que “se a venda de elétricos permanecer ao nível atual, a indústria automóvel europeia poderá ter de pagar 15 mil milhões de euros em multas ou desistir da produção de mais de 2,5 milhões de veículos.”

Do lado político é o maior partido europeu, PPE (Partido Popular Europeu) que está a exercer pressão em Bruxelas no sentido de rever as metas de emissões, adiando-as para 2027.

Fonte: Reuters

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